Estudo: hóspede gasta mais com quarto, mas não com receita extra
Agora que a taxa de ocupação hoteleira nos EUA mostra recuperação, os hóspedes têm de pagar mais para se hospedar. No entanto, há um esforço por parte dos empreendimentos para fazê-los gastar mais com receitas extras. Mas há resistência e hotéis precisam repensar taxas e fontes de receitas
Agora que a taxa de ocupação hoteleira nos Estados Unidos mostra recuperação e volta a se aproximar de suas médias de longo prazo, os hóspedes, por conta da lei da oferta e da procura, têm de pagar mais para se hospedar em um hotel. No entanto, após o check-in, há um esforço por parte dos empreendimentos para levá-los a gastar mais com serviços e amenidades adicionais oferecidos pelos hotéis. A constatação vem da recém-lançada edição 2013 da Tendências na Indústria Hoteleira, estudo anual do segmento da hospitalidade da PKF Hospitality Research.
Porém, ao contrário das empresas aéreas, que cada vez aumentam a participação das receitas extras (ancillary) no seu resultado, a hotelaria encontra resistência. Com base em informações coletadas de aproximadamente 6,5 mil hotéis, a pesquisa mostra que a receita com os apartamentos aumentou 6,3% entre 2011 e 2012. No entanto, a receita total do hotel cresceu apenas 5%.
Isto significa que a receita combinada ganhou do montante gerado por A&B, por outros departamentos (telefone, internet, lavanderia, estacionamento etc.) e por aluguéis para terceiros (lojas e serviços dentro do hotel, para atividades não operadas pelo empreendimento), que aumentaram apenas 2,3% por quarto disponível ou apenas 0,5% quando medido em uma base de dólar por quarto ocupado.
CONTROLE DO ORÇAMENTO
"Este resultado é consistente com outras pesquisas realizadas pela empresa", disse R. Mark Woodworth, presidente da PKF. "De acordo com nossa pesquisa anual com planejadores de reuniões e gestores de viagens corporativas, esses profissionais entendem que o aumento na ocupação leva a menos disponibilidade e maiores tarifas. No entanto, é preciso manter o controle de seus orçamentos de eventos e viagens e esses limites foram estendidos aos viajantes, que devem gastar menos com serviços e receitas auxiliares (ancillary)."
Com isso, os hotéis têm menos oportunidade de gerar receita por meio do aluguel de salas de reuniões ou conferências ou de serviços de catering em eventos. "Nós já vimos donos de hotéis reagirem a esta tendência, reduzindo os serviço de alimentos e bebidas em suas propriedades, juntamente com um foco maior na construção de hotéis com serviços selecionados", lembra.
O caso mais recente do que fala o executivo foi o do emblemático New York Hilton Midtown, maior hotel em operação em Nova York, que anunciou que em agosto irá descontinuar o serviço de quarto.
NOVAS VELHAS FONTES DE RECEITA
A partir do estudo, constata-se que os hotéis precisam olhar novamente para suas fontes de receitas extras, já que os celulares eliminaram a necessidade de telefonemas do quarto. A internet wi-fi cortesia também é cada vez mais frequente e até a receita gerada a partir de entretenimento no apartamento se reduziu com os serviços de streaming de filmes como o Netflix.
Enquanto algumas operadoras hoteleiras respondem a essas tendências cortando de vez os custos com serviços auxiliares e vendo nas propriedades de serviço limitado seus meios de crescimento, outros trocam a fonte das receitas extras. Conforme informou o Travel Weekly em seu website, o número de quartos de hotel de serviço limitado dos EUA é hoje de cerca de 2,7 milhões, um aumento de 16% em relação aos 2,3 milhões na década anterior, de acordo com Smith Travel Research. No mesmo período, os quartos full service cresceram menos, 5,7% para cerca de 2,2 milhões.
Entre as taxas que vêm se sobressaindo nas receitas dos hotéis na atualidade estão as de upgrade de apartamento, early check-in e late check-out, taxas de cancelamento de estadia ou saída prematura do hotel ou de entrega de serviço de quarto. Estes encargos são centros de lucro com margens na faixa de 80% a 90%, como apurou o Travel Weekly.
