Artur Luiz Andrade   |   09/02/2015 10:21

CVC pediu à Azul menos proteção à Azul Viagens

A CVC fez uma queixa formal ao fundador e presidente do Conselho da Azul, David Neeleman, dizendo que percebe um benefício excessivo à operadora Azul Viagens na venda de pacotes por preços muito baixos. O vice-presidente da CVC, Valter Patriani, falou ao Portal PANROTAS sobre o tema, alegando que um

A CVC fez uma queixa formal ao fundador e presidente do Conselho da Azul, David Neeleman, dizendo que percebe um benefício excessivo à operadora Azul Viagens na venda de pacotes por preços muito baixos. O vice-presidente da CVC, Valter Patriani, falou ao Portal PANROTAS sobre o tema, alegando que uma concessionária de serviço público (a companhia aérea Azul) não deveria usar essa condição para beneficiar outra empresa do grupo, pertencente a outro segmento, e impactando na concorrência deste mesmo segmento, no caso de operadoras.

Patriani inclusive cita matéria do Portal PANROTAS para crer que a Azul Viagens já esteja pensando em mudanças. Na matéria, o diretor o diretor de Planejamento e Alianças da Azul e diretor da Azul Viagens, Marcelo Bento, fala que o objetivo não é fazer da Azul Viagens uma operadora low-cost/low-fare e que os voos usados pela operadora do grupo têm assentos abertos para qualquer outra operadora.

Segundo Patriani, "é verdade que os voos estão abertos, mas a tarifa que a Azul Viagens consegue é bem menor que a disponível para outras operadoras".

O vice-presidente da CVC cita o caso da Copa Vacations para dar um exemplo do que seria uma atitude recomendável no mercado de operadoras de empresas aéreas “A CVC não faz parte do pool da Copa Vacations, operadora da Copa Airlines, e por isso tem uma tarifa maior que as operadoras desse pool. Mas não é uma diferença que impeça a CVC de ser competitiva. Podemos fazer ajustes na composição do pacote e continuarmos competitivos no mercado. No caso da Azul Viagens a conta não fecha para nenhuma operadora. Fica impossível competir com os preços que ela pratica, devido aos benefícios recebidos da Azul Linhas Aéreas, que é uma concessionária pública e não poderia privilegiar uma empresa do grupo, mexendo com um outro setor que não o seu original”, explica.

“Respeitamos a Azul Viagens, uma empresa séria, que está começando, somos parceiros da Azul, que é um belo case na aviação brasileira, mas como concessionária pública a empresa aérea não pode beneficiar com esse excesso uma empresa sua em outro segmento. As demais operadoras têm o direito de no mínimo poderem competir, afinal, repito, trata-se de uma concessão pública. Os slots operados pela Azul pertencem ao governo”, continua, acreditando que a situação vai se resolver.

“Quando li a reportagem no Portal PANROTAS, vi nas palavras do Marcelo Bento, profissional muito sério no mercado, um passo na direção correta, mas na prática isso ainda não ocorreu. Fomos à Azul, falamos com o David (Neeleman), agora estamos aguardando uma posição, uma definição da Azul em relação à Azul Viagens”, finaliza Patriani.

O tema de operadoras de empresas aéreas é polêmico em todo o mundo e no Brasil a Tam Viagens foi banida da Feira da Abav por anos a fio. Há alguns anos passou a poder expor na feira, em um movimento de entendimento que a operadora concorria de igual para igual com as demais. Ingressou, inclusive, na Braztoa. Já a Gol optou por um modelo em que é parceira de diversas operadoras. E a Azul Viagens chegou apostando em franquias e principalmente no interior do Estado.

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