Alves: "Turismo tem penúltimo orçamento da Esplanada"
Terminou há poucos minutos a solenidade de inauguração da Destination Brazil Travel Mart, evento que estreia, em Porto de Galinhas (PE), em substituição à Brazil National Tourism Mart (BNTM), criada em 1993.
Terminou há poucos minutos a solenidade de inauguração da Destination Brazil Travel Mart, evento que estreia, em Porto de Galinhas (PE), em substituição à Brazil National Tourism Mart (BNTM), criada em 1993. A mesa principal foi bastante prestigiada, com a presença do governador de Pernambuco, Paulo Câmara; dos secretários de Turismo de Pernambuco (Felipe Carreras), Recife (Camilo Simões) e Ipojuca (Rui Xavier), além do presidente da CTI Nordeste, Nelson Pelegrino, e de dirigentes de entidades de classe, em geral.
Os discursos das autoridades pouco mudaram e percebe-se algum otimismo com os novos tempos que o Brasil começa a viver. O ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (foto), provou mais uma vez ser um bom orador. Foi bastante aplaudido em sua fala, que, na verdade, pouco acrescentou - além de promessa de empenho - à radiografia de carências do turismo nacional, que depende de uma junção de itens básicos como saúde e segurança, por exemplo, só para citar os vetores mais importantes.
O dado mais revelador da abertura da Destination Brazil coube ao próprio ministro, que afirmou que a pasta do Turismo, mesmo quando o governo tinha 32 ministérios (atualmente são 22), continua sendo a penúltima em orçamento. Apenas migrou de um incômodo 31 lugar para um "vergonhoso" 21 lugar, como reconhece o próprio ministro. O orçamento de 2016 foi contingenciado pela metade. Os minguados R$ 600 milhões iniciais do Ministério do Turismo, reclamou Alves, viraram meros R$ 300 milhões.
"Isso é uma falta de respeito, de consideração, de visão. Como pode o Turismo ser o penúltimo orçamento da Esplanada? Eu não posso fazer nada sozinho, a não ser lutar. Preciso de vocês, da iniciativa privada, para dar voz cada vez mais ativa à batalha que, prometo, começo a travar a partir desta semana. Ou melhor, recomeço", observa.
Alves disse ainda que é preciso um "remédio amargo" para alertar o governo, em geral, a investir devidamente no turismo. "No ano passado participei de um evento da Abrasel, em Brasília, e só ouvi reclamações do setor. Cheguei a propor aos donos de restaurantes e bares que fechassem seus estabelecimentos por um sábado apenas para toda a cadeia produtiva sentir o que isso significa para o turismo e assim sensibilizar o governo", reclama o ministro.