Especial CVC 44 anos: especialista em rodoviário
No último sábado (28), a CVC completou 44 anos de mercado. A operadora, fundada em 1972, é hoje um negócio de R$ 5,2 bilhões em vendas e, só no ano passado, embarcou quase quatro milhões de pessoas. A trajetória de sucesso foi alcançada com o empenho de colaboradores que dedicaram décadas à operado
No sábado, 28 de maio, a CVC completou 44 anos de mercado. A operadora, fundada em 1972, é hoje um negócio de R$ 5,2 bilhões em vendas e, só no ano passado, embarcou quase quatro milhões de passageiros. A trajetória de sucesso foi alcançada com o empenho de colaboradores que dedicaram décadas à operadora. E é por isso que, no aniversário da empresa, quem conta a história são eles.
Depois de conhecer a trajetória de Sueli Ruotolo, você irá descobrir um pouco mais sobre Rose Barili, uma profissional de 64 anos que entrou para a CVC graças ao seu amor pela educação. Confira!
Especializada em alfabetização de crianças, ela sonhava em trabalhar com desenho técnico para a indústria. Apaixonada por educação, chegou até a fazer um curso de história medieval na Itália. Parecia não satisfeita, então a vida continuou dando suas voltas e a profissão de guia de Turismo apresentou-se como solução em meio às incertezas. E foram as viagens que levaram Rose Barili ao encontro de Guilherme Paulus. Tudo começou em 1981, quando chegou à CVC para prestar serviços. Não demorou muito para ser convidada para substituir interinamente o cargo de gerente de Operações Rodoviárias. O prazo era curto, de apenas 45 dias, tempo que a empresa julgava suficiente para encontrar um profissional especializado. A contagem já está em 34 anos, e parece que não tem previsão de encerrar, se depender da empresa. Nem o magistrado, nem a história, muito menos a indústria. O lugar de Rose acabou sendo a mesa de um escritório de uma operadora de viagens.
“De vez em quando tenho saudade de colocar guias novos em um ônibus e mostrar como se faz esse trabalho”, reconheceu, em uma fala carregada de memórias. Em 10 de junho deste ano, a profissional completa 64 anos. Experiência e maturidade para dar algumas lições.
“Quem trabalha com Turismo acha que vai passar a vida viajando. Quem viaja é o turista. Temos de parar com essa ilusão. O que tem no Turismo é dedicação, por isso eu digo para os mais novos: ‘pega a sua bolsa, vai para o escritório, trabalha e se especializa’. É preciso conhecer o mundo para poder vendê-lo? Mentira. Se for assim, a pessoa tem de ter 150 anos pra começar a trabalhar na área, concorda?”.
Com uma equipe de 400 pessoas ao redor do globo, entre motoristas, assistentes e guias, Rose Barili conta com um time-base de seis pessoas na matriz da CVC, no ABC paulista, responsáveis por realizar operações de todos os formatos, estilos e tamanhos. Entre as lembranças que marcam a trajetória está um show do ex-Beatle Paul McCartney, realizado no Rio de Janeiro, na década de 1990, quando a CVC foi responsável por levar 73 ônibus ao Maracanã.
A Cidade Maravilhosa, aliás, segue como grande destino para os viajantes rodoviários, segundo ela. “Em 1998, quando a Mangueira ganhou o carnaval do Rio, enviamos 112 ônibus de São Paulo para o Sambódromo. No auge da Festa do Peão de Barretos (interior paulista), fretávamos 30, 40 ônibus por final de semana. Para a Oktoberfest, idem”, recorda.
A PROFISSÃO
O instinto de professora impera no dia a dia de Rose Barili. Em meio a uma série de ordens de serviços, prazos a cumprir e burocracias da posição, ela faz questão de não abandonar as raízes. Como são muitas, ajudamos você a relembrar, leitor: a de guia de Turismo. “Este profissional é mais do que um professor, é uma pessoa que tem de ser humilde, saber sorrir, servir e perceber o estilo do passageiro. O atendimento humano é essencial”, ensina.
“Vou dar um exemplo: o passageiro de primeira viagem é inseguro, por isso precisa do guia; já o viajante experiente geralmente é mais velho, e passa para o guia a responsabilidade de ser a extensão de sua família. Isso inclui ser psicólogo, professor, garçom, enfermeiro, tradutor e qualquer outra função que for necessária durante a viagem. O único patrão é o cliente. Só ele. Tem de agradar a ele, não a mim ou ao meu chefe.” Ao revelar que os cruzeiros marítimos são o produto mais complicado de se trabalhar com o rodoviário, a gerente entrega que atendeu 250 mil passageiros nesta temporada.
“O guia não tem folga, e, por consequência, eu também não. Eu tiro férias, mas não consigo desligar. Eu desativo o celular corporativo, e mesmo assim o pessoal me encontra, porque acabo passando o meu contato particular. Não adianta”, brinca.
