Transporte de trem da França está com os dias contados?
Considerado muito caro e cheio de dívidas, o sistema ferroviário francês está perdendo fôlego. A rentabilidade dos TGVs derrete, os trens intercity não dão lucro
Considerado muito caro e cheio de dívidas, o sistema ferroviário francês está perdendo fôlego. A rentabilidade dos TGVs derrete, os trens intercity não dão lucro. Está sendo ameaçado, a médio prazo, todo o conjunto de rede dos trens de longa distância. Para alguns percursos, como Bordeaux-Lyon, o ônibus ainda é mais conveniente do que os trens. O automóvel já concentra 83% da preferência dos franceses, deixando para os trens um mercado de 9%. Dos quais 5,5% são de TGVs.
As companhias de ônibus preparam a entrada no mercado de longas distâncias. Coisa que até agora só era permitido para viagens internacionais. Esse tipo de transporte na França será liberado pelo governo ainda neste 2015. Bem mais econômico, o ônibus pode abocanhar até 5% do mercado de longos trajetos. E desestabilizar ainda mais algumas linhas ferroviárias.
O sistema ferroviário francês transporta anualmente 1,5 bilhão de passageiros. A grande maioria – 1 bilhão de pessoas – apenas na Ile-de-France. O futuro aponta para os trens de periferia, nas zonas densamente ocupadas, e não mais para os trens de interior.
NA CHINA
Foi na véspera do Natal de 2014 que o governo chinês inaugurou sua imensa rede ferroviária de alta velocidade. Uma nova linha foi aberta no dia 26 de dezembro, percorrendo em menos de doze horas os 1,8 mil quilômetros separando Lanzhou de Urumqi, capital de Xinjiang.
Um símbolo tecnológico e político, que atravessa o deserto e resiste aos ventos extremos e ao preço da rentabilidade financeira. No mesmo dia, os trens entraram em serviço em duas outras linhas, ligando a metrópole de Cantão às províncias rurais de Guangxi e Guizhou, adicionando assim 3,2 mil quilômetros aos já existentes 11 mil quilômetros de trilhos para os trens de alta velocidade.
Tudo dentro do projeto de atingir 16 mil quilômetros de rede de trens rápidos que a China pretende colocar no horizonte, até 2020. Para conseguir financiamento aos gastos faraônicos, a China espera vender seus próprios trens no exterior. Inclusive no Brasil. A República Popular enxerga mais longe do que apenas os custos. A linha Pequim-Guangzhou, a mais longa de alta velocidade no mundo com seus 2,3 mil quilômetros de trilhos, aberta em 2012, faz a travessia do país em menos de oito horas. Não é a preferida dos executivos, que viajam mais rápido em avião. Mas tirou do esquecimento uma série de cidade como Shijiazhuang, Zhengzhou, Yueyang, Changsha, de potencial econômico inestimável.
As companhias de ônibus preparam a entrada no mercado de longas distâncias. Coisa que até agora só era permitido para viagens internacionais. Esse tipo de transporte na França será liberado pelo governo ainda neste 2015. Bem mais econômico, o ônibus pode abocanhar até 5% do mercado de longos trajetos. E desestabilizar ainda mais algumas linhas ferroviárias.
O sistema ferroviário francês transporta anualmente 1,5 bilhão de passageiros. A grande maioria – 1 bilhão de pessoas – apenas na Ile-de-France. O futuro aponta para os trens de periferia, nas zonas densamente ocupadas, e não mais para os trens de interior.
NA CHINA
Foi na véspera do Natal de 2014 que o governo chinês inaugurou sua imensa rede ferroviária de alta velocidade. Uma nova linha foi aberta no dia 26 de dezembro, percorrendo em menos de doze horas os 1,8 mil quilômetros separando Lanzhou de Urumqi, capital de Xinjiang.
Um símbolo tecnológico e político, que atravessa o deserto e resiste aos ventos extremos e ao preço da rentabilidade financeira. No mesmo dia, os trens entraram em serviço em duas outras linhas, ligando a metrópole de Cantão às províncias rurais de Guangxi e Guizhou, adicionando assim 3,2 mil quilômetros aos já existentes 11 mil quilômetros de trilhos para os trens de alta velocidade.
Tudo dentro do projeto de atingir 16 mil quilômetros de rede de trens rápidos que a China pretende colocar no horizonte, até 2020. Para conseguir financiamento aos gastos faraônicos, a China espera vender seus próprios trens no exterior. Inclusive no Brasil. A República Popular enxerga mais longe do que apenas os custos. A linha Pequim-Guangzhou, a mais longa de alta velocidade no mundo com seus 2,3 mil quilômetros de trilhos, aberta em 2012, faz a travessia do país em menos de oito horas. Não é a preferida dos executivos, que viajam mais rápido em avião. Mas tirou do esquecimento uma série de cidade como Shijiazhuang, Zhengzhou, Yueyang, Changsha, de potencial econômico inestimável.