Top 10 Europa: terrorismo, imigração e low costs influenciam
Entenda como anda o Turismo europeu, a influência do terrorismo e da entrada de imigrantes, a superlotação de cidades turísticas como Barcelona e Amsterdam, e ainda o crescimento de low-costs e do Airbnb
Foi divulgada nesta terça, durante a WTM Londres 2017, mais uma edição do ranking Top 100 City Destinations, da Euromonitor, que revela ano a ano as 100 cidades mais visitadas do mundo. Além do claro domínio asiático, uma vez que sete das dez cidades mais visitadas por turistas internacionais em 2016 ficam na Ásia, uma série de fatores foram citados no relatório como causadores de grandes variações no Turismo europeu.
Questões políticas e econômicas como a crise da zona do euro, o Brexit e a entrada de imigrantes e refugiados no continente, assim como o fator de segurança da região devido aos recentes ataques terroristas, foram levantados como possíveis causadores de um declínio no desempenho de grandes centros europeus, como Paris e Istambul. A superlotação de cidades mais turísticas também foi um tema abordado, sendo algumas das cidades mais afetadas Barcelona, Amsterdam e Antalya (Turquia).
Por outro lado, cidades como Londres devem manter o crescimento do Turismo em 2017, mesmo com os atentados ocorridos no começo do ano. Além disso, um aumento de visitantes estrangeiros foi visto em países como Espanha, Itália e Grécia, devido ao clima semelhante a países do Oriente Médio afetados por guerras e crises políticas.
Confira abaixo a lista das 10 cidades europeias mais visitadas da Europa em 2016, e a previsão para 2017 feita pela empresa de consultoria inglesa:
TERRORISMO SURTE EFEITO
Apesar das crises econômicas e políticas, as 10 cidades europeias com mais visitantes em 2016 devem manter-se em boa parte inalteradas para 2017.
Decréscimos acentuados, porém, foram observados em cidades alvos de ataques terroristas. Paris, por exemplo, que sofreu atentados nos últimos dois anos, perdeu cerca de 600 mil visitantes de 2015 para 2016, um decréscimo de 4% que a fez inclusive perder duas posições no top 10 geral das cidades mais visitadas no mundo - antes em quinto, a capital francesa terminou o ano na sétima colocação, sendo ultrapassada por Macau e Dubai, ambas na Ásia.
As chegadas a Istambul também caíram, segundo o relatório da Euromonitor, e de forma ainda mais drástica. A cidade turca perdeu cerca de 3,3 milhões de visitantes apenas de 2015 para 2016; para se ter uma ideia, isso equivaleu a uma queda de 26,6% do total de turistas na cidade, indo de 12,4 milhões para 9,1 milhões. A cidade deve perder ainda mais visitantes neste ano, com previsão de uma queda de mais 5,8%.
A cidade, além de ter sido alvo de uma série de atentados em 2016 pelo Estado Islâmico, com o mais grave deles deixando 41 mortos e mais de 230 feridos, sofreu uma tentativa de golpe de estado no ano passado, e vive em constante tensão devido à guerra civil na vizinha Síria. Recentemente, a cidade sofreu ainda com a crise política entre EUA e Turquia. Segundo o relatório da Euromonitor, a imagem do país como um destino seguro e acolhedor pode ter caído consideravelmente, resultando na queda radical de turistas estrangeiros.
Cidades como Bruxelas e Nice são outras citadas no relatório que foram prejudicadas pelo terrorismo, com redução de visitantes.
Curiosamente, a cidade de Londres, uma das mais afetadas em 2017 por atentados terroristas -foram cinco até setembro - não deve apresentar quedas de turistas neste ano. O número de visitantes internacionais deve, inclusive, aumentar 3,4% até dezembro, terminando o ano em 19,8 milhões, contra os 19,1 milhões de 2016.
Para o relatório Top 100 City Destinations,o tamanho e a natureza do qualquer ataque, bem como o tamanho da cidade e a efetividade da resposta local, tem um impacto claro na tomada de decisão dos viajantes, que não deixaram de ir para a capital britânica.
