Além do espaço compartilhado: os atuais coworkings
Após uma década desde o seu surgimento, o coworking, um modelo que se baseia no compartilhamento de espaço e recursos de escritório, não apenas se popularizou em grandes cidades, como também busca inovações que o torne cada vez menos com a car
Após uma década desde o seu surgimento, o coworking, um modelo que se baseia no compartilhamento de espaço e recursos de escritório, não apenas se popularizou em grandes cidades, como também busca inovações que o torne cada vez menos com a cara de um simples ambiente de trabalho.
A Deskmag, revista especializada no setor, estima que haverá pelo menos dez mil espaços de coworking até o final do ano em todo o mundo. Apenas o distrito de Manhattan, em Nova York (Estados Unidos), dedica mais de 460 mil metros quadrados aos espaços coletivos, de acordo com a empresa de serviços imobiliários Cushman & Wakefield.
Avaliada em cerca de US$ 16 bilhões, a startup de coworking mais valiosa do mundo é a We Work, que abriu o seu primeiro escritório em 2010. Inicialmente, quando não havia muitos concorrentes, o chope oferecido aos usuários para happy hours era considerado uma regalia, porém hoje, com o crescimento da concorrência, é preciso mais benefícios para chamar a atenção.
“O setor está maluco. O coworking era um fenômeno do ramo de escritórios. Agora há empresas de tecnologia, oficinas de fabricação, laboratórios, cozinhas comunitárias e oficinas mecânicas”, diz o consultor de pequenos negócios da Emergent Research, Steve King.
A Primary, por exemplo, aposta no bem-estar de seus usuários. Programas de exercícios, kombucha (uma bebida probiótica) e lanches saudáveis fazem parte do pacote. Para a empresa, investir em determinado foco e público-alvo possibilita a construção de uma “comunidade” dentro do espaço, capaz de transformar vida e trabalho em uma única coisa.
O sócio-fundador da Neue House, James O’Reilly, acredita que “as pessoas são mais felizes quando elas vivem o trabalho de forma mais confortável, quando se trata de algo para o qual elas não precisam se isolar.” Já a professora da Escola Ross de Administração da Universidade de Michigan, Gretchen Spreitzer, afirma que os espaços de coworking possibilita a conciliação de seus “verdadeiros eu” com o ambiente de trabalho – tendo até mesmo a opção de trabalhar no mesmo ambiente, embora com negócios diferentes, com quem tem afinidades semelhantes. A professora alerta, contudo, que tal ambiente propicia a auto-seleção e delimita a convivência mais diversificada em sua rotina.