Maria Izabel Reigada   |   16/06/2016 17:45

O que aconteceu com o MTur na gestão Henrique Alves

Pela segunda vez, Henrique Alves pediu demissão do Ministério do Turismo. A primeira foi em 28 de março último, quando entregou carta de demissão à presidente Dilma Rousseff, por conta do rompimento do PMDB com o governo federal. “Sempre digo que eu n

BRASÍLIA – Pela segunda vez, Henrique Alves pediu demissão do Ministério do Turismo. A primeira foi em 28 de março último, quando entregou carta de demissão à presidente Dilma Rousseff, por conta do rompimento do PMDB com o governo federal. “Sempre digo que eu não nasci ministro, mas nasci PMDB. É minha história de vida de 44 anos”, disse Henrique Alves na última entrevista concedida à PANROTAS, no início do mês. Agora, um mês após reassumir a pasta, volta a entregar carta de demissão ao presidente interino Michel Temer.

Ex-presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Alves assumiu o Ministério do Turismo em 16 de abril de 2015, substituindo o então ministro Vinícius Lages. Ao assumir, buscou aproximação com as principais entidades do setor, ouvindo dos líderes quais as principais demandas que poderiam ser atendidas pela pasta. Mostrou influência política ao ser recebido pelo então ministro da Fazenda Joaquim Levy, a quem apresentou dados para demonstrar a importância econômica do segmento.

Entre os eventos de que participou, esteve a abertura da Feira da Abav, em São Paulo, em setembro último, quando foi muito aplaudido pelos participantes, ao garantir que o Ministério do Turismo não seria extinto. “Tive um encontro com a presidente Dilma Rousseff e por isso posso tranquilizá-los. Nossa pasta não será extinta, pelo contrário, será ampliada e participará da agenda econômica do governo”, garantiu, em discurso na cerimônia de abertura do evento. Na ocasião, também criticou que se comemorasse a marca de 6,4 milhões de turistas estrangeiros no Brasil. “Esse é o número de visitantes que vão tirar fotos na Torre Eiffel, em Paris. E a Amazônia? E o Rio? E as belezas do Nordeste? Esses destinos não merecem mais? Esse é meu compromisso e minha luta”, discursou.

PRESTÍGIO POLÍTICO
Henrique Alves envolveu-se diretamente em algumas das questões que mais preocupam o setor, como a reciprocidade de vistos e a promoção do Brasil no Exterior. Nos dois casos, recebeu parlamentares com propostas para “driblar” a reciprocidade – como a medida de isenção temporária de vistos para cidadãos de quatro países, por conta da Olimpíada do Rio, já em vigor – e dedicou-se ao desenho do projeto de transformação da Embratur em agência. “A Embratur é muito restrita, não pode buscar parcerias privadas, como autarquia. Há um projeto de transformação da Embratur em uma agência, como a Apex, o que daria maior flexibilidade para buscar parcerias e recursos”, disse no início do mês, afirmando que o projeto estava em fase final e seria encaminhado ao governo.

Mas a principal conquista do ministro, ao menos a mais comemorada pelo trade turístico, foi aprovada ontem no Plenário da Câmara dos Deputados. Trata-se da redução da alíquota do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) de 25% para 6%. Foram inúmeras reuniões com as lideranças do trade, com ministros e parlamentares afim de garantir a aprovação da Medida

Provisória 513/16, garantindo a alíquota a operadoras e agências de viagens nas remessas internacionais.

Henrique Alves teve 11 mandatos como deputado federal, representando o Rio Grande do Norte. Em 2014, concorreu ao governo do Estado do RN, perdendo as eleições. Entre as denúncias que levaram o ministro a preparar a carta de demissão que deve ser entregue hoje ao presidente interino Michel Temer estão, justamente, verbas para a campanha ao governo do RN, segundo as informações da delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.

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