Dayse Regina Ferreira   |   23/04/2013 12:31

Saiba como foi o leilão dos objetos do Crillon, de Paris

Foi vendido por 311.594 euros, quando o lance inicial era entre 10 e 12 mil euros , o bar Cesar, coberto de espelhos facetados, assinado pelo escultor famoso Cesar em 1982, no leilão do Hotel Crillon que termina hoje. Uma diferença de nada menos que 300 mil euros

Foi vendido por 311.594 euros, quando o lance inicial era entre 10 e 12 mil euros, o bar Cesar, coberto de espelhos facetados, assinado pelo escultor famoso Cesar em 1982, no leilão do Hotel Crillon que terminou ontem. Uma diferença de nada menos que 300 mil euros. A compra foi finalizada por telefone. O escaninho para chaves também foi comprado por dez vezes seu valor estimado: 8,5 mil euros.

Vinte e cinco mil pessoas visitaram a exposição que antecedeu o registro de interessados e o próprio leilão. O primeiro dia de vendas de 600 lotes resultou em algo entre duas e dez vezes o valor de lançamento em cada um. O carrinho de sobremesa da marca Christofle foi adquirido por 16 mil euros (cinco vezes o preço inicial); as lareiras, 27 ao todo, distribuídas nos cinco dias de vendas, foram bastante disputadas. Uma delas, em estilo Louis 15, saiu por 11,5 mil euros, o que representa dez vezes o primeiro lance. A escrivaninha do lobby, estimada entre 300 a 400 euros, foi arrematada por 6 mil euros, o mesmo preço da compra do mobiliário de salão estilo Louis 16 da suíte do duque de Crillon.

Os lustres Lalique do restaurante l´Obé encontraram comprador por 8 mil euros, o dobro do preço inicial. E os que preferiram os acessórios de banheiro, pagaram 1,2 mil a 1,6 mil euros (começaram em 300 euros) por tapetes, chinelos bordados, roupões. Louças decoradas pela estilista Sonia Rykiel para a marca Yves Deshoulières – l´Obelisque – , copos e taças com o "C" de Crillon em dourado, guardanapos, toalhas, tudo passou a ser objeto de desejo. Das sete mil garrafas da cave, duas mil foram leiloadas com lotes entre 60 a 2.850 euros. A cave, onde não era permitida a visita de clientes, no futuro será aberta para degustação, um novo ponto de encontro de conhecedores do que é bom na vida.

O Crillon, construído em 1775 e transformado em hotel de luxo em 1906, foi sede do comando militar da Inglaterra e Estados Unidos durante a 2ª Guerra Mundial. Ocupado pelos alemães na 2ª Guerra Mundial, antes de Paris ter sido retomada pelos americanos, foi palco de eventos históricos, como a assinatura do acordo da Liga das Nações em 1919. Hospedou o general Eisenhower depois da liberação da capital francesa, era o preferido de Winston Churchill, do Xá da Pérsia, de Ernst Hemingway. Era também palco do tradicional baile das debutantes. O de 2012 foi aberto por Stallone e sua filha de 16 anos, que debutou junto a 20 jovens de 14 países.

Foi do balcão do salão Marie-Antoinette, classificado de Monumento Histório, que a equipe de futebol da França saudou os fãs aglomerados na Place de la Concorde, quando da vitória sobre o Brasil, na Copa do Mundo de 1998. Os 360 empregados vão continuar recebendo salários durante os dois anos das obras no prédio. Junto da Embaixada Americana, dos Elysées, perto da Madeleine e da Ópera Garnier, o hotel vai renascer diferente, com todos os quartos renovados.

O "novo" Crillon deverá ser entregue ao grupo hoteleiro Rosewood Hotels & Resorts, propriedade do New York Group, sociedade chinesa de Hong Kong.

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