Ana Luiza Tieghi   |   20/03/2017 15:52

Empresas perderam credibilidade, diz estudo da Edelman

A agência de comunicação integrada Edelman Significa divulgou os resultados do seu estudo Global Edelman Trust Barometer 2017, realizado pela 17ª vez. O índice de confiança nas empresas apresentou queda de três pontos percentuais sobre o ano passado e ma

A Edelman Significa divulgou os resultados do seu estudo Global Edelman Trust Barometer 2017, realizado pela 17ª vez.

Para o setor empresarial, se acende uma luz amarela. O índice de confiança nas empresas apresentou queda de três pontos percentuais sobre o ano passado e marcou 61%. O valor é maior do que o registrado em nível global: 52%.

Com a operação Lava-Jato e a discussão sobre corrupção tão presentes no dia a dia dos brasileiros, essa preocupação não poderia ficar de fora dos resultados – e afeta as empresas.

“Pagar propina para funcionários do governo para obter contratos” é apontada no estudo como a atitude que mais afeta a confiança futura nas empresas no Brasil, seguida de “cobrar em excesso por produtos essenciais para a vida das pessoas”, “reduzir custos cortando empregos”, “reduzir custos piorando a qualidade dos produtos” e “cortar benefícios dos funcionários”.

“Apesar do envolvimento de grandes empresários nos escândalos de corrupção, o bom nível de confiança nas empresas permanece, pois simbolizam a contraposição à baixa avaliação dos governos e a possibilidade de ascensão pelo emprego e consumo”, afirma o CEO da Edelman Significa, Yacoff Sarkovas.

A maioria dos entrevistados teme perder o emprego devido aos impactos da globalização (60%), à falta de treinamento ou competências (60%), aos imigrantes que trabalham por menos (58%), à fuga de empregos para mercados mais baratos (55%) e à automação (54%).

No Brasil, o principal medo está relacionado à falta de treinamento e competência, onde a taxa é de 78%, seguido por concorrentes estrangeiros e automação, ambos com 63%.

Outro dado alarmante é que a credibilidade dos líderes empresariais caiu em todos os países pesquisados. No mundo, 60% acreditam que uma pessoa comum é uma fonte de informação sobre empresas tão confiável quando um especialista técnico (60%) ou acadêmico (60%), todos muito mais confiáveis do que um CEO (37%).

Desafio para os empresários nacionais, a marca Brasil caiu dois pontos percentuais e registrou 32% no índice de confiança, à frente apenas do México (30%) e empatada com a Índia (32%).

A boa notícia é que, no mundo, três em cada quatro entrevistados acreditam que uma empresa pode tomar medidas tanto para aumentar os lucros quanto para melhorar as condições econômicas e sociais da comunidade onde atua. No Brasil, o número é ainda mais alto: 86%.

O estudo é baseado em 33 mil entrevistas, realizadas em 28 países.

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