Beatrice Teizen   |   28/01/2021 15:06
Atualizada em 28/01/2021 15:33

Identidade digital global é fundamental para a retomada das viagens

Este foi o tema do segundo painel do webinar realizado pelo Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC)

Com o intuito de discutir como o setor de Viagens e Turismo vem confrontando os efeitos da crise e como os progressos no uso da tecnologia biométrica ajudaram a permitir o distanciamento físico e minimizar o contato com superfícies, assim como o papel da identidade digital na experiência de quem viaja, o Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC) reuniu profissionais do setor em um webinar realizado hoje (28).

Reprodução
Segundo painel do webinar do WTTC contou com Scott Hornick (Oliver Wyman), Sean Oxley (United Airlines), Gordon Wilson (Worldreach), Celine Canu (Iata), Greg Land (IBM Travel) e Kevin McAleenan (ex-Segurança Interna dos Estados Unidos)
Segundo painel do webinar do WTTC contou com Scott Hornick (Oliver Wyman), Sean Oxley (United Airlines), Gordon Wilson (Worldreach), Celine Canu (Iata), Greg Land (IBM Travel) e Kevin McAleenan (ex-Segurança Interna dos Estados Unidos)
Intitulado “Os facilitadores de Viagens”, o segundo painel debateu como a biometria desempenhará um papel fundamental no reinício das viagens e restauração dos seus benefícios econômicos, assim como a necessária colaboração dos setores público e privado para tornar o perfil digital do viajante uma realidade, incluindo os certificados de saúde, que são cada vez mais importantes, como os registros de vacinas.

“A colaboração é fundamental em um setor que envolve tantos pontos de contato, como o de viagens. Para governos, é importante para ter inovação, rapidez, facilidade e investimento. Para o privado, é o estabelecimento de padrões, a validação, a proteção dos viajantes. Esse tipo de parceria é muito essencial no momento da entrega de serviços”, explica o ex-secretário interino de Segurança Interna dos Estados Unidos, Kevin McAleenan.

A colaboração entre governos e indústria aérea também é essencial e esta é uma tecla que a Iata vem batendo desde o início da pandemia. Segundo a líder de Processos de Passageiros e Facilitação da entidade, Celine Canu, é necessário discutir plataformas de colaboração entre os estados e padronização de tecnologias, além de regulações internacionais.

“Precisamos de mecanismos que permitam estados adicionar e remover alguns dos procedimentos adicionais, seja o preenchimento de formulários, identificação adicional de passaporte, certificados de vacinação, entre outros. É importante que países implementem medidas regulatórias para as prevenções da covid-19 e a tecnologia ajuda muito nisso. Por isso precisamos ter uma abordagem coordenada entre as nações, já que vemos que um elemento em comum para a pouca demanda é a falta de confiança por parte dos passageiros. Como indústria, devemos aumentar o nível de padronização”, diz.

Após o surgimento do coronavírus, surgiu também a necessidade de se criar uma espécie de “passaporte de saúde”, onde cada viajante apresenta seu histórico de saúde, de testes e comprovantes de vacina. Neste sentido, a proteção destes dados se torna ainda mais primordial, já que estamos falando de dados médicos e extremamente sigilosos.

“As informações de saúde vêm sendo um componente importante para facilitar as viagens. Se nós, como aéreas, temos acesso a cada informação médica, podemos criar uma solução que facilite, mas não é simples assim. Por isso precisamos saber qual é o nível de acesso que temos a esses dados. Há também a questão da autenticação e da padronização. Dependendo de cada país, nem todo documento será igual, portanto, enquanto não tivermos um padrão, seremos forçados a entender como traduzir, quais são os principais componentes... Esses são alguns dos novos desafios que enfrentamos”, aponta o diretor de Inovação da United Airlines, Sean Oxley.

DTC
O DTC – Digital Travel Credentials –, criado pela ICAO e atualmente em formato piloto, visa justamente isso: criar um padrão para uma identidade digital de viagens. Como uma das práticas recomendadas pelo próprio WTTC, o DTC poderá ter potencialmente 1 bilhão de pessoas ao redor do mundo utilizando o documento virtual.

“Não temos nada parecido com isso até hoje, algo que seja legível e confiável por várias partes. Ele pode ser feito por meio de um dispositivo móvel e apresentado em qualquer lugar, tornando-se uma identidade que é aceita globalmente. O conceito de uma viagem seamless tem a biometria e identidade digital como elementos-chave. Então, agora é a hora de fazer os pilotos para apoiar viagens seguras. É o momento que temos uma janela de tempo para implementar antes que o volume de viagens retorne”, conta o CEO da Worldreach, Gordon Wilson.

Para Celine, da Iata, o DTC será de grande ajuda para retomar a confiança do viajante. “Ele seria um substituto do passaporte, já que permite a introdução para o mundo digital. Passageiros serão capazes de introduzi-lo no celular e outros dispositivos e queremos que eles estejam prontos para voar e tenham todos os requerimentos para entrar nos destinos antes mesmo de embarcar. O recurso reduzirá o risco para as aéreas e trará a confiança que os viajantes estão procurando”, finaliza.

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