Da Redação   |   04/10/2017 15:42

Artigo: Turismo pode ser feito sem intermediação humana?

Esse é o questionamento da diretora de Eventos da WTM Latin America, Luciane Leite. Ela escreve que o Turismo necessita cada vez mais – e irá continuar – do toque humano para se desenvolver.

Emerson Souza
Em tempos de tecnologia cada vez mais avançada, vale a pena confiar seu trabalho e sua experiência sem a presença humana? Esse é o questionamento da diretora de Eventos da WTM Latin America, Luciane Leite. Ela escreve que o Turismo necessita cada vez mais – e irá continuar – do toque humano para se desenvolver. Confira a leitura na íntegra:

O elemento humano na indústria do Turismo

Podemos reservar um voo via aplicativo e fazer o check-in pelo celular, mas sem o comandante, as aeromoças ou mesmo os responsáveis por despachar nossas bagagens, a viagem não acontece. Sem a recepcionista do hotel ou mesmo o carregador de malas não conseguiremos chegar aos nossos quartos. Imagine, então, conhecer uma cidade como Paris sem um guia? Não adianta apelar para o inglês ou para o famoso “embromation”.

É fato: na indústria do Turismo, que move R$ 131,12 bilhões por ano, aproximadamente 8% do PIB nacional, de acordo com a Embratur, sem o elemento humano, nada é possível. É este o combustível ideal para que ele seja tão encantador. Mesmo em tempos modernos, onde podemos encontrar guias on-line para quase todo lugar, a conversa olho no olho, a empatia com cada viajante e os sorrisos possuem valores imensuráveis.

O Turismo, além de seu poder agregador, é um setor que promove experiências inesquecíveis, tanto para quem consome um produto ou uma viagem, quanto para quem oferece ou recebe um viajante. Há a troca de experiência, o contato com novos idiomas ou mesmo com as particularidades de uma nova cultura. Como dizia Quintana: “viajar é mudar a roupa da alma”.

Este mercado é um dos poucos que consegue manter uma curva de crescimento ascendente ano a ano. A Organização Mundial do Turismo (OMT) aponta, inclusive, otimismo do setor, com projeção de aumento de 3% a 4% nas chegadas internacionais em todo o mundo ainda neste ano, com destaque para as regiões da África e Pacífico (5% a 6%), das Américas (de 4% a 5%) e da Europa (de 2% a 3%).

A indústria de eventos também enfrenta grandes desafios ao se deparar com tanta tecnologia “roubando” a cena de encontros pessoais, mas acredito que os eventos jamais serão substituídos pela tecnologia, eles continuarão sendo peças fundamentais para o sucesso dos negócios.

Ultimamente, a presença da tecnologia vem trazendo muita insegurança nas pessoas, e ter confiança em alguém ao fechar um negócio e uma parceria é crucial para que você atinja os resultados que busca. Você irá confiar o seu trabalho nas mãos de pessoas que nunca viu?

A WTM Latin America, por exemplo, é um evento que não aconteceria sem a presença física das pessoas e, hoje, depois de cinco anos, se tornou o evento mais internacional da América Latina, proporcionando mais de US$ 374 milhões em negócios. Quando o evento acontece e vemos as pessoas apertando as mãos, se abraçando e olhando no olho, me emociono, pois lembro de como nossa indústria é motivadora. Você já se perguntou o que move você?

Luciane Leite é diretora de Eventos da WTM Latin America

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