CVC abre capital em até 2 anos, diz Carlyle em entrevista
Fernando Borges, presidente do Carlyle na América do Sul, falou ao Portal PANROTAS sobre oportunidades, metas, abertura de capital e motivos que levaram um dos maiores grupos financeiros do mundo a investir no turismo brasileiro.
Dobrar o tamanho da CVC em quatro ou cinco anos, iniciar um intenso processo de internacionalização e sofisticar a gestão financeira da operadora. Estes são apenas alguns dos planos do Grupo Carlyle para a CVC Operadora. Fernando Borges (foto), presidente do Carlyle na América do Sul, falou ao Portal PANROTAS sobre oportunidades, metas, abertura de capital e motivos que levaram um dos maiores grupos financeiros do mundo a investir no turismo brasileiro.
Portal PANROTAS - Por que investir em turismo no Brasil?
FERNANDO BORGES - O setor de turismo se enquadra na linha de investimentos que temos feito no Brasil. Com a estabilização da economia, o aumento da classe média, do poder aquisitivo, os brasileiros estão gastando mais com automóveis, eletrônicos, e as viagens são um item de desejo. A CVC soube capturar esse crescimento, focou bastante no doméstico e tem oferecido pacotes com qualidade a preços acessíveis, o que a tem feito crescer.
PP - Que oportunidades vê com a Copa 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016?
BORGES - A dinâmica vai mudar bastante em função destes eventos. Serão necessários investimentos que vão incentivar o turismo, promovendo o País no Exterior, atraindo consumidores estrangeiros e melhorando a infraestrutura para quem viaja aqui dentro.
PP - Quais são os planos para a CVC?
BORGES - Uma das características do grupo Carlyle não é investir para trocar, mudar. Nós investimos na CVC porque ela tem um histórico de crescimento. Gostamos muito do atual manager (Valter Patriani), e foi importante chegar a um acordo para que ele continue tocando. Não queremos inventar a roda, o que vamos fazer é dar um suporte para que a empresa cresça de forma sustentável. Dobrar do tamanho da CVC, tendo em vista o tamanho que ela já tem, não é fácil. Ela precisa de uma gestão financeira mais sofisticada, mais tecnologia para que possa crescer. Queremos que o Patriani continue vendendo, aumentando a presença da CVC dentro do Brasil. Acreditamos que talvez em cinco anos a CVC seja uma das cinco maiores do mundo. Temos planos de internacionalização da empresa, que já tem uma marca forte nos países vizinhos.
PP - O grupo vai comprar outras empresas de turismo no Brasil ou na América Latina?
BORGES - No Brasil, não. Não achamos que para crescer seja preciso mais aquisição. A CVC já é uma empresa líder. No Brasil ainda é baixo o número de pessoas que viaja com operadores e agentes na comparação com mercados mais maduros. Existe espaço para o crescimento orgânico, sem necessidade de aquisição.
PP - Outros setores turísticos estão sendo analisados pelo grupo? Se o Congresso Nacional permitir aumentar a participação de estrangeiros em companhias aéreas nacionais dos atuais 20% para 49%, haveria interesse do Carlyle?
BORGES - Não. A aviação é um setor muito diferente do da operação de turismo. São riscos e retornos diferentes. Hoje não é uma área que estejamos procurando oportunidades, pois existem muitas restrições. O Carlyle tem uma culutra de aquisição de controle, o que inviabilizaria a entrada neste setor.
PP - Como será a sinergia da CVC com outras empresas do grupo, especialmente no turismo, como a operadora espanhola Orizonia e a locadora Hertz?
BORGES - A CVC já mantem relações com essas empresas, e a ideia é que elas continuem. Vamos promover uma intensificação ainda maior, mas não há planos de integração, junção. São empresas independentes.
PP - A planejada abertura de capital pode se dar antes de 2014?
BORGES - A CVC já vem em um processo desde 2007 para a abertura, era uma alternativa do Guilherme Paulus se o negócio não fosse feito conosco. Então a empresa vem se preparando, existe um dever de casa ainda a ser feito, é preciso implementar uma governança corporativa a nível do nosso mercado, deixar a gestão financeira mais sofistica, melhorar sistemas. Mas em um ou dois anos a empresa deverá estar pronta. A partir daí é condição do mercado, interesse dos acionistas em pulverizar as ações. Temos interesse, existem poucas empresas dessa natureza negociadas na bolsa, e a CVC tem tamanho, números e histórico de sucesso para participar desse novo mercado.
PP - Qual o mercado prioritário na América Latina?
BORGES - É natural que o processo de internacionalização comece pelos países vizinhos, como Chile e Argentina, onde a CVC já tem um nome muito forte.
PP - Quais são os planos para a área de cruzeiros marítimos?
