Evento da ABR discutiu economia colaborativa no Turismo
A economia colaborativa, ou compartilhada, é bem-vinda, mas só se for realmente colaborativa. Caso contrário, representa uma ameaça para a indústria hoteleira. Essa foi uma afirmação repetida diversas vezes durante a série de painéis so
A economia colaborativa é bem-vinda, mas só se for realmente colaborativa. Caso contrário, representa uma ameaça para a indústria hoteleira. Essa foi uma afirmação repetida diversas vezes durante a série de painéis sobre turismo digital promovida pela Associação Brasileira de Resorts (ABR) e o clube Skal-SP. O evento ocorreu na noite de quinta-feira (1º), em São Paulo.
Manuel Gama, presidente do Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (Fohb), foi incisivo em seu comentário. “A economia compartilhada não afetou em nada a hotelaria, mas 70% do portfólio do Airbnb no Rio de Janeiro são acomodações inteiras, a economia não é compartilhada”.
Ele criticou ainda o Airbnb por afirmar que oferece acomodações onde os hotéis não chegam. “É um belo de um marketing, as listas de hospedagens do Airbnb mostram que tanto em São Paulo, quanto no Rio, eles estão exatamente onde os hotéis estão, com raras exceções”.
MUDANÇAS
Trícia Neves, sócia-diretora da consultoria Mapie, por sua vez, aproveitou sua palestra para criticar a falta de personalidade dos hotéis, principalmente os do segmento midscale. “Nossos hotéis oferecem os mesmos benefícios e o mesmo visual”, disse. Segundo ela, enquanto os hoteleiros apostam em uma experiência massificada, o Airbnb seduz o público com sua promessa de viver algo único, ter contato com o anfitrião e transparência nas relações digitais.
A sócia-diretora da Mapie também destacou a importância de uma cultura de mudanças rápidas nas empresas, para acompanhar o desenvolvimento da tecnologia, e lembrou que a economia compartilhada é o desejo do cliente, então é melhor tê-la como amiga.
O diretor financeiro da ABR e gerente geral do Sofitel Jequitimar, João Carlos Pollak, lembrou que, apesar de todo o discurso sobre tecnologia na hotelaria, há muitos hotéis independentes pelo Brasil onde falta o básico, como internet wi-fi de qualidade. “O investimento em tecnologia é muito alto para os hotéis. Os independentes nem sempre têm esse capital”.
NÃO É NOVIDADE
“Nós já alugávamos casas na Toscana há 30 anos, o Airbnb não é novidade”, afirmou a presidente da Braztoa, Magda Nassar. Para ela, a única inovação é a forma de distribuir esse produto. “Essa forma de distribuir não vai desaparecer, mas nós vamos copiá-la”. Magda afirmou que quando a regulamentação dos serviços de economia compartilhada acontecer, a principal vantagem dessas plataformas, o preço reduzido, vai deixar de existir. “E aí o que fica é a distribuição, então nossa cadeia tem que ser mantida, temos que lutar por ela, porque ela é muito maior do que Uber, Airbnb, o que for”.
“O agente é melhor do que gato, porque gato tem sete vidas, e o agente tem sete vezes sete”, brincou o vice-presidente da Abav, Francisco Leme, lembrando que quando a internet surgiu, decretaram o fim do agente de viagens, mas que hoje ela é aliada do setor.
SÃO PAULO
Também presente no evento, o vice-presidente de Assuntos Turísticos-Imobiliário do Secovi-SP, Caio Calfat, apresentou sua preocupação com o grande número de apartamentos pequenos e de um quarto que foram construídos no último ano na capital paulista. Segundo Calfat, foram 36 mil unidades, que correm o risco de serem comercializados como hotéis clandestinos, com a diária disfarçada em locação para temporada. “Podemos viver um momento igual à época dos flats, no começo dos anos 1980, quando houve uma superoferta dessa hospedagem e o mercado sentiu os efeitos”, disse.
Manuel Gama, presidente do Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (Fohb), foi incisivo em seu comentário. “A economia compartilhada não afetou em nada a hotelaria, mas 70% do portfólio do Airbnb no Rio de Janeiro são acomodações inteiras, a economia não é compartilhada”.
Ele criticou ainda o Airbnb por afirmar que oferece acomodações onde os hotéis não chegam. “É um belo de um marketing, as listas de hospedagens do Airbnb mostram que tanto em São Paulo, quanto no Rio, eles estão exatamente onde os hotéis estão, com raras exceções”.
MUDANÇAS
Trícia Neves, sócia-diretora da consultoria Mapie, por sua vez, aproveitou sua palestra para criticar a falta de personalidade dos hotéis, principalmente os do segmento midscale. “Nossos hotéis oferecem os mesmos benefícios e o mesmo visual”, disse. Segundo ela, enquanto os hoteleiros apostam em uma experiência massificada, o Airbnb seduz o público com sua promessa de viver algo único, ter contato com o anfitrião e transparência nas relações digitais.
A sócia-diretora da Mapie também destacou a importância de uma cultura de mudanças rápidas nas empresas, para acompanhar o desenvolvimento da tecnologia, e lembrou que a economia compartilhada é o desejo do cliente, então é melhor tê-la como amiga.
O diretor financeiro da ABR e gerente geral do Sofitel Jequitimar, João Carlos Pollak, lembrou que, apesar de todo o discurso sobre tecnologia na hotelaria, há muitos hotéis independentes pelo Brasil onde falta o básico, como internet wi-fi de qualidade. “O investimento em tecnologia é muito alto para os hotéis. Os independentes nem sempre têm esse capital”.
NÃO É NOVIDADE
“Nós já alugávamos casas na Toscana há 30 anos, o Airbnb não é novidade”, afirmou a presidente da Braztoa, Magda Nassar. Para ela, a única inovação é a forma de distribuir esse produto. “Essa forma de distribuir não vai desaparecer, mas nós vamos copiá-la”. Magda afirmou que quando a regulamentação dos serviços de economia compartilhada acontecer, a principal vantagem dessas plataformas, o preço reduzido, vai deixar de existir. “E aí o que fica é a distribuição, então nossa cadeia tem que ser mantida, temos que lutar por ela, porque ela é muito maior do que Uber, Airbnb, o que for”.
“O agente é melhor do que gato, porque gato tem sete vidas, e o agente tem sete vezes sete”, brincou o vice-presidente da Abav, Francisco Leme, lembrando que quando a internet surgiu, decretaram o fim do agente de viagens, mas que hoje ela é aliada do setor.
SÃO PAULO
Também presente no evento, o vice-presidente de Assuntos Turísticos-Imobiliário do Secovi-SP, Caio Calfat, apresentou sua preocupação com o grande número de apartamentos pequenos e de um quarto que foram construídos no último ano na capital paulista. Segundo Calfat, foram 36 mil unidades, que correm o risco de serem comercializados como hotéis clandestinos, com a diária disfarçada em locação para temporada. “Podemos viver um momento igual à época dos flats, no começo dos anos 1980, quando houve uma superoferta dessa hospedagem e o mercado sentiu os efeitos”, disse.