Airbnb vai atacar resorts e hospedagem "à moda antiga"

Em busca de conquistar uma fatia maior do mercado, o Airbnb trouxe uma nova estratégia de promoção: hospitalidade à moda antiga. Nesse novo modelo, a plataforma chegou a divulgar, para reservas até outubro, descontos de até US$ 100 para hospedagens nos 13 melhores destinos da América do Norte, porém a oferta não incluía imóveis urbanos, cujos proprietários residam no local – no clássico modelo oferecido pelo serviço.

A nova estratégia tem como objetivo angariar negócios em resorts de pontos tradicionais – no exemplo acima, em destinos de esqui, como Aspen, Jackson Hole, Stowe e Whistler. A nova promoção também deverá mostrar que a startup vai pensar não apenas na demografia de grandes centros urbanos, mas também na geografia dos mais variados destinos.

Além disso, o Airbnb define a diferença de mercado de resorts tradicionais em comparação com áreas urbanas ou suburbanas, ao invés de listas com acomodações com gerenciamento profissionais ou autogeridas. Com equipes conectadas em atividade em diferentes localidades, como Bali, Cape Cod, Hawaii, Provence, e assim por diante, há também uma abordagem exclusiva para quem busca por destinos mais tradicionais, como Paris.

De acordo com o diretor de Conteúdo da empresa, Michael Endelman, há alguns anos, o Airbnb percebeu que resorts têm um tipo diferente de acomodações e de hóspedes. Por conta dessa nova perspectiva, a plataforma criou uma “sub-categoria” para melhor servir as áreas de resorts. Ao ajustar o produto e o marketing da empresa, foi possível ter uma nova quota, além de atingir a meta de quadruplicar a listagem de resorts aderidos – com um número aproximado de um milhão.

O Airbnb ainda estima que cerca de 70% dos gerentes de propriedades de férias têm pelo menos dez anúncios. Segundo o diretor, tais anúncios não necessariamente foram feitos por empresas de administração de imóveis, mas de pequenos resorts típicos. "Esse perfil de acolhimento se encaixa muito bem dentro dos valores do Airbnb. Eles contribuem para a economia local e têm a capacidade de agir como embaixadores locais para os hóspedes", destacou.

A startup segue em busca de parcerias, sendo que o maior acordo estabelecido foi com a Live Rez, o software de nuvem mais usado por gestores de aluguéis de imóveis de férias. Além disso, outro ponto a ser destacado foi a mudança na política de cancelamento.

Em 2015, a empresa passou a oferecer a possibilidade do pagamento de aluguéis de 30 a 60 dias antes da chegada do hóspede. Aos resorts, o pagamento de um hóspede passou a ser recolhido no momento da reserva e segurado até o momento que deixava de ser reembolsável.

A medida foi tomada porque a política de cancelamento original da empresa não tinha funcionado bem para muitos resorts que, em geral, passam por períodos de picos – de maneira que um prazo mais longo para as reservas diminuiu o número de cancelamentos de última hora.

Endelman acredita que as mudanças e novas medidas devem acelerar a adoção de sua plataforma pelos proprietários de resort. De acordo com ele, a integração deverá mudar as políticas de promoções e marketing e o Airbnb já mira no crescimento da categoria.

E nessa novidade, em que as acomodações profissionais estão ganhando espaço, a empresa tomará uma distância considerável de rivais como a Expedia e a Homeaway. O diretor ainda destaca que oferta global da empresa é competitiva e distinta das demais que compõem o mercado, visto que permite reservar livres e mantém a taxa de hospedagem relativamente baixo. Endelman ainda destaca que o diferencial da empresa é o de permitir aos viajantes as mais diferentes experiências em diversos tipos de hospedagens.