CONTROLE DE CUSTOS
Por ora, o estudo da PKF mostra que, diante do desafio de aumentar as suas receitas, os gerentes de hotéis responderam, mais uma vez, controlando os custos. O total das despesas operacionais das propriedades que participaram do estudo aumentou 3,3% em 2012, em comparação com o aumento de 4,3% observado em 2011. Devido ao alto valor dos custos variáveis em hotéis, parte da queda no ritmo de crescimento das despesas pode ser atribuída à redução na variação da taxa de ocupação. No entanto, quando medido em uma base por apartamento ocupado, os hotéis foram capazes de limitar o crescimento de despesa para apenas 1,5% em 2012.
A PKF-HR começa sua análise dos gastos olhando para os custos trabalhistas, já que eles representam 45,3% de cada dólar gasto para operar um hotel nos EUA. Em 2012, os custos com colaboradores aumentaram 3,6% por apartamento disponível, abaixo da taxa de crescimento de 4,1% constatada em 2011. O crescimento mais lento dos custos do trabalho implica que os gestores monitoraram mais de perto a remuneração de empregados em 2012. Os salários, componente mais controlável dos custos do trabalho, aumentaram 2,9%, enquanto as despesas relacionadas à folha de pagamento subiram 5,4 por cento.
FUTURO É BOM
Já o resultado operacional líquido em média para os hotéis da amostragem cresceram 10,2% em 2012. Os hotéis resorts tiveram o melhor resultado (10,6%), seguido pelos de serviço limitado (10,6%) e de full service (9,8%). Os menores resultados ficaram com os hotéis de convenções (5,7%), hotéis suíte com A&B (7,7%), hotéis suítes sem A&B (8,1%). Os hotéis resort se beneficiaram do maior aumento na diária média.
Mas o futuro é favorável. A PKF-HR está prevendo crescimento de dois dígitos no resultado operacional para os hotéis dos EUA até 2015. O forte crescimento da diária media será o principal catalisador da melhoria, juntamente com o crescimento limitado nas despesas. "Os gerentes continuarão a serem desafiados a crescer suas outras fontes de receitas, especialmente porque aos viajantes será oferecido um leque crescente de propriedades de serviços limitados. Alternativamente, os proprietários irão se beneficiar do aumentos no valor das suas propriedades resultantes da melhoria nos lucros", concluiu Woodworth.
Porém, ao contrário das empresas aéreas, que cada vez aumentam a participação das receitas extras (ancillary) no seu resultado, a hotelaria encontra resistência. Com base em informações coletadas de aproximadamente 6,5 mil hotéis, a pesquisa mostra que a receita com os apartamentos aumentou 6,3% entre 2011 e 2012. No entanto, a receita total do hotel cresceu apenas 5%.
Isto significa que a receita combinada ganhou do montante gerado por A&B, por outros departamentos (telefone, internet, lavanderia, estacionamento etc.) e por aluguéis para terceiros (lojas e serviços dentro do hotel, para atividades não operadas pelo empreendimento), que aumentaram apenas 2,3% por quarto disponível ou apenas 0,5% quando medido em uma base de dólar por quarto ocupado.
CONTROLE DO ORÇAMENTO
"Este resultado é consistente com outras pesquisas realizadas pela empresa", disse R. Mark Woodworth, presidente da PKF. "De acordo com nossa pesquisa anual com planejadores de reuniões e gestores de viagens corporativas, esses profissionais entendem que o aumento na ocupação leva a menos disponibilidade e maiores tarifas. No entanto, é preciso manter o controle de seus orçamentos de eventos e viagens e esses limites foram estendidos aos viajantes, que devem gastar menos com serviços e receitas auxiliares (ancillary)."
Com isso, os hotéis têm menos oportunidade de gerar receita por meio do aluguel de salas de reuniões ou conferências ou de serviços de catering em eventos. "Nós já vimos donos de hotéis reagirem a esta tendência, reduzindo os serviço de alimentos e bebidas em suas propriedades, juntamente com um foco maior na construção de hotéis com serviços selecionados", lembra.
