Compra da Visual pela CVC não inclui e-HTL; entenda
A compra da Visual Turismo pela CVC, anunciada ontem, pelo valor de R$ 67,9 milhões (com outros R$ 17 milhões podendo ser resgatados pelo antigo dono, Afonso Louro, em quatro anos), não incluiu a e-HTL, operadora de hotéis do grupo. Segundo Afonso Gomes Louro, em entrevi
A compra da Visual Turismo pela CVC, anunciada ontem, pelo valor de R$ 67,9 milhões (com outros R$ 17 milhões podendo ser resgatados pelo antigo dono, Afonso Louro, em quatro anos), não incluiu a e-HTL, operadora de hotéis do grupo. Segundo Afonso Gomes Louro, em entrevista ao Portal PANROTAS, ele e sua esposa, Daise, terão 90 dias para deixar a sociedade da e-HTL, que será exclusivamente de seus filhos Flávio e Rogério Louro.
Confira a seguir trechos da entrevista com Louro:
PORTALPANROTAS – Por que o senhor decidiu vender a Visual Turismo para a CVC?
AFONSO LOURO – Como você sabe, tivemos outras propostas, de um grupo árabe e de um grupo inglês, mas sempre achei que a sinergia com outra cultura seria um processo mais traumático. Ia ser mais difícil a adaptação. Com a CVC essa questão será mais fácil, temos negócios similares. E a consolidação de empresas é uma tendência mundial e algo que já está forte no Brasil. Com isso, temos mais chances de crescer.
PP – O senhor fica por mais quanto tempo à frente da Visual? O que muda?
LOURO – Fico por mais três anos, com possibilidade de renovar. As sinergias com a CVC começam hoje, mas nada muda de imediato em nossa estrutura. Teremos uma administração independente, a marca continua. A CVC quer explorar e aproveitar o que temos de melhor, que é a expertise de atender as agências de viagens e esse relacionamento com os agentes e fornecedores, que é um dos pilares de nossa indústria e que deve continuar.
PP – Em um mundo tecnológico, quão importante ainda é esse relacionamento no Turismo?
LOURO – É fundamental. Seja nas vendas, como na parte de produtos. O cliente não acha os produtos da Visual Turismo na internet. Temos produtos personalizados, de hotéis de luxo, de ecoturismo, e uma expertise em que a CVC viu valor para agregar a seu portfólio. Este ano estou completando 53 anos de Turismo e mais de 50 atendendo o agente de viagens, profissional que valorizo, respeito e que continuarei respeitando.
PP – Como está a venda da Visual atualmente, dentro desses cerca de R$ 400 milhões movimentados anualmente?
LOURO – O doméstico varia de 65% a 68% e temos investido nesses produtos variados e elaborados. Estamos com 250 colaboradores e a empresa completa 31 anos. Com certeza é uma grande conquista ter fechado esse negócio com a CVC. Tive uma reunião ótima como presidente Falco (Luiz Eduardo, da CVC) ontem e ele me deixou à vontade para tocar esse projeto. Afinal, eles viram valor na Visual como ela é hoje.
PP – E qual a sensação, agora que o negócio está finalizado?
LOURO – A ficha ainda não caiu. Foram seis meses de negociação e, como disse, estou à vontade. Vou me adaptar bem, acredito. Vamos crescer bastante com esse poder de compra da CVC, com as sinergias que já começaram.