BLTA vê retomada de mercado internacional e mira nos EUA
Associação de hotéis e operadoras de luxo acredita em recuperação após mega eventos no Brasil
A Brazilian Luxury Travel Association (BLTA) realizou hoje mais uma edição do seu roadshow com agentes e operadores no Hotel Unique, em São Paulo. A associação conta hoje com 36 membros, sendo 32 hotéis e quatro operadoras/ DMCs, tendo como novidades na lista o Palácio Tangará, da capital paulista, e o Anavilhanas Jungle Lodge, da floresta amazônica, além da DMC Passion Collection.
No ano passado, os hóspedes brasileiros representaram 65% da origem de clientes dos associados, percentual que superou os 17% da Europa, 12% da América do Norte e 5% da América Latina. Em motivação de viagem, 76% tiveram foco em lazer, 11% em negócios e 7% nos eventos sociais. A taxa de ocupação média foi de 45% com 393.463 hóspedes e o faturamento bruto estimado em R$ 666 milhões. As informações foram divulgadas após estudo realizado em parceria com o Senac.
“O brasileiro continua sendo a maior fonte de turistas para os hotéis e a participação de estrangeiros caiu para 35%. Após a Copa do Mundo e Olimpíadas, houve uma certa ressaca, pois o Brasil esteve muito na mídia internacional por conta dos eventos esportivos. Esse é um processo natural e observamos uma recuperação nos últimos meses”, explica o presidente da BLTA, Martin Frankenberg, ao Portal PANROTAS.
Em relação ao tempo de permanência, 65% fecharam até três diárias e 29% de quatro a sete diárias, com o público majoritariamente formado por casais (56%). As reservas foram realizadas, em maioria, direto nos balcões (40%), OTAs (19%) e agentes de viagens empatados com as operadoras (17% cada).
As atividades extras mais solicitadas envolveram gastronomia (91%) e spa (69%). Nas operadoras, 40% dos viajantes foram da Europa, superando o Brasil (36%) e a América do Norte (24%).
“No início de 2019, vamos realizar uma visita conjunta aos mercados de Nova York e Los Angeles, nos Estados Unidos, para promover os membros, de olho no impacto das mudanças com o novo processo de visto. Observamos uma mudança radical na demanda de visitantes norte-americanos para o Brasil no Turismo de luxo após o visto eletrônico”, revela.
CONCEITO E SUSTENTABILIDADE
Para a BLTA, a tendência do mercado de luxo atualmente é baseada na frase “o menos é mais”, com atenção dedicada à experiência e autenticidade de cada destino, sem excessos e muita ostentação. “De acordo com dados internacionais, o Turismo de luxo cresce cerca de 4% ao ano, globalmente, e consegue maior nível de empregabilidade, pois há 2,7 funcionários por unidade habitacional", completa a diretora executiva da BLTA, Simone Scorsato.
A associação realiza no final de novembro seu primeiro Prêmio Sustentabilidade, que terá como objetivo reconhecer as melhores práticas dos associados nos aspectos social, ambiental e econômico. "É preciso se especializar no valor e qualidade do serviço e entender que temos que mostrar o que o Brasil tem de positivo, como os eventos culturais e a relação com a comunidade, para tirar a imagem de que o segmento de luxo é um setor exclusivista."