Que impacto o zika pode causar no Turismo da região?
O impacto do zika virus nas viagens na América Latina
O impacto do zika virus nas viagens na América Latina
Amanda Bourlier, analista sênior de pesquisas da Euromonitor
Em resposta à epidemia de zika vírus na América Latina, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos soltou um alerta de viagens para 22 países na América Latina e no Caribe, encorajando os viajantes para áreas afetadas a tomarem precauções extras para evitar a exposição ao vírus. Esse alerta é único entre os demais do gênero pois inclui a recomendação a mulheres grávidas para que evitem viajar para regiões de transmissão do vírus e para que as que querem engravidar revejam seus planos com seus médicos antes de fazer a viagem.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) começou a registrar infecções pelo zika no Brasil em meados de 2015, e os casos no Caribe e na América Latina estão estimados em milhares e até milhões. Na maioria dos casos, o zika não gera quaisquer sintomas ou apenas alguns moderados, incluindo cansaço e pequenas dores, sendo que a doença raramente requer hospitalização.
No entanto, o forte aumento de casos de microcefalia, um defeito de nascença, desde que a epidemia começou, sugere que deve haver uma ligação entre o vírus e essa condição (ligação ainda não provada). Há ainda especulação de que o zika tem link com a síndrome de Guillain-Barré. Muitos países com casos de zika também possuem dengue e chikungunya, ambas doenças disseminadas pelo mesmo mosquito.
Assim como o zika, o vírus chikungunya não tem vacina ou tratamento específico; a Sanofi começou recentemente testes para uma vacina, mas ela ainda não está disponível comercialmente.
O desenvolvimento e a disseminação do zika vírus são preocupantes sob a perspectiva da saúde pública e, no momento, deve causar um impacto de leve a moderado no fluxo de turistas para a América Central, o Caribe e a América do Sul. A não ser que se prove errada a ligação do zika com a microcefalia, haverá uma diminuição considerável de viagens de mulheres grávidas ou tentando engravidar para essas regiões; mas esse grupo representa um número muito pequeno de viajantes.
À medida em que mais informações forem conhecidas – como uma resposta definitiva sobre quanto tempo o vírus fica no corpo, a compreensão do risco da transmissão homem-homem, e qualquer link com a síndrome de Guillain-Barré – o medo entre homens e as mulheres viajantes não grávidas deve diminuir.
O Centro de Controle de Doenças americano recomenda que a prevenção contra o zika vírus seja a mesma que para a dengue ou a chikungunya: tomar medidas para evitar a picada do mosquito. Quem já está fazendo isso contra as demais doenças, automaticamente estará evitando o zika. No entanto, ao contrário da dengue e da chikungunya, ainda há muitas incertezas em relação ao zika e são essas dúvidas que, no curto prazo, afetam os fluxos turísticos.
Os alertas de viagens incluem vários países na América Latina e no Caribe, mas o Brasil parece ser o país mais afetado pelo zika vírus, com o maior número de casos registrados. O vírus tem gerado muitas manchetes negativas para o país que receberá as Olimpíadas 2016, cuja expectativa é que seja um momento de luz em um cenário de dificuldades econômicas e políticas. O País está tomando medidas para diminuir o predomínio do mosquito que carrega o zika (o aedes aegypti) e alguns especialistas acreditam que ele diminuirá com o fim do verão.
O México é outro país que verá um maior impacto no Turismo, devido a sua proximidade com os Estados Unidos e popularidade entre viajantes americanos. O México é um destino popular entre casais que querem engravidar e esse segmento deve ter o maior declínio, devido à ligação do zika com a microcefalia.
Especialistas também estão prevendo que o zika vírus se espalhe por grandes partes dos Estados Unidos durante a primavera e o verão. Uma epidemia nos EUA aliviaria a percepção de que viajar para países da América Latina representaria um risco, pois os viajantes estariam enfrentando o perigo em suas próprias cidades. Enquanto seria um sério problema de saúde pública, diminuiria o impacto negativo do vírus no Turismo da América Latina na primeira metade de 2016, já que os Estados Unidos são importante fonte de gastos para muitos dos destinos afetados. Dos países das Américas, apenas o Canadá e o Chile devem ficar livres da transmissão do mosquito, já que o aedes aegypti não é encontrado nesses destinos.
Em resumo, por enquanto as incertezas envolvendo o vírus são muito altas e à medida em que os especialistas de saúde entendam melhor a doença, tentando esclarecer as ligações do zika com a microcefalia e outros problemas, o impacto sobre o Turismo e as economias dos países da América Latina e Caribe também ficará mais claro.
