Rio + Seguro recebe críticas dos moradores do Rio
O programa teve início com o reforço no policiamento dos bairros da zona sul do Rio de Janeiro. A famosa região será a primeira beneficiada pelo projeto que pretende prevenir a desordem urbana e a criminalidade na cidade. Entretanto, moradores querem políticas soc
O programa "Rio + Seguro" teve início neste domingo (3) com reforço no policiamento dos bairros do Leme e Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro. A famosa região será a primeira beneficiada pelo projeto que pretende prevenir a desordem urbana e a criminalidade na cidade.
A prefeitura pretende aumentar o efetivo de policiais militares nos bairros, pagando agentes de folga para trabalhar em equipes com a Guarda Municipal. No total, serão 280 pessoas no patrulhamento.
Porém a solução é questionada pela população. Os bairros considerados cartões-postais da cidade concentram um número expressivo de turistas ao longo do ano, mas sofrem constantemente com a violência que afugentam tanto turistas como moradores. Para conter a violência, a cidade cobra políticas públicas para a população mais pobre e desconcentração da riqueza entre os cariocas.
“O bairro tem policial, mas não está resolvendo”, afirmou o morador de Copacabana há cinco anos, Thiago Mourão. “Tem de ter política pública e diminuição da violência”, acrescentou. Segundo Mourão, são recorrentes pequenos furtos em Copacabana, cometidos por adolescentes nas ruas.
De acordo com o morador, em geral são crianças pobre e negras, vindas de outros bairros e até de outras cidades do Rio. “Vira e mexe a gente vê a população gritando 'pega-pega' para esses meninos, que roubam pequenas coisas, que são capturados e espancados pelos próprios moradores. Ou seja, precisamos atacar as razões desses jovens estarem aqui”, declarou.
A meta original da prefeitura era zerar a criminalidade do bairro em até 20 dias. Hoje, porém, ao acompanhar as ações do programa, o prefeito Marcelo Crivella ponderou que a situação financeira do Estado e do município pode dificultar o trabalho.
“No momento em que temos alto desemprego, o Rio perdeu 350 mil empregos de carteira assinada nos dois últimos anos, não é fácil”, disse Crivela. “Você faz o trabalho de um dia, dois dias depois tem uma nova população [em situação de rua]. É difícil estabelecer um prazo”, destacou.
Outra preocupação da população é a situação com os moradores de rua, caso que o programa da prefeitura também pretende abordar. Uma das alternativas é o recolhimento para abrigos.
A impressão dos moradores é que o número de pessoas vivendo nas ruas de Copacabana e Leme aumentou em 2017. “Percebemos famílias dormindo pelas ruas. Esses dias eu vi até uma barraca de lona preta montada por um morador de rua na praia”, lembrou a bancária Fabiana Salles, que vive no bairro há mais de sete anos.
Já o presidente da Associação de Moradores e Amigos dos postos 5 e 6 de Copacabana, Fernando Corrêa Lima, aposta no programa. “É uma coisa que reivindicamos há quase dois anos. Estávamos abandonados. Precisávamos até para levantar nossa moral”, completou, reclamando sobre o número de roubos, o fechamento de calçadas por ambulantes ilegais e pessoas em situação de rua “em frente aos bancos. Dá uma sensação de medo”, desabafou.
Caso o programa dê certo, a intenção é expandi-los para outros bairros da zona sul, como Leblon, Ipanema e Flamengo, que atraem mais turistas. Há uma preocupação de os crimes migrarem para os demais bairros. Só para este fim de ano e férias de verão a prefeitura estima receber 2,7 milhões de pessoas.
A partir de março, os policiais integrantes do projeto serão pagos com recursos da prefeitura, e ficarão concentrados em áreas com a maior incidência de delitos. Conforme a prefeitura, os agentes devem atuar com apoio de micro-ônibus, 33 motocicletas e dez carros, com informações captadas em tempo real por câmeras de segurança.
