Fotógrafa impressiona em projeto de meio ambiente; veja
Poluição, seca, erosão e desflorestação. Para muitas pessoas são questões que existem apenas na periferia da vida cotidiana.
Poluição, seca, erosão e desflorestação. Para muitas pessoas são questões que existem apenas na periferia da vida cotidiana. No entanto, para Arati Kumar-Rao, uma jornalista e fotógrafa fascinada pelo meio ambiente, fazer o registro desse cenário tão frágil é o trabalho de sua vida. Viajando pelo mundo todo, ela relata sobre o não-relatado através de sua câmera.
“Conflitos violentos fazem notícia”, ela afirma. "Mas a violência lenta, que não é espetacular e nem explosiva, permanece invisível, conferida em pequenas comunidades pela degradação ambiental e com alterações climáticas. Desdobrando-se numa escala temporal, a sua verdadeira implicação acaba por se manifestar ao longo das gerações.”
A fotografia de Kumar-Rao captura essa "violência lenta" notavelmente, variando de sistemas fluviais para retratos íntimos e detalhados. Cada foto tem um fascínio melancólico, mostrando a beleza do mundo e ainda lembrando o quão delicada ela é.
Em um de seus projetos mais recentes, Kumar-Rao visitou a bacia do Ganges-Brahmaputra, que abastece mais de 600 milhões de pessoas em quatro países: Nepal, Tibete, Índia e Bangladesh. Ela centrou a sua atenção sobre os Sundarbans, a maior concentração ininterrupta de manguezais do mundo. A jornalista sabia que essa bela e vulnerável área, que se estende pelo sul do Bangladesh e trecho Ocidental da Índia, atuaria como um microcosmo para o dano que está sendo feito em toda a região.
“Impulsionada por uma fome frenética em direção do crescimento, a Índia está reorganizando a sua paisagem em nome do desenvolvimento: rios desviados, desertos de mineração e construção de mais pântanos e pastos”, explicou.
Tais intervenções estão arruinando ecossistemas inteiros – transformando rios e campos de arroz em campos e bacias de areia – e impactando a sobrevivência humana. “A pesca caiu entre 85% a 90% ao longo da bacia do Ganges-Brahmaputra, no leste da Índia", disse Kumar-Rao.
Como resultado de seu trabalho, Kumar-Rao desenvolveu uma relação única com viagens. Embora ela goste de ter a oportunidade de conhecer o mundo, também carrega o peso dos problemas nos ombros. “Eu estava sentada no topo de um afloramento rochoso, na última vez em que estive no Ganges”, diz a jornalista. “Havia abaixo de mim uma calma, serpenteando, no rio sagrado. Meu coração palpitou, mas eu sabia melhor do que ninguém que não havia peixes naquele rio. Os golfinhos desapareceram inexplicavelmente... Era uma paisagem de beleza ao mesmo tempo em que ela era de perda”.
Entretanto Kumar-Rao foi capaz de canalizar essa tristeza numa ação positiva. Através de sua fotografia admiravelmente bela, ela espera destacar não apenas o dano que vem sendo feito, mas também as razões por trás dele.
“As causas da degradação ambiental nunca são faladas – apenas os sinais, como erosões, inundações ou secas. E, por isso, apenas eles são resolvidos. Eu quero mudar isso”, afirmou Kumar-Rao. “Meu objetivo é mandar esses 'sinais' de volta para a história. É importante perceber como a intervenção humana pode causar danos aos próximos anos.”
Olhando para o futuro, a jornalista e fotógrafa não vê um ponto final em seu trabalho. "Eu vou continuar a contar histórias – sobre paisagens e as mudanças da vida –, pois é isso o que eu faço."
“Conflitos violentos fazem notícia”, ela afirma. "Mas a violência lenta, que não é espetacular e nem explosiva, permanece invisível, conferida em pequenas comunidades pela degradação ambiental e com alterações climáticas. Desdobrando-se numa escala temporal, a sua verdadeira implicação acaba por se manifestar ao longo das gerações.”
A fotografia de Kumar-Rao captura essa "violência lenta" notavelmente, variando de sistemas fluviais para retratos íntimos e detalhados. Cada foto tem um fascínio melancólico, mostrando a beleza do mundo e ainda lembrando o quão delicada ela é.
Em um de seus projetos mais recentes, Kumar-Rao visitou a bacia do Ganges-Brahmaputra, que abastece mais de 600 milhões de pessoas em quatro países: Nepal, Tibete, Índia e Bangladesh. Ela centrou a sua atenção sobre os Sundarbans, a maior concentração ininterrupta de manguezais do mundo. A jornalista sabia que essa bela e vulnerável área, que se estende pelo sul do Bangladesh e trecho Ocidental da Índia, atuaria como um microcosmo para o dano que está sendo feito em toda a região.
“Impulsionada por uma fome frenética em direção do crescimento, a Índia está reorganizando a sua paisagem em nome do desenvolvimento: rios desviados, desertos de mineração e construção de mais pântanos e pastos”, explicou.
Tais intervenções estão arruinando ecossistemas inteiros – transformando rios e campos de arroz em campos e bacias de areia – e impactando a sobrevivência humana. “A pesca caiu entre 85% a 90% ao longo da bacia do Ganges-Brahmaputra, no leste da Índia", disse Kumar-Rao.
Como resultado de seu trabalho, Kumar-Rao desenvolveu uma relação única com viagens. Embora ela goste de ter a oportunidade de conhecer o mundo, também carrega o peso dos problemas nos ombros. “Eu estava sentada no topo de um afloramento rochoso, na última vez em que estive no Ganges”, diz a jornalista. “Havia abaixo de mim uma calma, serpenteando, no rio sagrado. Meu coração palpitou, mas eu sabia melhor do que ninguém que não havia peixes naquele rio. Os golfinhos desapareceram inexplicavelmente... Era uma paisagem de beleza ao mesmo tempo em que ela era de perda”.
Entretanto Kumar-Rao foi capaz de canalizar essa tristeza numa ação positiva. Através de sua fotografia admiravelmente bela, ela espera destacar não apenas o dano que vem sendo feito, mas também as razões por trás dele.
“As causas da degradação ambiental nunca são faladas – apenas os sinais, como erosões, inundações ou secas. E, por isso, apenas eles são resolvidos. Eu quero mudar isso”, afirmou Kumar-Rao. “Meu objetivo é mandar esses 'sinais' de volta para a história. É importante perceber como a intervenção humana pode causar danos aos próximos anos.”
Olhando para o futuro, a jornalista e fotógrafa não vê um ponto final em seu trabalho. "Eu vou continuar a contar histórias – sobre paisagens e as mudanças da vida –, pois é isso o que eu faço."
*Fonte: BBC