Claudio Schapochnik   |   20/06/2013 17:10

Para Fohb, “fala de ministro foi ruim para o País”

“A fala do ministro do Esporte, Aldo Rebelo, que uma ameaçou fechar os hotéis que cobrarem preços abusivos durante as copas das Confederações e do Mundo, foi infeliz, ainda mais por vir de um porta-voz do governo federal

“A fala do ministro do Esporte, Aldo Rebelo, que uma ameaçou fechar os hotéis que cobrarem preços abusivos durante as copas das Confederações e do Mundo, foi infeliz, ainda mais por vir de um porta-voz do governo federal. Ficou muito mal para a imagem do País. Que investidor vai colocar dinheiro no Brasil ouvindo isso? A repercussão foi péssima.”

A análise é do presidente do Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (Fohb), Roberto Rotter (foto), que conversou, com exclusividade com a reportagem do Portal PANROTAS, agora há pouco por telefone. “Acho, no entanto, que o problema é maior do que esse. Há preços altos, sim, mas são casos isolados e o governo não pode generalizar. Isso, sim, faz muito mal ao País”, emenda ele.

O problema maior do qual Rotter se refere, na verdade, são vários. “Talvez o ministro quisesse tirar o foco de questões mais importantes como mobilidade urbana, capacitação e infraestrutura. Fui assistir um jogo no novo Maracanã e o estádio está ótimo, mas o entorno... Falta muito coisa.”

Em relação ao trabalho de monitoramento das tarifas que a Embratur faz em 554 hotéis nas cidades-sede da Copa das Confederações, Rotter assegura que 68 – ou 12,27% – são de redes associadas ao Fohb. “A grande maioria é hotel independente, e uma questão importante é que as redes têm política comercial. E mais: não há cartel.”

De acordo com Rotter, o governo deve entender que “os preços estão dentro da lei da oferta e da procura. É assim que funciona em todo o mundo”. Ele continua: “aqui em São Paulo, na Fórmula 1, as tarifas ficam mais caras. No Rio, no carnaval, idem, mas nada aviltante”.

DIÁLOGO
Segundo Rotter, as quatro entidades que representam a hotelaria nacional – ABIH, FBHA, Fohb e Resorts Brasil – estão alinhadas e aliadas e querem que o diálogo com o governo federal permaneça. “O governo tem de entender que a hotelaria é parceira.”

Rotter elogiou o fato de o setor estar dentro do programa de desoneração fiscal do governo. “O primeiro passo foi dado, mas falta atender outros segmentos da área. Falta treinar, capacitar mão de obra. Estamos carente de profissionais e disputadando esses recursos humanos com outros setores de serviços.”

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