PAÍSES MEDITERRÂNEOS CRESCEM
Enquanto alguns países sofrem pelo decréscimo de turistas devido a quesitos de segurança, países como Espanha, Itália e Grécia recebem cada vez mais turistas internacionais. Segundo a Euromonitor, os três oferecem um clima semelhante a países afetados por terrorismo e por crises políticas, como Turquia, o Egito e a Tunísia, atraindo visitantes dessas e de outras regiões conflituosas do Oriente Médio.
LOW COST E AIRBNB EM ALTA
Por fim, duas indústrias específicas do Turismo têm crescido amplamente na Europa com a crise financeira: as aéreas low cost e os aluguéis de hospedagem curto prazo, principalmente através do Airbnb.
Para a Euromonitor, apesar da incertezas - ou talvez devido a elas - do Turismo europeu, as operadoras de baixo custo têm tido cada vez mais bons resultados. Exemplos não faltam, como Ryanair, Easyjet, Eurowings e até a Level, nova aérea da IAG. Fatores como a modernização das frotas e lançamento de rotas mais "agressivas" seriam os principais responsáveis pelo crescimento do setor.
Vale lembrar que, de acordo com o Airports Council International (ACI), nos últimos dez anos 99% do crescimento em tráfego de passageiros nos 20 maiores aeroportos europeus foram de responsabilidade das operadoras de baixo custo, inclusive com a entrada delas nos mercados de longo alcance. Os aeroportos europeus terão, por exemplo, 87 rotas de longa distância realizados por aéreas low cost em 2017, contra apenas 14 operadas quatro anos atrás, segundo a entidade.
Já o aluguel de quartos de curto prazo, principalmente devido aos preços mais acessíveis, também tem crescido amplamente em grandes cidades europeias. O destaque fica para a Airbnb, que segundo o relatório cresceu rapidamente em cidades como Paris, Amsterdã e Londres. Por outro lado, uma ligeira redução desse crescimento foi observada em cidades como Berlim e Barcelona, principalmente devido a saturação de turistas nessas cidades.
Questões políticas e econômicas como a crise da zona do euro, o Brexit e a entrada de imigrantes e refugiados no continente, assim como o fator de segurança da região devido aos recentes ataques terroristas, foram levantados como possíveis causadores de um declínio no desempenho de grandes centros europeus, como Paris e Istambul. A superlotação de cidades mais turísticas também foi um tema abordado, sendo algumas das cidades mais afetadas Barcelona, Amsterdam e Antalya (Turquia).
Por outro lado, cidades como Londres devem manter o crescimento do Turismo em 2017, mesmo com os atentados ocorridos no começo do ano. Além disso, um aumento de visitantes estrangeiros foi visto em países como Espanha, Itália e Grécia, devido ao clima semelhante a países do Oriente Médio afetados por guerras e crises políticas.
Confira abaixo a lista das 10 cidades europeias mais visitadas da Europa em 2016, e a previsão para 2017 feita pela empresa de consultoria inglesa:
Cidades | 2016 | 2017 (previsão) | Crescimento |
---|---|---|---|
Londres | 19,1 milhões | 19,8 milhões | 3,4% |
Paris | 14,3 milhões | 14,2 milhões | -0,9% |
Roma | 9,3 milhões | 9,5 milhões | 1,8% |
Istambul | 9,1 milhões | 8,6 milhões | -5,8% |
Praga | 8,1 milhões | 8,5 milhões | 4,5% |
Barcelona | 7 milhões | 7,6 milhões | 8,3% |
Milão | 6,7 milhões | 6,8 milhões | 2,8% |
Amsterdã | 6,3 milhões | 6,5 milhões | 3,6% |
Antalya | 6,1 milhões | 6,4 milhões | 4,6% |
Viena | 5,8 milhões | 6 milhões | 3% |
TERRORISMO SURTE EFEITO
Apesar das crises econômicas e políticas, as 10 cidades europeias com mais visitantes em 2016 devem manter-se em boa parte inalteradas para 2017.
