Ibas: Regulamentação, aviação regional e crise; veja fotos

As boas-vindas da organizadora do primeiro International Brazil Air Show (Ibas), Paula Faria, da Sator, foram seguidas por 12 discursos na cerimônia de abertura realizada na manhã de hoje, no Aeroporto Internacional Tom Jobim, na capital fluminense. Entre os temas recorrentes discursados pelas autoridades, estiveram a preocupação com o cenário econômico brasileiro, a aviação regional, as regulamentações do setor e sua competitividade. Tanto o presidente da Abear, Eduardo Sanovicz, quanto o presidente da Anac, Ricardo Botelho, falaram da necessidade de modernização do ambiente regulatório nacional. “E ontem fui dormir preocupado com as notícias divulgadas de aumento de impostos. Regulamentação, infraestrutura e tributação devem ser equacionadas para que o Brasil chegue a 200 milhões de passageiros domésticos”, lembrou.

O diretor da Iata no Brasil, Carlos Ebner, destacou que o Brasil é hoje o sexto mercado doméstico em número de passageiros – já tendo ocupado a terceira e quarta posições nesse ranking. Francisco Lyra, presidente do Instituto Brasileiro de Aviação, lembrou que em 1959, ano em que nasceu, 355 aeroportos brasileiros eram servidos por voos comerciais, número que hoje é de 130. “Por outro lado, temos a maior frota de aviação geral do mundo, com 21.895 aeronaves. Isso mostra que quem quer voar precisa do seu próprio avião, já que 98% das cidades brasileiras não têm voos comerciais”, analisou.

O acordo de céus abertos entre Brasil e Estados Unidos foi mencionado pelo embaixador dos EUA no Brasil, Michael McKinley, que destacou ainda que ambos países têm duas das maiores fabricantes de aviões do mundo. “A Embraer tem mais de 2,5 mil funcionários nos Estados Unidos e a Boeing enviou para o Brasil sua primeira aeronave em 1960. Hoje, a Gol opera frota exclusiva de Boeing com mais de 120 aeronaves”, disse.

A representante da International Civil Aviation Organization (Icao), Fang Liu, destacou a necessidade de governos e indústria trabalharem conjuntamente. Para o presidente da Anac, Ricardo Botelho, a existência de regulamentações ainda rígidas inibem a entrada de companhias aéreas de baixo custo no mercado nacional. “A questão da franquia de bagagem faz com que o Brasil seja um dos poucos países da América Latina a não despertar interesse nessas empresas aéreas”, defendeu.

Representantes dos ministérios do Turismo, Neusvaldo Ferreira Lima, e do Transporte, Dario Lopes, ambos destacaram o potencial do turismo. Para o secretário de Estruturação do Turismo do MTur, o setor contribuirá para o aumento de demanda por transporte aéreo no País. Para Dario Lopes, secretario de Aviação Civil do Ministério do Transporte, deve-se fortalecer a política de voos charteres, para estímulo do turismo. Confira, abaixo, fotos dos participantes da cerimônia de abertura do Ibas.

*Maria Izabel Reigada, especial para o Portal PANROTAS.