Hugo Okada   |   26/10/2015 12:02

Conheça San Miguel de Allende, destino cultural do México

Cheguei na manhã da última sexta-feira (23) ao México. Desembarquei no Aeroporto Internacional de Leon e dali, segui para o Estado de Guanajuato. Minha primeira parada no destino é a cidade de San Miguel de Allende.

SAN MIGUEL ALLENDE - Desembarquei na manhã da última sexta-feira (23) no México. Da Cidade do México peguei uma conexão ao Aeroporto Internacional de Leon e dali, segui para o Estado de Guanajuato. Minha primeira parada no destino foi a cidade de San Miguel de Allende.

Passei todo o percurso imaginando que surpresas me reservariam essa visita, e se essas atrações fariam ou não aumentar o interesse do leitor sobre o destino, em um país em que as praias são o atrativo mais popular. Qual não foi a minha surpresa ao constatar o que todo mundo já vinha me falando, desde que anunciei essa viagem: “lá tudo é cultura”. Como em um jogo de cartas, quando o jogador se vê sem saída e precisa de uma jogada sensacional para virar o jogo, assim também é com o México. Quanto todo mundo pensa que já viu tudo (Cancun, Porto Vallarta, Cidade do México, Tijuana, Baja Califórnia, entre outros), eis que o México mostra a carta escondida sob a manga, comprovando a máxima de que o melhor fica para o final.

San Miguel de Allende é uma cidade situada no Estado de Guanajuato, no México. Fundada em 1542 pelo Frade Juan de San Miguel, sob o nome San Miguel el Viejo, a cidade passou por um processo de revitalização artística a partir da década de 1950 que culminou na indicação pela Unesco ao título de Patrimônio Cultural da Humanidade, concedido em 2013.

Após o check-in no hotel, eu e mais um grupo de pessoas fomos ao local conhecido como marco zero da cidade, a Plaza del Jardim, onde está a Paróquia de San Miguel Arcanjo. Notei assim que desci da van, que a plaza estava cheia demais para uma sexta-feira em horário comercial. Mas logo me explicaram que, além do casamento que estava prestes a acontecer (e não seria o último com que eu cruzaria em minha estada no país), havia também uma cerimônia religiosa, onde crianças vestidas de anjo e personagens da Bíblia, como Maria e José, encenavam as passagens mais importantes ao mesmo tempo em que convidavam as pessoas à reza e à reflexão.

Quase todos os mexicanos são católicos e seguem à risca a religião. É algo levado a sério. Me comovi duas vezes: no momento em que vi duas crianças vestidas como Maria e José declamando salmos, e quando adentrei a igreja e um senhor indicou com o dedo o alto da minha cabeça para que eu retirasse meu boné em respeito à morada de Deus. Obviamente eu sabia que não se deve entrar na igreja com o acessório, mas daí que vem a diferença entre nós e eles nesse sentido. Eles a mantêm, a gente meio que desaprende pelo caminho. A festa de evangelização, segundo me contou o guia Arturo, terminava com a quebra da piñata pelas crianças. A piñata é uma espécie de estrela de sete pontas (que simboliza os sete pecados) que quando destruída, liberta seu recheio para alegria dos pequenos: frutas diversas (no início da tradição) e de algumas décadas para cá, doces.

Os noivos chegaram em uma carruagem guiada por dois cavalos dos quais eu não me lembro de ter visto mais bonitos, mesmo em livros de fantasia. Enormes e negros, pararam imponentemente à frente da igreja, deixando a noiva e seu pai entre os convidados, que aquela altura, incluía transeuntes a caminho de casa e curiosos também. Logo uma banda de metais invadiu a praça juntamente com bonecos gigantes e um espetáculo de cores se instaurou, me deixando boquiaberto e pensando: “por que no Brasil não tem isso?”.

NUANCES
Outro ponto importante a ser destacado é o de que a cidade é incrivelmente preservada. Todos os edifícios têm a sua história, que se mistura a das primeiras famílias que ali residiam e que em muitos dos casos, tinham larga participação no comércio de exportação de produtos (grãos, temperos e outras iguarias). Ali também travaram-se batalhas importantes e muitos revolucionários caíram nas suas ruas e becos.

Contrastando com o ambiente repleto de vendedores de balões, brinquedos e comidas típicas (que na minha opinião, embelezam o local com referências da cultura tradicional mexicana) está um Starbucks Coffee, em um dos edifícios históricos. Muitos tiram fotos, talvez para registrar o único indício de metrópole em meio a uma atmosfera de sons, cores, festa e risadas, que mais remete à descanso e tranquilidade, do que ao agito, a tensão e o corporativismo das grandes cidades.

A cidade também é repleta de cafés charmosos, que funcionam em pequenas lojas antigas, conferindo mais beleza e sabor ao passeio dos turistas. Tem-se a impressão, por um pequeno momento, de se estar caminhando por alguma rua da Europa. A oferta gastronômica é generosa: todos os estabelecimentos têm características gourmet. A ideia de encontrar um lugar onde possivelmente se sirva comida ruim praticamente inexiste. São pratos sofisticados que se misturam aos clássicos e tudo parece muito saboroso e elaborado, inclusive os famosos churros, fritos em um pequeno estabelecimento entre os outros restaurantes da região.

San Miguel de Allende, assim como muitos outros lugares do México, é um deleite sensorial. Veja mais imagens de alguns pontos de interesse da cidade.

O Portal PANROTAS viaja a convite da Flot Viagens, Aeroméxico e Secretária de Turismo de Guanajuato

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