Decréscimos acentuados, porém, foram observados em cidades alvos de ataques terroristas. Paris, por exemplo, que sofreu atentados nos últimos dois anos, perdeu cerca de 600 mil visitantes de 2015 para 2016, um decréscimo de 4% que a fez inclusive perder duas posições no top 10 geral das cidades mais visitadas no mundo - antes em quinto, a capital francesa terminou o ano na sétima colocação, sendo ultrapassada por Macau e Dubai, ambas na Ásia.
As chegadas a Istambul também caíram, segundo o relatório da Euromonitor, e de forma ainda mais drástica. A cidade turca perdeu cerca de 3,3 milhões de visitantes apenas de 2015 para 2016; para se ter uma ideia, isso equivaleu a uma queda de 26,6% do total de turistas na cidade, indo de 12,4 milhões para 9,1 milhões. A cidade deve perder ainda mais visitantes neste ano, com previsão de uma queda de mais 5,8%.
A cidade, além de ter sido alvo de uma série de atentados em 2016 pelo Estado Islâmico, com o mais grave deles deixando 41 mortos e mais de 230 feridos, sofreu uma tentativa de golpe de estado no ano passado, e vive em constante tensão devido à guerra civil na vizinha Síria. Recentemente, a cidade sofreu ainda com a crise política entre EUA e Turquia. Segundo o relatório da Euromonitor, a imagem do país como um destino seguro e acolhedor pode ter caído consideravelmente, resultando na queda radical de turistas estrangeiros.
Cidades como Bruxelas e Nice são outras citadas no relatório que foram prejudicadas pelo terrorismo, com redução de visitantes.
Curiosamente, a cidade de Londres, uma das mais afetadas em 2017 por atentados terroristas -foram cinco até setembro - não deve apresentar quedas de turistas neste ano. O número de visitantes internacionais deve, inclusive, aumentar 3,4% até dezembro, terminando o ano em 19,8 milhões, contra os 19,1 milhões de 2016.
Para o relatório Top 100 City Destinations,o tamanho e a natureza do qualquer ataque, bem como o tamanho da cidade e a efetividade da resposta local, tem um impacto claro na tomada de decisão dos viajantes, que não deixaram de ir para a capital britânica.
PAÍSES MEDITERRÂNEOS CRESCEM
Enquanto alguns países sofrem pelo decréscimo de turistas devido a quesitos de segurança, países como Espanha, Itália e Grécia recebem cada vez mais turistas internacionais. Segundo a Euromonitor, os três oferecem um clima semelhante a países afetados por terrorismo e por crises políticas, como Turquia, o Egito e a Tunísia, atraindo visitantes dessas e de outras regiões conflituosas do Oriente Médio.
LOW COST E AIRBNB EM ALTA
Por fim, duas indústrias específicas do Turismo têm crescido amplamente na Europa com a crise financeira: as aéreas low cost e os aluguéis de hospedagem curto prazo, principalmente através do Airbnb.
Para a Euromonitor, apesar da incertezas - ou talvez devido a elas - do Turismo europeu, as operadoras de baixo custo têm tido cada vez mais bons resultados. Exemplos não faltam, como Ryanair, Easyjet, Eurowings e até a Level, nova aérea da IAG. Fatores como a modernização das frotas e lançamento de rotas mais "agressivas" seriam os principais responsáveis pelo crescimento do setor.
Vale lembrar que, de acordo com o Airports Council International (ACI), nos últimos dez anos 99% do crescimento em tráfego de passageiros nos 20 maiores aeroportos europeus foram de responsabilidade das operadoras de baixo custo, inclusive com a entrada delas nos mercados de longo alcance. Os aeroportos europeus terão, por exemplo, 87 rotas de longa distância realizados por aéreas low cost em 2017, contra apenas 14 operadas quatro anos atrás, segundo a entidade.
Já o aluguel de quartos de curto prazo, principalmente devido aos preços mais acessíveis, também tem crescido amplamente em grandes cidades europeias. O destaque fica para a Airbnb, que segundo o relatório cresceu rapidamente em cidades como Paris, Amsterdã e Londres. Por outro lado, uma ligeira redução desse crescimento foi observada em cidades como Berlim e Barcelona, principalmente devido a saturação de turistas nessas cidades.