Diego Verticchio   |   27/11/2015 17:18

Sustentabilidade é tema de debate na Braztoa; veja

Ao todo seis pessoas subiram ao palco para falarem de sustentabilidade, cada um em sua área. Entre os representantes estiveram o Ministério do Turismo, que abordou a acessibilidade do turismo, e a Organização Mundial do Turismo, que falou sobre os objetivos do desenvolvimento sustentável

Inspirada no TedX, a Braztoa realiza pela primeira vez o Seeds – Semeando a Excelência do Turismo Sustentável, série de capacitações curtas, de até 20 minutos. Ao todo seis pessoas subiram ao palco para falarem de sustentabilidade, cada um em sua área. Entre os representantes estiveram o Ministério do Turismo, que abordou a acessibilidade do turismo, e a Organização Mundial do Turismo, que falou sobre os objetivos do desenvolvimento sustentável.

Veja abaixo cada assunto abordado.

Fernanda Daltro – Compras sustentáveis no Turismo
A representante do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Fernanda Daltro, falou sobre compras sustentáveis no turismo. Na opinião dela já há uma mudança no sentimento das pessoas, que não compram apenas pensando em preço e qualidade, mas sim no efeito que ele item adquirido pode causar. Mesmo assim, ela reforçou que compras produtos sustentáveis é, na maioria das vezes, mais difícil e caro. “Dá mais trabalho, mas conforme for aumentando a demanda aumentará a oferta e isso é natural. Ou seja, mais pessoas comprando, mais pessoas produzindo itens sustentáveis”, afirmou.

Fernando Beltrame – Resíduo Zero
Fernando Beltrame, da Ecaplan e um dos jurados do Prêmio Sustentabilidade Braztoa, falou sobre resíduos. Segundo números apresentados por ele, 60% dos municípios brasileiros destinam de forma inadequada seus resíduos. Em uma comparação, a cidade de São Paulo destina apenas 3% dos resíduos de forma correta, enquanto que San Francisco, na Califórnia, destina 85% dos resíduos de forma correta. “No Brasil, 1,9% das pessoas morrem diariamente por conta dos lixos. Outro dado é que um brasileiro gera por dia um quilo de resíduo, se você somar pela população do País o número é alarmante”, disse.

Caco de Paula – Análise do Ambiente Externo
O jornalista e diretor da Auá Brasil Caco de Paula defendeu que a perspectiva muda de acordo com a realidade e usou como exemplo a falta de água na cidade de São Paulo. “Antes a chuva era um problema. Quando chovia era um transtorno, todos corriam para partes cobertas e abriam seus guardas chuvas. Com a falta de água a chuva se tornou uma bênção e cada vez que chove as pessoas correm para fora de casa com baldes e cisternas abertas para captação de água”.

Isabel Barnasque – Turismo Acessível
A representante do Ministério do Turismo apresentou um número, no mínimo impressionante: no Brasil 23% das pessoas entrevistas no último censo se declararam com alguma deficiência. Ainda segundo números com base no senso, 17% da população é considerada obesa, enquanto que 23 milhões de brasileiros são idosos e, portanto, com mobilidade reduzida. “É um número grande, por isso o Ministério do Turismo criou um aplicativo em 2014 sobre acessibilidade no turismo. Nele é possível identificar e pontuar estabelecimentos que atendam pessoas com mobilidade reduzida ou algum tipo de deficiência”, disse. Ela lembrou ainda algumas normas e leis que foram criadas, entre elas a que garante 5% dos quartos nos hotéis para pessoas com alguma deficiência ou mobilidade reduzida.

Marcelo Veloso – Jogos Olímpicos Rio 2016
Representando a Autoridade Pública Olímpica (APO), Marcelo Veloso lembrou que a candidatura do Rio está pautada em três eixos: oportunidade, legado e economia. “A oportunidade é podermos antecipar políticas públicas que seriam feitas daqui alguns anos, como o VLT. O legado é deixar algo tangível e intangível para a cidade do Rio, como os equipamentos olímpicos. E economia é poder fazer jogos baratos, contando com a parceria da iniciativa privada”. Ele lembrou ainda que todas as interferências físicas feitas para os Jogos terão uso pós Rio 2016.

Marcio Favilla – Objetivos do Desenvolvimento Sustentável
Diretor da Organização Mundial do Turismo (OMT), o brasileiro Marcio Favilla lembrou dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), uma série de metas criada pela ONU há 15 anos e que nortearam (ou deveria nortear) ações de todos os países filiados membros da entidade. Entre as metas, algumas são destinadas ao turismo, o que segundo ele, comprova a importância da atividade. “Turismo é a segunda atividade econômica mais relevante em 22 de 48 países considerados subdesenvolvido”, garantiu. Entre os ODS que o turismo pode se beneficiar estão: eliminar pobreza; alcançar igualdade de gênero; reduzir desigualdade nos países e entre os países; conseguir que cidades sejam includentes e sustentáveis; combater a mudança climática; e por fim proteger e restabelecer para que não haja perda da biodiversidade.

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