David Cameron: Brexit "custará caro" ao Reino Unido
Atração principal do WTTC Bangcoc, o ex-primeiro ministro britânico, David Cameron, não titubeou ao falar do movimento Brexit, principal motivo de seu pedido de demissão do governo, no ano passado.
BANGCOC (TAILÂNDIA) – Atração principal do WTTC Bangcoc, o ex-primeiro ministro britânico, David Cameron, não titubeou ao falar do movimento Brexit, principal motivo de seu pedido de demissão do governo, no ano passado.
Meses após a polêmica decisão do referendo, o dirigente segue firme em seu propósito e segue opinando de que a decisão do povo britânico “custará caro ao Reino Unido”.
“Não se pode calar a opinião das pessoas. Pelo contrário, devemos ouvir. O Brexit teve uma causa, e ela foi baseada nas mudanças que ocorreram nos últimos 40 anos na forma como a União Europeia vinha tomando decisões. Muita coisa mudou (e cresceu). Era importante um referendo para decidir o nosso futuro na aliança, ainda mais diante de situações de que éramos voto vencido. O que não houve foi uma discussão mais inteligente sobre essa retirada do bloco. Fiz o que pude para explicar à população algumas questões mais complexas, mas foi em vão”, admitiu Cameron, dividindo a responsabilidade com o antecessor Tony Blair, a quem responsabilizou pela falta de diálogo sobre o assunto. O antigo líder do Partido Trabalhista e membro do Parlamento exerceu a função entre 1997 e 2007.
David Cameron comparou o Brexit com o divórcio de um casal que possui filhos. Para ele, nesses casos a separação é preciso ser feita com muita responsabilidade e ciente dos impactos futuros.
“Você não pode esquecer a raiz do sentimento que teve com a sua ex-esposa ou ex-marido. Seus filhos dependem dessa consciência para encararem a situação com lucidez. O caso do Reino Unido é semelhante. Há muitos itens do acordo com a União Europeia que devem ser mantidos. Sem eles, corremos o risco de frear o nosso desenvolvimento. O principal descontentamento dos britânicos com relação à União Europeia eram itens envolvendo imigração”, explicou, completando que não acredita, “nem por um minuto, em um país que rompe laços com nações amigas”.
“Os impactos no Turismo são devastadores”, considera Cameron.
GUERRA AO TERROR
Ao ser sabatinado pelo CEO do WTTC, David Scowsill, sobre a guerra contra o terrorismo, o ex-primeiro ministro britânico ressaltou que não se pode generalizar o combate e estendê-lo aos muçulmanos e seguidores “de uma religião que prega a paz entre os homens, mas que tem seu nome usado por terroristas com o único objetivo de espalhar o ódio por onde quer que passe”.
“É o que [Donald] Trump está fazendo. O Islamismo sustenta comunidades há séculos e contribui para uma sociedade com valores baseados no amor e respeito. Não podemos deixar que terroristas se apropriem e destruam esses valores – e o mundo em que estamos acostumados a viver. Por isso considero desastrosa a política militar envolvendo esses casos. Não se pode achar que a atuação dos Estados Unidos em regiões de conflito seja benéfica para esses povos. Não se pode acabar com o terrorismo incitando o ódio e a violência. É preciso ser mais inteligente e usar toda a tecnologia que hoje usufruímos para neutralizar essas bases e enfraquecer essas pessoas. A impressão que se passa é que é uma batalha entre o cristianismo e o islamismo”, afirmou.
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