Janize Colaço   |   18/08/2016 16:16

Privatização de aeroportos pode desequilibrar Infraero

Ministro dos Transportes afirma que o Governo acredita estar chegando ao limite da sustentabilidade da Infraero, uma vez que as concessões de mais quatro aeroportos à iniciativa privada estão em vias de autorização. 

O ministro dos Transportes, Mauricio Quintella, em entrevista ao Valor Econômico, afirma que o governo acredita estar próximo do limite da sustentabilidade da Infraero, uma vez que as concessões de mais quatro aeroportos à iniciativa privada estão em vias de autorização. Ainda segundo ele, a eventual privatização de Congonhas (SP) e Santos Dumont (RJ) poderia piorar esse quadro.

Divulgação/Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil
Embora o modelo de concessões em blocos – quando um aeroporto maior e superavitário tem a ele agregado outros menores e deficitários – tenha viabilidade econômica em várias regiões do País, em tal cenário, existe também a possibilidade da Infraero, que é uma empresa estratégica, perder a sua soberania.

De acordo com o ministro, apesar da estatal voltar a ser superavitária, do ponto de vista operacional, com cerca de R$ 100 milhões, ela ainda não é capaz de fazer grandes investimentos. Tirar de sua administração Congonhas e Santos Dumont poderia desestabilizar a empresa. Por essa razão, as transferências desses dois aeroportos foram reavaliadas pelo governo e, ao menos por enquanto, deixadas de lado.

Para Quintella, a liberação para 100% do capital privado e estrangeiro no setor irá permitir que as companhias no Brasil tenham acesso a recursos externos e que essas novas empresas possam se instalar no País. A ideia, que já foi conversada com alguns senadores, poderá ser discutida em breve em uma audiência pública na Comissão de Infraestrutura do Senado, para esclarecer melhor a proposta.

Ainda de acordo com o político, não faz sentido abrir mão do capital privado estrangeiro, uma vez que as empresas, submetidas à legislação, além de pagar impostos também gerará empregos. “Se formos falar do ponto de vista estratégico e de soberania nacional, o maior setor do País é o de telecomunicações, que hoje é todo liberado para o capital estrangeiro. O capital é estrangeiro, mas a empresa é brasileira”, afirmou.


*Fonte: Valor Econômico

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