O DESEJO:
Abertura de novos mercados. A resposta imediata de Rose Barili abre discussão para o próprio posicionamento da CVC em não investir em algumas atividades tradicionais da capital paulista, como visitas ao Mercado Municipal, rua 25 de Março, Brás e shoppings. Os muitos espetáculos que São Paulo recebe também estão incluídos na lista de desejos da gerente. A justificativa, claro, vem acompanhada de exemplos práticos.
“Este é um mercado dominado pela ´Dona Maria´, que reúne o pessoal da igreja ou do clube e acaba operando visitas informalmente. São grupos do interior do Estado que estão em busca de passeios na capital. Visite a região central da cidade aos sábados e você vai ver a imensidão de ônibus de excursões que estão estacionados. Hoje não temos essa expertise e nem a visão de que isso é lucrativo, mas eu acredito muito”, afirma ela, emendando que o rodoviário é um produto que exige muita atenção do agente de viagens, dada a complexidade e personalização da operação. Para se ter uma ideia, segundo Rose, há pacotes para o Nordeste de 14 dias que saem mais caros do que se fossem feitos com aéreo. A vivência é o atributo que justifica a tarifa menos competitiva. O mesmo acontece na Europa. “São produtos muito consumidos pela terceira idade, por isso exigem mais na hora da venda. A satisfação, por outro lado, é garantida. Não há quem não volte para casa transformado.”
O FUTURO
E para quem achou que Rose Barili está reduzindo a velocidade, pensando em encerrar as atividades, saiba que ela ainda pensa em voltar a estudar. O curso? Astronomia. “Meu plano é trabalhar mais quatro anos e fazer a minha quinta faculdade. Eu não tenho planos de parar, porque é aí que você envelhece de fato. O que eu tenho hoje é experiência acumulada”, teoriza.
A data da despedida, porém, só vai acontecer quando ela conseguir passar todas as atribuições para o futuro gerente da área. Rose ainda está em processo de análise do possível sucessor, por isso segue a todo o vapor na função.
“O Turismo é uma cachaça boa, sabe? Os dois últimos anos foram muito ricos, de extrema relevância para a minha trajetória profissional na CVC. Hoje faço parte de uma organização exemplar, com líderes em todas as áreas. Eu tenho agora monitores de desempenho por funcionário. Isso era impensável há alguns anos. Gosto da CVC porque aqui se vive do correto, não do jeitinho. Isso, para mim, é essencial. Não somos perfeitos, mas sabemos reconhecer nossos erros. O passageiro é muito importante, e eu fico extremamente satisfeita de poder levar cultura para quem já passou pelo período da escolaridade. O Brasil tem história, por mais que falem que não ou façam questão de distorcer”, encerra ela.
Depois de conhecer a trajetória de Sueli Ruotolo, você irá descobrir um pouco mais sobre Rose Barili, uma profissional de 64 anos que entrou para a CVC graças ao seu amor pela educação. Confira!
Especializada em alfabetização de crianças, ela sonhava em trabalhar com desenho técnico para a indústria. Apaixonada por educação, chegou até a fazer um curso de história medieval na Itália. Parecia não satisfeita, então a vida continuou dando suas voltas e a profissão de guia de Turismo apresentou-se como solução em meio às incertezas. E foram as viagens que levaram Rose Barili ao encontro de Guilherme Paulus. Tudo começou em 1981, quando chegou à CVC para prestar serviços. Não demorou muito para ser convidada para substituir interinamente o cargo de gerente de Operações Rodoviárias. O prazo era curto, de apenas 45 dias, tempo que a empresa julgava suficiente para encontrar um profissional especializado. A contagem já está em 34 anos, e parece que não tem previsão de encerrar, se depender da empresa. Nem o magistrado, nem a história, muito menos a indústria. O lugar de Rose acabou sendo a mesa de um escritório de uma operadora de viagens.
“De vez em quando tenho saudade de colocar guias novos em um ônibus e mostrar como se faz esse trabalho”, reconheceu, em uma fala carregada de memórias. Em 10 de junho deste ano, a profissional completa 64 anos. Experiência e maturidade para dar algumas lições.
“Quem trabalha com Turismo acha que vai passar a vida viajando. Quem viaja é o turista. Temos de parar com essa ilusão. O que tem no Turismo é dedicação, por isso eu digo para os mais novos: ‘pega a sua bolsa, vai para o escritório, trabalha e se especializa’. É preciso conhecer o mundo para poder vendê-lo? Mentira. Se for assim, a pessoa tem de ter 150 anos pra começar a trabalhar na área, concorda?”.