BORGES - É um setor que vem crescendo muito. Por esse motivo o incluímos na negociação. A CVC já tem uma participação relevante no segmentor e estamos avaliando qual será a melhor estratégia para as próximas temporadas: se é aumentar oferta, fazer parcerias...
PP - Qual é a meta de crescimento para a CVC este ano?
BORGES - Eu prefiro dizer que nosso objetivo é dobrar o tamanho da empresa a cada quatro ou cinco anos.
Portal PANROTAS - Por que investir em turismo no Brasil?
FERNANDO BORGES - O setor de turismo se enquadra na linha de investimentos que temos feito no Brasil. Com a estabilização da economia, o aumento da classe média, do poder aquisitivo, os brasileiros estão gastando mais com automóveis, eletrônicos, e as viagens são um item de desejo. A CVC soube capturar esse crescimento, focou bastante no doméstico e tem oferecido pacotes com qualidade a preços acessíveis, o que a tem feito crescer.
PP - Que oportunidades vê com a Copa 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016?
BORGES - A dinâmica vai mudar bastante em função destes eventos. Serão necessários investimentos que vão incentivar o turismo, promovendo o País no Exterior, atraindo consumidores estrangeiros e melhorando a infraestrutura para quem viaja aqui dentro.
PP - Quais são os planos para a CVC?
BORGES - Uma das características do grupo Carlyle não é investir para trocar, mudar. Nós investimos na CVC porque ela tem um histórico de crescimento. Gostamos muito do atual manager (Valter Patriani), e foi importante chegar a um acordo para que ele continue tocando. Não queremos inventar a roda, o que vamos fazer é dar um suporte para que a empresa cresça de forma sustentável. Dobrar do tamanho da CVC, tendo em vista o tamanho que ela já tem, não é fácil. Ela precisa de uma gestão financeira mais sofisticada, mais tecnologia para que possa crescer. Queremos que o Patriani continue vendendo, aumentando a presença da CVC dentro do Brasil. Acreditamos que talvez em cinco anos a CVC seja uma das cinco maiores do mundo. Temos planos de internacionalização da empresa, que já tem uma marca forte nos países vizinhos.
PP - O grupo vai comprar outras empresas de turismo no Brasil ou na América Latina?
BORGES - No Brasil, não. Não achamos que para crescer seja preciso mais aquisição. A CVC já é uma empresa líder. No Brasil ainda é baixo o número de pessoas que viaja com operadores e agentes na comparação com mercados mais maduros. Existe espaço para o crescimento orgânico, sem necessidade de aquisição.
PP - Outros setores turísticos estão sendo analisados pelo grupo? Se o Congresso Nacional permitir aumentar a participação de estrangeiros em companhias aéreas nacionais dos atuais 20% para 49%, haveria interesse do Carlyle?
BORGES - Não. A aviação é um setor muito diferente do da operação de turismo. São riscos e retornos diferentes. Hoje não é uma área que estejamos procurando oportunidades, pois existem muitas restrições. O Carlyle tem uma culutra de aquisição de controle, o que inviabilizaria a entrada neste setor.
PP - Como será a sinergia da CVC com outras empresas do grupo, especialmente no turismo, como a operadora espanhola Orizonia e a locadora Hertz?
BORGES - A CVC já mantem relações com essas empresas, e a ideia é que elas continuem. Vamos promover uma intensificação ainda maior, mas não há planos de integração, junção. São empresas independentes.
PP - A planejada abertura de capital pode se dar antes de 2014?
BORGES - A CVC já vem em um processo desde 2007 para a abertura, era uma alternativa do Guilherme Paulus se o negócio não fosse feito conosco. Então a empresa vem se preparando, existe um dever de casa ainda a ser feito, é preciso implementar uma governança corporativa a nível do nosso mercado, deixar a gestão financeira mais sofistica, melhorar sistemas. Mas em um ou dois anos a empresa deverá estar pronta. A partir daí é condição do mercado, interesse dos acionistas em pulverizar as ações. Temos interesse, existem poucas empresas dessa natureza negociadas na bolsa, e a CVC tem tamanho, números e histórico de sucesso para participar desse novo mercado.
PP - Qual o mercado prioritário na América Latina?
BORGES - É natural que o processo de internacionalização comece pelos países vizinhos, como Chile e Argentina, onde a CVC já tem um nome muito forte.
PP - Quais são os planos para a área de cruzeiros marítimos?
BORGES - É um setor que vem crescendo muito. Por esse motivo o incluímos na negociação. A CVC já tem uma participação relevante no segmentor e estamos avaliando qual será a melhor estratégia para as próximas temporadas: se é aumentar oferta, fazer parcerias...
PP - Qual é a meta de crescimento para a CVC este ano?
BORGES - Eu prefiro dizer que nosso objetivo é dobrar o tamanho da empresa a cada quatro ou cinco anos.