A população pode acionar as equipes ligando para o número 1746, nos casos de desordem urbana, como ambulantes ilegais, ocupação irregular das calçadas e perturbação do sossego. Pequenos delitos, como furtos de celulares, bolsas e bicicletas à PM, devem ser informados no número 190.
A prefeitura pretende aumentar o efetivo de policiais militares nos bairros, pagando agentes de folga para trabalhar em equipes com a Guarda Municipal. No total, serão 280 pessoas no patrulhamento.
Porém a solução é questionada pela população. Os bairros considerados cartões-postais da cidade concentram um número expressivo de turistas ao longo do ano, mas sofrem constantemente com a violência que afugentam tanto turistas como moradores. Para conter a violência, a cidade cobra políticas públicas para a população mais pobre e desconcentração da riqueza entre os cariocas.
“O bairro tem policial, mas não está resolvendo”, afirmou o morador de Copacabana há cinco anos, Thiago Mourão. “Tem de ter política pública e diminuição da violência”, acrescentou. Segundo Mourão, são recorrentes pequenos furtos em Copacabana, cometidos por adolescentes nas ruas.
De acordo com o morador, em geral são crianças pobre e negras, vindas de outros bairros e até de outras cidades do Rio. “Vira e mexe a gente vê a população gritando 'pega-pega' para esses meninos, que roubam pequenas coisas, que são capturados e espancados pelos próprios moradores. Ou seja, precisamos atacar as razões desses jovens estarem aqui”, declarou.
A meta original da prefeitura era zerar a criminalidade do bairro em até 20 dias. Hoje, porém, ao acompanhar as ações do programa, o prefeito Marcelo Crivella ponderou que a situação financeira do Estado e do município pode dificultar o trabalho.
“No momento em que temos alto desemprego, o Rio perdeu 350 mil empregos de carteira assinada nos dois últimos anos, não é fácil”, disse Crivela. “Você faz o trabalho de um dia, dois dias depois tem uma nova população [em situação de rua]. É difícil estabelecer um prazo”, destacou.
Outra preocupação da população é a situação com os moradores de rua, caso que o programa da prefeitura também pretende abordar. Uma das alternativas é o recolhimento para abrigos.
A impressão dos moradores é que o número de pessoas vivendo nas ruas de Copacabana e Leme aumentou em 2017. “Percebemos famílias dormindo pelas ruas. Esses dias eu vi até uma barraca de lona preta montada por um morador de rua na praia”, lembrou a bancária Fabiana Salles, que vive no bairro há mais de sete anos.
Já o presidente da Associação de Moradores e Amigos dos postos 5 e 6 de Copacabana, Fernando Corrêa Lima, aposta no programa. “É uma coisa que reivindicamos há quase dois anos. Estávamos abandonados. Precisávamos até para levantar nossa moral”, completou, reclamando sobre o número de roubos, o fechamento de calçadas por ambulantes ilegais e pessoas em situação de rua “em frente aos bancos. Dá uma sensação de medo”, desabafou.
Caso o programa dê certo, a intenção é expandi-los para outros bairros da zona sul, como Leblon, Ipanema e Flamengo, que atraem mais turistas. Há uma preocupação de os crimes migrarem para os demais bairros. Só para este fim de ano e férias de verão a prefeitura estima receber 2,7 milhões de pessoas.
A partir de março, os policiais integrantes do projeto serão pagos com recursos da prefeitura, e ficarão concentrados em áreas com a maior incidência de delitos. Conforme a prefeitura, os agentes devem atuar com apoio de micro-ônibus, 33 motocicletas e dez carros, com informações captadas em tempo real por câmeras de segurança.
A população pode acionar as equipes ligando para o número 1746, nos casos de desordem urbana, como ambulantes ilegais, ocupação irregular das calçadas e perturbação do sossego. Pequenos delitos, como furtos de celulares, bolsas e bicicletas à PM, devem ser informados no número 190.