Da Redação   |   11/05/2016 15:37

Políticos divergem sobre como serão os próximos 180 dias

A expectativa que governistas e oposicionistas têm para os próximos 180 dias divergem, caso se confirme a admissilidade do impeachment da presidenta Dilma Rousseff pelo Senado Federal. Para os senadores ligados ao governo, será um período de instabilidade, em função da “ilegitimidade” de um eventua

A expectativa que governistas e oposicionistas têm para os próximos 180 dias divergem, caso se confirme a admissilidade do impeachment da presidenta Dilma Rousseff pelo Senado Federal. Para os senadores ligados ao governo, será um período de instabilidade, em função da “ilegitimidade” de um eventual governo Temer que, segundo eles, colocaria em risco não só direitos dos trabalhadores, mas também as riquezas que o País poderia obter com o pré-sal. Já os oposicionistas acreditam que serão dias melhores: um período de transição em que propostas discussões significativas ajudarão o Brasil a crescer, se desenvolver e criar mais empregos.

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) prevê dias de instabilidade, caso Michel Temer assuma interinamente o governo do País. Lindbergh, no entanto, garante que os governistas “batalharão até o final”, mesmo após a admissibilidade ser aprovada. “Acho que um eventual governo Temer vai, inclusive, nos ajudar [politicamente], porque será um governo frágil, de crise, e com um presidente sem legitimidade, que vai tomar medidas que aumentarão a crise econômica, além de destruir o legado de Lula e de Getúlio Vargas”, disse, ao chegar para a sessão. Segundo o senador, os próximos 180 dias serão um “período de muita instabilidade, porque Temer virá com várias medidas para retirar direitos dos trabalhadores”. Diante disso, acrescentou, “as ruas virão com tudo, pedindo a saída dele, para preservar as conquistas”.

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) diz que o futuro imediato do País será ruim, porque será decidido por um “tribunal de exceção, nascido da sede nacional do PSDB, um partido político que perdeu as eleições e que, pela peça do processo, pagou R$ 45 mil para desestabilizar o País”. Para ela, há a possibilidade de, nos primeiros meses, um eventual governo Temer “até fazer alguma demagogia para não perder completamente o apoio”. Mas isso, segundo ela, terá vida curta, e o prognóstico é, portanto, muito ruim.

Já o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) diz que o País entrará em um período de “salvação nacional”, caso se confirme o novo governo. Ele aponta como uma de suas grandes preocupações para os próximos 180 dias a oposição que será feita pelo PT. “Por um lado teremos o PT, que é o grande responsável por essa crise, tentando aprofundar ainda mais a crise. Ele voltará a ser o velho PT de antigamente, da política de terra arrasada e do quanto pior melhor, para que eles, nesse ambiente de caos econômico, possam sobreviver politicamente. Do outro lado estaremos nós, os brasileiros desatrelados aos partidos políticos e desvinculados a qualquer governo, que querem o Brasil crescendo novamente e se desenvolvendo”, afirmou Cunha Lima.

Em relação a um eventual governo Temer, o senador paraibano diz esperar que o futuro presidente tenha a sensibilidade de compreender a mensagem que veio das ruas. “O que a população brasileira deseja nesse instante é uma mudança real. Uma transformação efetiva da forma de fazer política e da maneira de construir a coalizão partidária, para que acabe o balcão de negócio e o toma lá dá cá. Quer que mudanças estruturantes sejam feitas para a diminuição da máquina pública, e que ações sejam desenvolvidas para melhorar a produtividade e a competitividade da nossa economia, para que assim tenhamos novamente investimentos, desenvolvimento e emprego”.

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