Marcos Martins   |   05/12/2017 16:03

Indústria aérea global deve lucrar US$ 38,4 bi em 2018

Associação Internacional de Transporte Aéreo divulgou previsões do próximo ano

Divulgação/ Iata
Expectativa é positiva para a aviação
Expectativa é positiva para a aviação
A Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata) prevê um aumento do lucro líquido da indústria global para US$ 38,4 bilhões em 2018, uma melhora em relação aos US$ 34,5 bilhões de lucro líquido esperado neste ano. Espera-se também o aumento na receita total de US$ 824 bilhões, índice 9,4% maior que 2017, que tem número estimado em US$ 754 bilhões, e uma queda na margem de operação de 8,3% para 8,1%.

O número de passageiros deve aumentar 6% para 4,3 bilhões (RPK), ante 4,1 bilhões deste ano, junto com a carga transportada que passará de 59,9 milhões para 62,5 milhões de toneladas, acréscimo de 4,5%. Com esse crescimento mais lento, tanto para passageiros quanto para cargas, resultarão no lucro médio de US$ 8,90 por partida de passageiro, acima dos US$ 8,45 de 2017.

A forte demanda, eficiência e pagamentos de juros reduzidos vão ajudar as companhias aéreas a melhorar a rentabilidade líquida no próximo ano, apesar dos custos crescentes. Este deve ser o quarto ano consecutivo de lucros sustentáveis, com um retorno sobre o capital investido superior ao custo médio da indústria do capital (9,4% ante 7,4%).

"Estes são bons tempos para a indústria global de transporte aéreo. O desempenho da segurança é sólido. Cada vez mais pessoas estão viajando e a demanda por carga aérea está em seu nível mais forte em mais de uma década”, comemora o diretor geral e CEO da Iata, Alexandre de Juniac. “O emprego é crescente e mais rotas estão sendo abertas. No entanto, ainda é um negócio difícil e estamos sendo desafiados pelo aumento das despesas com combustível, mão de obra e infraestrutura", argumentou o executivo.

As receitas com passageiros devem subir para US$ 581 bilhões, uma alta de 9,2% em relação aos US$ 532 bilhões arrecadados em 2017. O setor de cargas continua contribuindo para essa forte recuperação cíclica em volumes que devem crescer 4,5% em 2018, índice abaixo dos 9,3% de 2017.

Confira abaixo previsões por região:

AMÉRICA DO NORTE
As companhias aéreas norte-americanas têm previsão de gerar o mais forte desempenho financeiro com um lucro líquido de US$ 16,4 bilhões em 2018, acima dos US$ 15,6 bilhões em 2017. São esperadas condições de mercado favoráveis, com crescimento da capacidade (ASK) anunciada em 3,4% que, provavelmente, será um pouco menor que a previsão de tráfego de 3,5%.

ÁSIA-PACÍFICO
As empresas da região devem lucrar US$ 9 bilhões, ante US$ 8,3 bilhões deste ano. A forte subida cíclica nos mercados de carga tem sido um apoio especial, sendo que as transportadoras aéreas da região são responsáveis por 37% da capacidade de carga global. Há previsão de 7% de crescimento na demanda, superando os aumentos de capacidade, anunciados em 6,8%. Os mercados domésticos da Ásia-Pacífico têm se fortalecido na China, Índia e Japão.

EUROPA
As companhias europeias têm lucro previsto de US$ 11,5 bilhões, acima dos US$ 9,8 bilhões de 2017. Foram anunciados aumentos de 5,5% na capacidade, número maior que os 6% esperados na demanda. No entanto, uma rápida resolução do Brexit, entre União Europeia e Reino Unido, seria algo necessário para diminuir incertezas no mercado, de acordo com a Iata.

AMÉRICA LATINA
Companhias aéreas da América Latina devem ter lucro mais modesto em relação às outras regiões citadas, com US$ 900 milhões líquidos no próximo ano, acima dos US$ 700 milhões de 2017. A demanda de passageiros deve crescer 8% em 2018, superando o crescimento da capacidade de passageiros que será de 7,5%.

ÁFRICA
Os transportadores africanos devem continuar em baixa com perda líquida de US$ 100 milhões após o mesmo prejuízo em 2017. Mesmo assim haverá crescimento de 8% na demanda, ultrapassando os 7,5% de alta na capacidade. Segundo a Iata, a recessão econômica da Nigéria pesa bastante nos números do continente africano.

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