Renato Machado   |   20/09/2016 09:22

Aéreas britânicas convivem com incertezas após Brexit

As discussões envolvendo os resultados práticos da saída do Reino Unido da União Europeia, que ficou conhecido como Brexit, não devem cessar tão logo. Dirigentes de companhias aéreas baseadas na terra da rainha evitam falar em suas estratégias

Divulgação
Aeroporto de Heathrow, em Londres
Aeroporto de Heathrow, em Londres
As discussões envolvendo os resultados práticos da saída do Reino Unido da União Europeia, que ficou conhecido como Brexit, não devem cessar tão cedo. Dirigentes de companhias aéreas baseadas na Terra da Rainha evitam falar em suas estratégias enquanto não haja uma definição sobre o futuro da aviação na região. “Incerteza”, no entanto, é a palavra-chave do momento.

Em entrevista ao portal ATW durante o Festival da Aviação, em Londres, a CEO da Easyjet, Carolyn McCall, afirmou que “as companhias aéreas estão muito desvalorizadas neste momento. Esta é a reação do mercado [ao Brexit], por isso não me surpreende que todos estejam olhando para todos os lados [sobre rumores de uma possível oferta pública de aquisição do grupo]”.

As ações da Easyjet, segundo a executiva, despencaram um terço ao longo das primeiras 24 horas após a votação que confirmou o Brexit. “Toda vez que esse tipo de baixa em ações acontece por motivações políticas, você deve olhar para o setor como tudo. Dificilmente isso é algo específico da Easyjet”, concluiu.

A desvalorização citada pela Carolyn McCall também foi abordada pelo CEO do Grupo IAG, Willie Walsh. “O mercado reage à incerteza; ele não gosta disso. Uma vez que essas incertezas forem acabando, o mundo seguirá em frente.”

Sair da União Europeia envolve discussões nos mais diversos setores da sociedade britânica e a aviação é um deles. Tais incertezas citadas pelos dirigentes das companhias aéreas se dá pela não confirmação de que as empresas do Reino Unido poderão continuar tendo acesso liberado ao mercado de transporte aéreo da União Europeia.

Além disso, restam dúvidas quanto ao impacto nas estruturas societárias dos grupos (empresas aéreas da União são obrigadas a terem maioria absoluta em mãos de acionistas pertencentes ao bloco econômico).

“Nós sabemos o que devemos fazer, mas deixaremos intocada nossa estrutura societária até o último minuto possível, até que saibamos exatamente qual serão os impactos”, afirmou a CEO da Easyjet. Para Carolyn McCall, “surgirão acordos sobre direitos de voos, por isso nós iremos aguardar. A questão societária não deverá ser discutida por um bom tempo”.

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