Guerra de dados: viagens para EUA caem ou sobem?
Donald Trump e suas medidas para aumentar a segurança nos Estados Unidos, incluindo as fronteiras aéreas e terrestres, e as relações internacionais do país com o resto do mundo estão no centro das discussões do IPW 2017, que ocorre na capital america
WASHINGTON – Donald Trump e suas medidas para aumentar a segurança nos Estados Unidos, incluindo as fronteiras aéreas e terrestres, e as relações internacionais do país com o resto do mundo estão no centro das discussões do IPW 2017, que ocorre na capital americana até amanhã.
A US Travel Association e a Brand USA dizem que ainda é cedo para dizer que a administração do atual presidente está impactando negativamente a indústria de viagens. Sim, há uma percepção (errada, segundo eles) de que ficou mais difícil entrar nos Estados Unidos, mas os números mostram que não houve queda de visitas e sim de gastos, devido à força do dólar em todo o mundo. O presidente da entidade, Roger Dow, divulgou pesquisa da Oxford Economics para abril que mostra que o número de visitantes internacionais aumentou no quarto mês do ano, o primeiro que teria o impacto das medidas de Trump, já que a média de antecedência na reserva de viagem para os EUA é de 57 dias.
Dow ficou surpreso com os números, mas está cauteloso e preocupado. Ele sabe que há quedas importantes em mercados como o México (-4%) e o Reino Unido (-6,1%), e que a percepção negativa em relação ao país permanece. “Queremos fechar o país para os terroristas. Isso é fato. Mas mostrar que estamos abertos para negócios, turistas e todo o resto”, diz ele. Essa mensagem, segundo Dow, não está sendo passada, apesar de existir dentro do governo federal. “A preocupação com segurança dentro da Casa Branca é genuína, mas eles sabem da importância dos visitantes internacionais. Precisamos de segurança e de boas-vindas para esses visitantes”.
Ainda segundo a pesquisa divulgada pela US Travel, a América Latina tem crescimento de 2%, especialmente por causa da Argentina e da Colômbia, e a Ásia registra 4,4% de incremento no envio de turistas, com China e Índia obtendo índices de mais de 8%.
“Já passamos por isso (percepção negativa após ações exageradas) depois do 11 de setembro e não vamos deixar a indústria dar passos atrás. O Turismo é um terço da exportação de serviços dos Estados Unidos e 11% das exportações totais. O presidente Trump é um homem de negócios, um hoteleiro, inteligente e vamos trazê-lo para nosso lado, como fizemos com o presidente Obama, o melhor (presidente) para o Turismo até agora”, disse Roger Dow.
Pela pesquisa da Oxford Economics o índice de visitação nos Estados Unidos está em 50,7 (dados de abril), subindo para 51,1 nos próximos três meses e 50,9 nos seis meses futuros. Pelo índice, qualquer valor acima de 50 significa crescimento e abaixo declínio de viagens internacionais.
“Vamos corrigir essa noção de que os Estados Unidos não querem turistas. E repito que a Brand USA veio para ficar, pois é fundamental nesse papel”, refirmou Dow.
OUTROS ÂNGULOS
Algumas outras pesquisas, porém, mostram que os Estados Unidos deveriam estar mais preocupados com os números de visitantes estrangeiros. Segundo o CEO da Foursquare, que consegue monitorar as viagens e visitas de 13 milhões de usuários via smartphone (por meio de pesquisas consentidas), incluindo 93 milhões de espaços públicos no mundo, os Estados Unidos perderam 11% de share em visitas internacionais no ranking global, de outubro de 2016 a março de 2017. A Califórnia, especialmente Los Angeles e San Diego, seria o destino mais afetado.
Uma outra pesquisa, da Tourism Economics, mostra que o impacto negativo das medidas de Donaldo Trump em relação a viagens internacionais será de US$ 18 bilhões na economia americana, com a perda de 107 mil empregos.
O site de buscas Kayak também divulgou que a procura pelos Estados Unidos caiu 12%.
Roger Dow está ciente do panorama, mas diz que ainda não tem dados concretos de queda de visitantes, apenas de gastos no país. Mas que a US Travel está em contato diário com a administração federal para fazer lobby pela indústria de Viagens e Turismo. Já o chair da US Travel, Geoff Ballotti, também CEO do grupo Wyndgam, disse que os Estados Unidos precisam ser seguros e hospitaleiros ao mesmo tempo e que a infraestrutura para apoiar as viagens, especialmente os aeroportos, precisam melhorar com urgência. “Uma América conectada é uma América competitiva”.
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