Renato Machado   |   25/08/2016 21:42

Indonésia: como ataques a gays podem afetar o Turismo

O governo da Indonésia, sob a liderança do presidente Joko Widodo, não faz muita questão de evitar polêmicas com outros Países, principalmente quando o assunto é direitos humanos. Execuções por conta de uma guerra ferrenha ao tráf

Flickr/nathanmac87
O governo da Indonésia, sob a liderança do presidente Joko Widodo, não faz muita questão de evitar polêmicas com outros países, principalmente quando o assunto é direitos humanos. Execuções por conta de uma guerra ferrenha ao tráfico de drogas, por exemplo, já causaram desconfortos com diversas nações, dentre elas o Brasil, nas execuções de Marco Archer e Rodrigo Gularte em 2015. A comunidade LGBT não fica de fora e sofre constantes ataques de oficiais do governo, além de perseguições por parte da sociedade indonésia. Um dos destinos preferidos da comunidade LGBT, a Indonésia pode sentir em seu Turismo o efeito negativo de episódios recentes da ofensiva conservadora.

Em artigo, o Asean Travel comenta o quão negativo para o Turismo local podem ser os atos de parte da sociedade contra gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transgêneros. Apesar de a lei local não criminalizar atos homossexuais, é no dia a dia que a intolerância toma forma. Há alguns meses, o ministro da Defesa da Indonésia, Ryamizard Ryacudu, equiparou o movimento nacional para os direitos LGBT a “uma forma de proxy war (guerra subsidiada, onde os agentes do confronto se utilizam de terceiros para promover o embate)” mais perigosa que uma guerra nuclear.

Os direitos da comunidade LGBT na Indonésia, neste ano, têm se restringido, afirma relatório do Human Rights Watch divulgado na última semana. “O que começou como uma condenação pública rapidamente cresceu e se tornou um chamado para a criminalização e ‘curas’, revelando a profundidade de preconceitos individuais de oficiais.”

No mercado asiático, Bali, a paradisíaca ilha indonésia, costuma se manter entre os cinco destinos mais visitados pela comunidade gay. Locais dentro da ilha, como Seminyak, Kuta e Ubud se desenvolveram ao longo dos anos como regiões gay-friendly.

Estimativas do Asean Travel afirmam que Bali deva receber entre 150 mil e 350 mil turistas da comunidade LGBT por ano. Um nicho importante para o Turismo local, que certamente seria afetado caso a ofensiva anti-gay na Indonésia se intensifique.


*Fonte: Asean Travel

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