Felipe Niemeyer   |   29/04/2010 10:57

CTur da CNC ouve previsões negativas sobre a Copa

Conselho de Turismo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) deu sequência ontem, dia 28, aos debates referentes ao macrotema: Infraestrutura Turística e Megaeventos.

O Conselho de Turismo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) deu sequência ontem, dia 28, aos debates referentes ao macrotema: Infraestrutura Turística e Megaeventos. O general de Brigada Jamil Megid Junior, coordenador geral do CPO (Comitê de Planejamento Operacional dos 5º Jogos Mundiais Militares) apresentou o andamento do planejamento dos jogos e a infraestrutura do mesmo.

Estão sendo esperados 6 mil atletas, 2 mil árbitros e 400 autoridades. Apesar da hospedagem do contingente ser dentro das vilas militares, que estão sendo construídas e depois serão utilizadas para as famílias dos militares, o general garantiu que haverá grande contribuição dos Jogos para a economia da cidade.

Durante os 20 dias de jogos, os serviços hoteleiros nas vilas serão terceirizados, assim como as 25 mil refeições/dia. Espera-se também grande movimentação pela cidade nas diversas instalações de interesse turístico.

No segundo painel, sobre a Copa de 2014, Robson Calil Chaar, sócio da área de Consultoria em Gestão de Riscos Empresariais da Deloitte e responsável pela condução dos Projetos Relacionados, assustou a todos com seu ceticismo em relação à capacidade das 12 cidades escolhidas de atenderem às exigências dos 12 cadernos apresentados pela FIFA.

Enfatizando que o maior evento do planeta em termos de movimentação de recursos financeiros, é um evento de “negócios” mais que um evento de esporte e político, ele afirmou que 90% do total de investimento não são nas arenas esportivas. isse que os documentos assinados pelo governo até agora são muito superficiais e que não refletem o nível de detalhes exigido pela entidade.

Baseados nos cadernos da Copa da Alemanha e da África, ele acredita que algumas cidades brasileiras perderão o direito de receber os jogos, porque não terão capacidade de atender às solicitações que serão apresentadas depois da Copa da África, ou seja, aproximadamente em três meses. Ele ressaltou algumas possíveis dificuldades:

Em relação a hospedagem, a FIFA não permite acomodações provisórias como o uso de navios, pois quer deixar um legado para a cidade. Chaar também vê problemas de transporte, infra-estrutura, energia, saneamento e água. “Além das arenas terem de atender a vários critérios, é necessário que a cidade apresente 2 “fun parks” para receber o grande afluxo de pessoas na transmissão de jogos que estão acontecendo na arena e os de outras cidades. Estes locais também devem oferecer atividades e shows para o entretenimento entre os jogos. Há mais pessoas assistindo os jogos nos parques do que nas arenas. O caderno de segurança exige que tudo tem que ser testado e aprovado antes do evento. A níveis de detalhes”, disse.

Um a um, foi apresentando os cadernos e a complexidade de atender a cada um dos itens.Um dos detalhes apresentados por Chaar e que chamam a atenção é que a FIFA exige que os passageiros que chegam aos aeroportos sem vistos, mas que tenham em seu poder ingressos para os jogos, que a Polícia Federal permita a entrada.

Questionado no final porque se mostrava tão negativo, Chaar respondeu que “Se passou esta impressão, havia se expressado erroneamente”. “Como auditor tenho que ver as provas dos fatos. Mas o Brasil tem uma grande oportunidade de mudar a forma que o mundo nos vê”, finalizou.

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