Claudio Schapochnik   |   24/11/2010 17:44

“Copa pode ser só para brasileiros”, adverte Ferreira

O consultor Wagner Ferreira disse que as mudanças que devem ser feitas nos aeroportos “não são uma questão de Copa mas, sim, do País” e que “se as coisas continuarem assim – há verbas mas não há velocidade –, a Copa pode ser só para brasileiros e os nossos hermanos sul-americanos, que poder

Ao fazer uma apresentação sobre a infraestrutura e a logística da aviação no País, no debate “Copa 2014. Dá para fazer bem?”, o consultor Wagner Ferreira disse que as mudanças que devem ser feitas nos aeroportos “não são uma questão de Copa mas, sim, do País” e que “se as coisas continuarem assim – há verbas mas não há velocidade –, a Copa pode ser só para brasileiros e os nossos hermanos sul-americanos, que poderão ver os jogos vindos de ônibus”. Ele completou, se referindo à atual situação: “já estamos passando vergonha”.

Ferreira disse ainda que o Brasil não precisa apenas de infraestrutura aeroportuária, mas de profissionais de várias áreas. “E os bombeiros, e os controladores de voo? O número de controladores de voo está congelado desde 2006; hoje o Brasil precisa de mais mil controladores”, assegurou o consultor.

O ex-executivo da Vasp, Tam e Webjet alfinetou o ministro da Defesa, Nelson Jobim. “Ele critica as empresas e a situação, mas o ministro voa de jatinho. Ele faz check-in, ele enfrenta filas?”

Wagner Ferreira disse que a resolução dos sérios problemas da infraestrutura aeroportuária não deve estar no cotidiano do Ministério da Defesa e da Anac. “Deveria existir um órgão a parte com um líder.” Ele também se posicionou favorável à privatização da Infraero. "Em virtude da falta de infraestrutura, a aviação regional vai crescer muito", completou Ferreira.

PROBLEMA DE GESTÃO
Um das uninimidades do debate foi a constatação que faltam metas e gestores para resolver os problemas da infraestrutura aeroportuária no País.

“O Brasil precisa de profissionais capazes para gerenciar programas complexos, como os dos aeroportos e o da aviação”, afirmou o professor da FGV, Orlando Cattini.

“Há uma incapacidade técnica das prefeituras: falta gente qualificada e capacitada para gerir”, afirmou o prefeito de Maringá, Silvio de Barros. “Muitas vezes até há verba, mas as dificuldades de ordens técnicas e burocráticas atrapalham demais”, emendou Barros.

O debate “Copa 2014. Dá para fazer bem?” foi realizado hoje pela manhã na Fundação Getúlio Vargas (FGV), em São Paulo. O evento foi uma realização conjunta da Academia Brasileira de Eventos e FGV, com o patrocínio da Webjet. Diversos executivos do Turismo participaram do debate, como Roland Bonadona (Accor); Raimundo Peres (Conemar Consultoria e Projetos para Turismo); Eduardo Sanovicz (USP e Reed Exhibitions Alcantara Machado); Margareth Pizzatto (Abraccef); e Guilherme Paulus (CVC e GJP), entre outros.

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