ESPECIAL MARIANA: trade busca formas de se reerguer
Mais de trinta dias se passaram desde o rompimento da barragem Fundão, da mineradora Samarco, que atingiu criticamente o distrito de Bento Rodrigues.
(Fonte: ABIH/Samarco)
Mais de trinta dias se passaram desde o rompimento da barragem Fundão, da mineradora Samarco, que atingiu criticamente o distrito de Bento Rodrigues. Ainda que se tenha comovido com o ocorrido, o secretário adjunto de Cultura, Turismo e Esportes, José Luiz Papa, diz que o órgão não pensa em números expressivos em queda de viagens para Mariana.
A ação da entidade causa incômodo entre o trade de Mariana que, justamente aponta a falta de atitudes para reerguer a cidade pós-tragédia. O proprietário da Bizute Receptivo, Luiz Otávio da Trindade, é um dos insatisfeitos. Somente nos primeiros dias após o derramamento de rejeitos, quatro grupos cancelaram visita à cidade e os serviços.
O prejuízo ultrapassou R$ 20 mil e o descontentamento não tem preço. Com apenas um veículo na frota e a experiência de quase 50 anos de Turismo, Trindade recebia grupos de cerca de 50 pessoas semanalmente. Até mesmo estrangeiros se encantavam com a cidade. Mas hoje sua realidade é outra.
Trindade foi prejudicado em mais de R$ 20 mil (Foto: Arquivo Pessoal)
Com o agravamento financeiro, Trindade teve de interromper até os seus sonhos pessoais. Com formação em Turismo e História da Arte, ele se preparava para iniciar a graduação em Direito. Enquanto não sabe quando e como retomará seus planos, o profissional abriu um processo contra a Samarco por reparação de danos.
Mesmo com o cenário desfavorável, o dono da Bizute Receptivo enxergou boas oportunidades para voltar a crescer. Ainda que à primeira impressão soe curioso, o empresário irá integrar Bento Rodrigues em seus passeios a partir do ano que vem. “A exposição na mídia foi boa por colocar Mariana em evidência”, concluiu.
HOTÉIS SE MEXEM
Assim como os receptivos de Mariana, a hotelaria busca soluções para enfrentar de frente uma crise dupla que bateu de frente com o momento político-econômico do Brasil e o rompimento da barragem da Samarco. Até o momento, a saída está nas promoções mais do que convidativas para trazer mais hóspedes.
(Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)
De acordo com o presidente da ABIH Regional Circuito do Ouro de Minas Gerais, Antoninho Santos, os hotéis e as pousadas já passavam por uma queda constante até se firmar após o fatídico 5 de novembro. O fechamento dos números do mês passado ainda não foi concluído, mas não deve ser satisfatório.
Com mais de 600 desabrigados, os empreendimentos se tornaram a “moradia de aluguel” dos sobreviventes com todos os custos bancados pela Samarco. Aos poucos, no entanto, eles são realocados para casas alugadas e os hotéis liberam os quartos. “Nós nos recuperamos momentaneamente com a tragédia”, afirmou Santos.