Renato Machado   |   26/07/2016 12:58

Terrorismo intensifica quedas na hotelaria europeia

A STR, especializada em benchmarking para a indústria hoteleira mundial, apresentou os números referentes ao segundo quadrimestre de 2016 (abril a junho). Foram analisadas as taxas de ocupação e os valores médios das diárias cobradas (ADR) e das receitas po

Torre Eiffel iluminada com as cores da bandeira da França, após ataques terroristas em Paris
A STR, especializada em benchmarking para a indústria hoteleira mundial, apresentou os números referentes ao segundo quadrimestre de 2016 (abril a junho). Foram analisadas as taxas de ocupação e os valores médios das diárias cobradas (ADR) e das receitas por quarto disponível (Revpar). O mercado europeu, em geral, conseguiu manter os números se comparado ao mesmo período do ano passado. No entanto, a crise de insegurança vivida na região foi evidenciada com quedas em mercados que sofreram recentes ataques terroristas.

A indústria hoteleira europeia conseguiu manter sua taxa de ocupação acima dos 70%. O crescimento de 0,6% no quesito levou o mercado a uma média de ocupação de 73,9%. Com aumentos poucos significativos, o ADR ficou com média de 114,33 euros por diária cobrada (+ 2,1%) e o Revpar fechou em 84,49 euros de receita por quarto disponível (+ 2,7%).

Regiões que vivem sob histórico recente de terrorismo foram analisadas de perto pela STR. Como é de se imaginar, tais locais apresentaram quedas bruscas, condizentes com o cenário de temor. Bruxelas, capital da Bélgica, que sofreu atentados com bomba no dia 22 de março, teve um segundo quadrimestre de fortes quedas. Tanto ocupação (queda de 28,3%, marcando 56,5%), quanto Revpar (- 28,8%, para 64,71 euros) apresentaram resultados negativos – ADR se manteve praticamente inalterado (-0,7%, em 114,49 euros).

A Turquia é outra região que vive em constante ebulição política e é frequentemente alvo de ataques terroristas. Essa insegurança pode ser refletida nos números apresentados pelo país: todos os três quesitos analisados tiveram quedas de dois dígitos. Ocupação caiu 23,9% em relação ao mesmo período de 2015, alcançando 51%. ADR caiu 17,2%, com uma média de 271,85 liras turcas (aproximadamente 81,24 euros), enquanto que Revpar despencou 37%, para 138,55 liras turcas (41,40 euros).

A França é um dos casos mais críticos. O país europeu sediou a Eurocopa 2016, a maior competição de seleções da região após a Copa do Mundo, e nem assim conseguiu alavancar seus números no segundo quadrimestre. Atentados, como os ataques coordenados em novembro de 2015, em Paris, ainda refletem nos números da indústria hoteleira local – vale lembrar que o período analisado precede os eventos ocorridos no dia 14 de julho, em Nice, quando um terrorista conduzindo um caminhão avançou sobre uma multidão, matando 84 pessoas.

Assim como na Turquia, as quedas nos números franceses também ocorreram nos três quesitos em estudo. A ocupação ficou em 68,2%, representando uma queda de 5,5% em relação ao segundo quadrimestre de 2015. Revpar teve o número mais negativo, com queda de dois dígitos (-12,6%, em 94,34 euros), e ADR baixou em 7,5%, ficando na média de 138,43 euros.

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