Agia Sophia, na Turquia, pode virar mesquita
Se depender de Bülent Arinç, vice primeiro ministro da Turquia, o célebre museu-basílica de Istambul, Agia Sophia (que o povo ainda teima em chamar de Santa
Se depender de Bülent Arinç, vice primeiro ministro da Turquia, o célebre museu-basílica de Istambul, Agia Sophia (que o povo ainda teima em chamar de Santa Sofia, quando na verdade quer dizer, em grego, “Grande – ou Santa – Sabedoria de Deus”) – voltará a ser mesquita. Foi durante a inauguração do Museu do Tapete, no bairro histórico de Sultanahmet, que Arinç expressou sua vontade de ver a basílica-museu como um lugar de culto muçulmano. Uma declaração que vai ao encontro ao movimento AKP, no poder, de islamizar a sociedade e os espaços públicos turcos, multiplicando as reformas em favor da religião.
Para justificar suas pretensões, o número 2 do governo turco apontou o mau estado atual do edifício, que em 1934 Atatürk, por decreto, transformou em museu. Justamente para impedir embates religiosos. Segundo o vice primeiro ministro, “um lugar de culto não deve servir a outra função, a não ser a inicial”. Está seguindo o que já aconteceu com duas igrejas-museus, uma em Trabzon, nas margens do Mar Negro, e outra em Isnik, no oeste do país, a terra dos azulejos e cerâmicas que decoram a Mesquita Azul.
Uma das principais atrações de Istambul, Agia Sophia é uma joia de arquitetura projetada por Isidoro de Mileto e Antênio de Thales, com uma imensa cúpula de 30 metros de diâmetro e mosaicos cobertos com folhas de ouro. Construída no século 6 depois de Cristo pelo Imperador Justiniano, foi consagrada em 25 de dezembro de 537.
Sede do patriarca ortodoxo de Constantinopla entre 360 e 1204 e de 1261 a 1453, durante o período de 1204 a 1261 foi igreja católica. Saqueada pela Quarta Cruzada, foi transformada em mesquita, quando a cidade passou ao domínio dos otomanos, em 1453. Então, pelo lógica de Arinç, deveria voltar a ser ortodoxa, e não mesquita muçulmana.
Mas as reivindicações da extrema direita e dos islamistas turcos acontecem com bastante frequência e a “Mesquita dos Sultãos” foi matéria de capa da revista de bordo da Turkish Airlines em agosto, companhia aérea onde o Estado é acionista majoritário, sem fazer menção da origem cristã da “herança otomana”. O status de Agia Sophia vem aumentar a lista das medidas de uma presença cada vez mais visível do Islã em terras que ficaram famosas justamente pela tolerância, em comparação aos países vizinhos da região.
Restrição ainda maior à venda de álcool, introdução de aulas suplementares sobre a religião sunita em cursos escolares, o véu e interdições para as mulheres – são as novidades que aparecem a cada dia. Como a tentativa de acabar com os dormitórios mistos de estudantes, usando o argumento de que certos modos de vida não são “legítimos” – com a polícia invadindo casas de locações em diferentes cidades, embora a população continue achando que tudo é violação da vida particular, de uma liberdade da qual todos estavam acostumados.
Para justificar suas pretensões, o número 2 do governo turco apontou o mau estado atual do edifício, que em 1934 Atatürk, por decreto, transformou em museu. Justamente para impedir embates religiosos. Segundo o vice primeiro ministro, “um lugar de culto não deve servir a outra função, a não ser a inicial”. Está seguindo o que já aconteceu com duas igrejas-museus, uma em Trabzon, nas margens do Mar Negro, e outra em Isnik, no oeste do país, a terra dos azulejos e cerâmicas que decoram a Mesquita Azul.
Uma das principais atrações de Istambul, Agia Sophia é uma joia de arquitetura projetada por Isidoro de Mileto e Antênio de Thales, com uma imensa cúpula de 30 metros de diâmetro e mosaicos cobertos com folhas de ouro. Construída no século 6 depois de Cristo pelo Imperador Justiniano, foi consagrada em 25 de dezembro de 537.
Sede do patriarca ortodoxo de Constantinopla entre 360 e 1204 e de 1261 a 1453, durante o período de 1204 a 1261 foi igreja católica. Saqueada pela Quarta Cruzada, foi transformada em mesquita, quando a cidade passou ao domínio dos otomanos, em 1453. Então, pelo lógica de Arinç, deveria voltar a ser ortodoxa, e não mesquita muçulmana.
Mas as reivindicações da extrema direita e dos islamistas turcos acontecem com bastante frequência e a “Mesquita dos Sultãos” foi matéria de capa da revista de bordo da Turkish Airlines em agosto, companhia aérea onde o Estado é acionista majoritário, sem fazer menção da origem cristã da “herança otomana”. O status de Agia Sophia vem aumentar a lista das medidas de uma presença cada vez mais visível do Islã em terras que ficaram famosas justamente pela tolerância, em comparação aos países vizinhos da região.
Restrição ainda maior à venda de álcool, introdução de aulas suplementares sobre a religião sunita em cursos escolares, o véu e interdições para as mulheres – são as novidades que aparecem a cada dia. Como a tentativa de acabar com os dormitórios mistos de estudantes, usando o argumento de que certos modos de vida não são “legítimos” – com a polícia invadindo casas de locações em diferentes cidades, embora a população continue achando que tudo é violação da vida particular, de uma liberdade da qual todos estavam acostumados.