Amanda Bourlier, analista sênior de pesquisas da Euromonitor
Em resposta à epidemia de zika vírus na América Latina, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos soltou um alerta de viagens para 22 países na América Latina e no Caribe, encorajando os viajantes para áreas afetadas a tomarem precauções extras para evitar a exposição ao vírus. Esse alerta é único entre os demais do gênero pois inclui a recomendação a mulheres grávidas para que evitem viajar para regiões de transmissão do vírus e para que as que querem engravidar revejam seus planos com seus médicos antes de fazer a viagem.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) começou a registrar infecções pelo zika no Brasil em meados de 2015, e os casos no Caribe e na América Latina estão estimados em milhares e até milhões. Na maioria dos casos, o zika não gera quaisquer sintomas ou apenas alguns moderados, incluindo cansaço e pequenas dores, sendo que a doença raramente requer hospitalização.
No entanto, o forte aumento de casos de microcefalia, um defeito de nascença, desde que a epidemia começou, sugere que deve haver uma ligação entre o vírus e essa condição (ligação ainda não provada). Há ainda especulação de que o zika tem link com a síndrome de Guillain-Barré. Muitos países com casos de zika também possuem dengue e chikungunya, ambas doenças disseminadas pelo mesmo mosquito.
Assim como o zika, o vírus chikungunya não tem vacina ou tratamento específico; a Sanofi começou recentemente testes para uma vacina, mas ela ainda não está disponível comercialmente.
O desenvolvimento e a disseminação do zika vírus são preocupantes sob a perspectiva da saúde pública e, no momento, deve causar um impacto de leve a moderado no fluxo de turistas para a América Central, o Caribe e a América do Sul. A não ser que se prove errada a ligação do zika com a microcefalia, haverá uma diminuição considerável de viagens de mulheres grávidas ou tentando engravidar para essas regiões; mas esse grupo representa um número muito pequeno de viajantes.
À medida em que mais informações forem conhecidas – como uma resposta definitiva sobre quanto tempo o vírus fica no corpo, a compreensão do risco da transmissão homem-homem, e qualquer link com a síndrome de Guillain-Barré – o medo entre homens e as mulheres viajantes não grávidas deve diminuir.
O Centro de Controle de Doenças americano recomenda que a prevenção contra o zika vírus seja a mesma que para a dengue ou a chikungunya: tomar medidas para evitar a picada do mosquito. Quem já está fazendo isso contra as demais doenças, automaticamente estará evitando o zika. No entanto, ao contrário da dengue e da chikungunya, ainda há muitas incertezas em relação ao zika e são essas dúvidas que, no curto prazo, afetam os fluxos turísticos.
Os alertas de viagens incluem vários países na América Latina e no Caribe, mas o Brasil parece ser o país mais afetado pelo zika vírus, com o maior número de casos registrados. O vírus tem gerado muitas manchetes negativas para o país que receberá as Olimpíadas 2016, cuja expectativa é que seja um momento de luz em um cenário de dificuldades econômicas e políticas. O País está tomando medidas para diminuir o predomínio do mosquito que carrega o zika (o aedes aegypti) e alguns especialistas acreditam que ele diminuirá com o fim do verão.
O México é outro país que verá um maior impacto no Turismo, devido a sua proximidade com os Estados Unidos e popularidade entre viajantes americanos. O México é um destino popular entre casais que querem engravidar e esse segmento deve ter o maior declínio, devido à ligação do zika com a microcefalia.
Especialistas também estão prevendo que o zika vírus se espalhe por grandes partes dos Estados Unidos durante a primavera e o verão. Uma epidemia nos EUA aliviaria a percepção de que viajar para países da América Latina representaria um risco, pois os viajantes estariam enfrentando o perigo em suas próprias cidades. Enquanto seria um sério problema de saúde pública, diminuiria o impacto negativo do vírus no Turismo da América Latina na primeira metade de 2016, já que os Estados Unidos são importante fonte de gastos para muitos dos destinos afetados. Dos países das Américas, apenas o Canadá e o Chile devem ficar livres da transmissão do mosquito, já que o aedes aegypti não é encontrado nesses destinos.
Em resumo, por enquanto as incertezas envolvendo o vírus são muito altas e à medida em que os especialistas de saúde entendam melhor a doença, tentando esclarecer as ligações do zika com a microcefalia e outros problemas, o impacto sobre o Turismo e as economias dos países da América Latina e Caribe também ficará mais claro.