Luiza Gil   |   06/12/2015 13:35

Ursilli (MSC) explica redução de oferta em 2016/2017

O diretor comercial e de Marketing da MSC, Adrian Ursilli explicou a decisao da companhia em reduzir a frota no Brasil para temporada 2016/2017.

Com a notícia de que a MSC irá reduzir a oferta de cruzeiros de quatro para dois navios na temporada 2017/2018, o diretor comercial e de Marketing da companhia aproveitou a inauguração do MSC Splendida em águas brasileiras para se posicionar sobre a decisão. Este ano, a companhia marítima segue com mais da metade da frota de cruzeiros que atua na costa do País.

“Duas coisas que tem que pensar. Primeiro que a MSC tem um compromisso muito forte com o Brasil, na parte de cruzeiro e cargas. Segundo que esses roteiros são feitos com dois anos de antecedência. Então quando programamos quatro navios, o mercado brasileiro estava em alta. Agora a situação é diferente. Mas o recado é que nós não vamos deixar de investir aqui, só vamos esperar o ambiente ser mais propício para o negócio se sustentar novamente’’, explica o diretor da MSC.

CRISE
Em 2015, com um cenário de crise econômica, Adrian afirma que não só o turismo, mas todos os segmentos tiveram que se desdobrar para conseguir o mesmo resultado. “Nós estamos realizando ações e promoções agressivas, como o congelamento do cambio e o parcelamento a bordo. Isso significa que estamos dando, desde agosto, 25% de desconto. É necessário porque a oferta é grande e está de acordo com a realidade do consumidor. Nós praticamente diminuímos o preço na mesma proporção que aumentamos a oferta”, relata.

De acordo com o diretor, a estratégia da companhia começou em julho, quando começaram a analisar os números do mercado. “Com dólar a R$ 4, se aumentássemos o preço e a oferta, iria sair navio vazio, os brasileiros começariam a procurar produtos substitutos e a gente sabe que a nossa capacidade turística interna tem um limite. Até por isso as viagens internacionais continuaram, só que as pessoas estão buscando opções mais baratas. Em relação aos cruzeiros, quem fazia 15 dias está fazendo dez, por exemplo”, explica Adrian Ursilli.

OPORTUNIDADES NO EXTERIOR
“Temos uma frota de 12 navios e encomendamos mais sete, com quatro para a classe Vista e três classe Seaside. Aumentamos a oferta com o projeto Renascimento, ampliando o Lírica, Armonia, Opera e Sinfonia, mas não teremos mais navios até 2017. Olhando o cenário mundial, com novas oportunidades de destinos, e local, com economia complicada e alta carga tributária e burocrática, estamos realocando cruzeiros que estavam aqui para novos roteiros”, enfatiza o diretor comercial e de Marketing da MSC.

O MSC Lírica deixará o Rio de Janeiro em março para atuar em águas chinesas, em um contrato de três anos. Já o Armonia tem como destino Cuba. E, de acordo com Adrian, o Brasil também está perdendo mercado da MSC para os Emirados Árabes, devido ao incentivo fiscal e outras vantagens. “Na América do Sul teremos três navios, dois para a costa brasileira (Preziosa e Musica) e um para a Argentina (Orquestra), ou seja, o País está perdendo metade da frota. Mas, para não deixar o mercado carioca e do Sudeste órfãos, o Preziosa terá parada no porto”.

MSC HOJE
A MSC opera atualmente, nesta temporada, com cinco navios na América do Sul, sendo quatro no Brasil e um na Argentina. Segundo Adrian, a soma das cabines chega a 125 mil,, o que representa 250 mil passageiros em ocupação dupla. Contando crianças, o numero pode chegar a 300 mil somente no continente. “Aqui, nós ofertamos 107 mil cabines, ou seja, aproximadamente 214 mil clientes em base dupla, podendo alcançar 250 mil”, ressalta.

O diretor disse que não pode revelar a situação atual de ocupação e venda de cabines, mas garantiu que a MSC conseguirá atingir 100% de aproveitamento nessa temporada. Ursilli também enfatiza que seria muito difícil chegar a esse resultado sem o congelamento da tarifa do dólar nos quatro navios que virão ao Brasil.

“Nós não gostamos de dar o nível de ocupação, porque tem muito lugar para vender ainda. Se falarmos que está lotado, ninguém mais procura. Além disso, ainda estamos no começo de dezembro, portanto há ainda espaço tanto para Natal e Ano Novo, quanto para o fim da temporada”, explica Adrian Ursilli.

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