O caso mais recente do que fala o executivo foi o do emblemático New York Hilton Midtown, maior hotel em operação em Nova York, que anunciou que em agosto irá descontinuar o serviço de quarto.
NOVAS VELHAS FONTES DE RECEITA
A partir do estudo, constata-se que os hotéis precisam olhar novamente para suas fontes de receitas extras, já que os celulares eliminaram a necessidade de telefonemas do quarto. A internet wi-fi cortesia também é cada vez mais frequente e até a receita gerada a partir de entretenimento no apartamento se reduziu com os serviços de streaming de filmes como o Netflix.
Enquanto algumas operadoras hoteleiras respondem a essas tendências cortando de vez os custos com serviços auxiliares e vendo nas propriedades de serviço limitado seus meios de crescimento, outros trocam a fonte das receitas extras. Conforme informou o Travel Weekly em seu website, o número de quartos de hotel de serviço limitado dos EUA é hoje de cerca de 2,7 milhões, um aumento de 16% em relação aos 2,3 milhões na década anterior, de acordo com Smith Travel Research. No mesmo período, os quartos full service cresceram menos, 5,7% para cerca de 2,2 milhões.
Entre as taxas que vêm se sobressaindo nas receitas dos hotéis na atualidade estão as de upgrade de apartamento, early check-in e late check-out, taxas de cancelamento de estadia ou saída prematura do hotel ou de entrega de serviço de quarto. Estes encargos são centros de lucro com margens na faixa de 80% a 90%, como apurou o Travel Weekly.
CONTROLE DE CUSTOS
Por ora, o estudo da PKF mostra que, diante do desafio de aumentar as suas receitas, os gerentes de hotéis responderam, mais uma vez, controlando os custos. O total das despesas operacionais das propriedades que participaram do estudo aumentou 3,3% em 2012, em comparação com o aumento de 4,3% observado em 2011. Devido ao alto valor dos custos variáveis em hotéis, parte da queda no ritmo de crescimento das despesas pode ser atribuída à redução na variação da taxa de ocupação. No entanto, quando medido em uma base por apartamento ocupado, os hotéis foram capazes de limitar o crescimento de despesa para apenas 1,5% em 2012.
A PKF-HR começa sua análise dos gastos olhando para os custos trabalhistas, já que eles representam 45,3% de cada dólar gasto para operar um hotel nos EUA. Em 2012, os custos com colaboradores aumentaram 3,6% por apartamento disponível, abaixo da taxa de crescimento de 4,1% constatada em 2011. O crescimento mais lento dos custos do trabalho implica que os gestores monitoraram mais de perto a remuneração de empregados em 2012. Os salários, componente mais controlável dos custos do trabalho, aumentaram 2,9%, enquanto as despesas relacionadas à folha de pagamento subiram 5,4 por cento.
FUTURO É BOM
Já o resultado operacional líquido em média para os hotéis da amostragem cresceram 10,2% em 2012. Os hotéis resorts tiveram o melhor resultado (10,6%), seguido pelos de serviço limitado (10,6%) e de full service (9,8%). Os menores resultados ficaram com os hotéis de convenções (5,7%), hotéis suíte com A&B (7,7%), hotéis suítes sem A&B (8,1%). Os hotéis resort se beneficiaram do maior aumento na diária média.
Mas o futuro é favorável. A PKF-HR está prevendo crescimento de dois dígitos no resultado operacional para os hotéis dos EUA até 2015. O forte crescimento da diária media será o principal catalisador da melhoria, juntamente com o crescimento limitado nas despesas. "Os gerentes continuarão a serem desafiados a crescer suas outras fontes de receitas, especialmente porque aos viajantes será oferecido um leque crescente de propriedades de serviços limitados. Alternativamente, os proprietários irão se beneficiar do aumentos no valor das suas propriedades resultantes da melhoria nos lucros", concluiu Woodworth.