Com uma equipe de 400 pessoas ao redor do globo, entre motoristas, assistentes e guias, Rose Barili conta com um time-base de seis pessoas na matriz da CVC, no ABC paulista, responsáveis por realizar operações de todos os formatos, estilos e tamanhos. Entre as lembranças que marcam a trajetória está um show do ex-Beatle Paul McCartney, realizado no Rio de Janeiro, na década de 1990, quando a CVC foi responsável por levar 73 ônibus ao Maracanã.
A Cidade Maravilhosa, aliás, segue como grande destino para os viajantes rodoviários, segundo ela. “Em 1998, quando a Mangueira ganhou o carnaval do Rio, enviamos 112 ônibus de São Paulo para o Sambódromo. No auge da Festa do Peão de Barretos (interior paulista), fretávamos 30, 40 ônibus por final de semana. Para a Oktoberfest, idem”, recorda.
A PROFISSÃO
O instinto de professora impera no dia a dia de Rose Barili. Em meio a uma série de ordens de serviços, prazos a cumprir e burocracias da posição, ela faz questão de não abandonar as raízes. Como são muitas, ajudamos você a relembrar, leitor: a de guia de Turismo. “Este profissional é mais do que um professor, é uma pessoa que tem de ser humilde, saber sorrir, servir e perceber o estilo do passageiro. O atendimento humano é essencial”, ensina.
“Vou dar um exemplo: o passageiro de primeira viagem é inseguro, por isso precisa do guia; já o viajante experiente geralmente é mais velho, e passa para o guia a responsabilidade de ser a extensão de sua família. Isso inclui ser psicólogo, professor, garçom, enfermeiro, tradutor e qualquer outra função que for necessária durante a viagem. O único patrão é o cliente. Só ele. Tem de agradar a ele, não a mim ou ao meu chefe.” Ao revelar que os cruzeiros marítimos são o produto mais complicado de se trabalhar com o rodoviário, a gerente entrega que atendeu 250 mil passageiros nesta temporada.
“O guia não tem folga, e, por consequência, eu também não. Eu tiro férias, mas não consigo desligar. Eu desativo o celular corporativo, e mesmo assim o pessoal me encontra, porque acabo passando o meu contato particular. Não adianta”, brinca.
O DESEJO:
Abertura de novos mercados. A resposta imediata de Rose Barili abre discussão para o próprio posicionamento da CVC em não investir em algumas atividades tradicionais da capital paulista, como visitas ao Mercado Municipal, rua 25 de Março, Brás e shoppings. Os muitos espetáculos que São Paulo recebe também estão incluídos na lista de desejos da gerente. A justificativa, claro, vem acompanhada de exemplos práticos.
“Este é um mercado dominado pela ´Dona Maria´, que reúne o pessoal da igreja ou do clube e acaba operando visitas informalmente. São grupos do interior do Estado que estão em busca de passeios na capital. Visite a região central da cidade aos sábados e você vai ver a imensidão de ônibus de excursões que estão estacionados. Hoje não temos essa expertise e nem a visão de que isso é lucrativo, mas eu acredito muito”, afirma ela, emendando que o rodoviário é um produto que exige muita atenção do agente de viagens, dada a complexidade e personalização da operação. Para se ter uma ideia, segundo Rose, há pacotes para o Nordeste de 14 dias que saem mais caros do que se fossem feitos com aéreo. A vivência é o atributo que justifica a tarifa menos competitiva. O mesmo acontece na Europa. “São produtos muito consumidos pela terceira idade, por isso exigem mais na hora da venda. A satisfação, por outro lado, é garantida. Não há quem não volte para casa transformado.”
O FUTURO
E para quem achou que Rose Barili está reduzindo a velocidade, pensando em encerrar as atividades, saiba que ela ainda pensa em voltar a estudar. O curso? Astronomia. “Meu plano é trabalhar mais quatro anos e fazer a minha quinta faculdade. Eu não tenho planos de parar, porque é aí que você envelhece de fato. O que eu tenho hoje é experiência acumulada”, teoriza.
A data da despedida, porém, só vai acontecer quando ela conseguir passar todas as atribuições para o futuro gerente da área. Rose ainda está em processo de análise do possível sucessor, por isso segue a todo o vapor na função.
“O Turismo é uma cachaça boa, sabe? Os dois últimos anos foram muito ricos, de extrema relevância para a minha trajetória profissional na CVC. Hoje faço parte de uma organização exemplar, com líderes em todas as áreas. Eu tenho agora monitores de desempenho por funcionário. Isso era impensável há alguns anos. Gosto da CVC porque aqui se vive do correto, não do jeitinho. Isso, para mim, é essencial. Não somos perfeitos, mas sabemos reconhecer nossos erros. O passageiro é muito importante, e eu fico extremamente satisfeita de poder levar cultura para quem já passou pelo período da escolaridade. O Brasil tem história, por mais que falem que não ou façam questão de distorcer”, encerra ela.