Vice da AirTkt vê novas empresas como subconsolidadores
Anunciada na semana passada a Keep Going Travel acendeu o debate sobre o que é ser consolidador de bilhetes aéreos no País. É quem concede crédito a agências de viagens para a venda de passagens aéreas? Mas esse crédito tem de ser por meio de c
Anunciada na semana passada a Keep Going Travel (re)acendeu o debate sobre o que é ser consolidador de bilhetes aéreos no País. É quem concede crédito a agências de viagens para a venda de passagens aéreas? Mas esse crédito tem de ser por meio de contratos diretos com companhias aéreas ou pode ser através de outra consolidadora, como uma espécie de repassadora (nome antigo, da época dos GSAs, que está voltando ao mercado)? Tem que consolidar todas as aéreas ou trabalhar com nichos também vale? Um agente de viagens ou ex-funcionário de consolidadora pode abrir uma empresa do ramo da noite para o dia ou isso leva tempo?
Para o vice-presidente da Air Tkt e da Esferatur, Carlos Vazquez, a prática de comprar de outras consolidadoras não é consolidação e sim subconsolidação. Para ele, trata-se de uma prática que não se sustentará por muito tempo, pois comprar de terceiros diminui a margem de trabalho para esses novos consolidadores. “Eles não têm contrato com a companhia aérea, estão confundindo o mercado”, disse Vazquez.
O sócio da Intercontinental, de Vitória, Edson Ruy, confirmou ao Portal PANROTAS que a Keep Going emite com sua empresa, mas acrescentou que ele é sócio da KGT. “Estamos na verdade voltando a São Paulo, onde já tivemos escritório”, contou Edinho. Para Vazquez isso não muda o conceito, pois a Keep Going deveria ser sócia da Intercontinental. Mas em um mercado sem regras, que regras estão valendo? A princípio não há nada de ilegal no que a Keep Going ou a Prime, que emite com a Confiança até março e depois emitirá com a Americantur, estão fazendo. Outras empresas emitem uma ou mais empresa aérea em consolidadoras parceiras. A prática é comum no mercado. Mas isso nem sempre fica claro para o agente de viagens.
Vazquez diz que a Air Tkt, associação que reúne as maiores consolidadoras do País, vai tomar medidas para defender o uso do nome consolidação. “Na Air Tkt só entra quem trabalha legalmente, paga funcionários por dentro, trabalha pelo mercado, tanto pelos agentes quanto pelas empresas aéreas. Estamos auditando nossos números, para que o mercado saiba quem é quem. Essas empresas que se chamam consolidadoras não ajudam o mercado. São piratas”.
Para Peter Weber, da Skyteam, as “subconsolidadoras” não têm margem e contrato com as companhias aéreas e por isso não têm como oferecer o que as consolidadoras oferecem aos agentes. “Há riscos demais envolvendo substituição tributária, bitributação, entre outros aspectos”, afirma ele.
“Temos que defender o padrão de atendimento de uma consolidadora ao agente de viagens. Não podemos estimular a concorrência desleal”, finaliza Vazquez, que promete medidas da Air Tkt contra as “subconsolidadoras” ou “repassadoras”. Outros associados da Air Tkt ouvidos pela reportagem da PANROTAS preferiram não se manifestar oficialmente, mas concordaram com o posicionamento de Carlos Vazquez, que será o próximo presidente da associação, após o fim do mandato de Rui Alves, da Flytour. Outros consolidadores fora da Air Tkt confirmam que as novas consolidadoras chegam mais agressivas ao mercado e não veem com bons olhos essa prática. Mas sobre agressividade comercial... quem nunca?
E você? O que acha? Há mercado para todo mundo ou é preciso haver papeis mais bem definidos?