Rafael Faustino   |   28/09/2017 23:34

Ricardo Amorim: Brasil terá crescimento sólido em 2018

O grande impulso do momento que, para ele, será melhor do que o crescimento do início da década passada, é a volta da confiança de empresários e de consumidores

Jhonatan Soares
O auditório do Expo Center Norte teve casa cheia para conferir a palestra de Ricardo Amorim
O auditório do Expo Center Norte teve casa cheia para conferir a palestra de Ricardo Amorim

Para o economista Ricardo Amorim, já não se trata mais de discutir quando acontecerá a recuperação da economia brasileira. Ela já está em curso. A questão é protegê-la da influência dos escândalos políticos e aproveitar os benefícios que o momento permite. "Mesmo com toda crise politica, a economia está se recuperando. No primeiro trimestre o PIB já cresceu 1%. Nessa média, seram pelo menos 4% no ano, e isso só não vai acontecer porque, no meio do caminho, tinha um Joesley", disse, em apresentação que encerrou o segundo dia de 45ª Abav Expo e 48º Encontro Comercial Braztoa.

Apesar disso, para ele, só com um novo escândalo, muito maior que os anteriores, seria possível interromper o crescimento da economia que se avizinha em 2018. "Claro, no Brasil tudo é possível. Mas não vejo isso acontecendo agora, mesmo com a segunda denúncia de Janot [do presidente MIchel Temer]. Não acredito que vá dar em nada", apontou.

O grande impulso do momento que, para ele, será melhor do que o crescimento do início da década passada, é a volta da confiança: de empresários e de consumidores, medida em indicadores de expectativas e do mercado de trabalho. "A geração de emprego já voltou a crescer, as taxas de juros mais baixas favorecem a distribuição de crédito, e o reflexo disso vai ser mais financiamentos, inclusive em viagens”, disse.

Jhonatan Soares
FATORES DO CRESCIMENTO
Alguns pontos, diz Amorim, colocam o Brasil no cenário perfeito para voltar a crescer com força em 2018. O primeiro deles tem a ver com a tradicional vocação do País para o agronegócio. "Temos uma extensa área inexplorada, e um grande potencial de exportação, com a penetração dos produtos nos países emergentes", diz. A atração de turistas desses países (como China e India), por outro lado, pode ser uma moeda de troca que beneficie o Turismo. "Hoje, a cada quatro dólares gerados no mundo, três vêm de mercados emergentes", lembrou.

Outro fator é o tipo de crescimento que o Brasil experimenta agora, em que o interior cresce mais que as capitais, movidos por uma indústria incipiente. "Na década passada, o crescimento veio apenas baseado no consumo, e não há como ser sustentável consumir mais do que se consegue produzir. Agora, algumas medidas tornaram mais barato produzir no Brasil, e isso já vem acontecendo", ressaltou.

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