Filip Calixto   |   13/12/2022 10:08
Atualizada em 13/12/2022 16:45

Experiência já substituiu produto no interesse do jovem consumidor

Pesquisa do instituto Locomotiva para o Kwai mostra que o consumidor hoje preza pelas experiências


PANROTAS / Filip Calixto
Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomitiva, apresentou a Geração K e seus desejos de consumo no Kwai for Business
Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomitiva, apresentou a Geração K e seus desejos de consumo no Kwai for Business
Os produtos não são mais o maior desejo de consumo para uma nova classe de consumidores que surge no momento seguinte ao estado de excepcionalidade criado pela pandemia. Os bens duráveis deram lugar às experiências, que passaram a ser o maior objeto de desejo para a nova demanda. Essa análise de comportamento e de perfil de consumo é resultado da pesquisa "O Consumidor Pós-Pandemia - A força da Geração K", que foi apresentada ontem (12), pelo Instituto Locomotiva, no Kwai for Business (evento organizado pela plataforma de vídeos curtos Kwai).

De acordo com a explicação de Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva e um dos responsáveis pela pesquisa, as análises do comportamento de compra do brasileiro, levando em consideração os efeitos da pandemia, fizeram o mercado se atentar para um novo tipo de cliente, com novos traços e desejos. O consumidor com poder de compra no mercado e identificado pela pesquisa é chamado de Geração K, tem anseio por viver experiências e está interessado em assuntos como música (como símbolo de cultura), carreira (buscando conhecimento sobretudo na internet) e bem-estar (querendo conhecer novos destinos e viajar mais).

Esses compradores com novos interesses já têm forte impacto no mercado nacional por seu potencial. A Geração K é composta por 41 milhões de pessoas, que movimentam R$ 655 bilhões por ano. "Este é o público alvo de todas aquelas marcas que precisam hoje construir resultados", aponta Meirelles.

Estão dentro da Geração K, segundo informou o instituto de pesquisa, pessoas de 16 a 34 anos e pertencentes, principalmente, às classe B e C no recorte econômico. Esse contingente representa 25% da população brasileira. E, para efeito de comparação, o palestrante chama atenção para um detalhe curioso: se fosse um Estado brasileiro, a geração em análise seria o segundo mais rico, perdendo apenas para São Paulo. "É um imenso potencial econômico de uma geração que representa tanto o presente como também o futuro do Brasil", reforçou o pesquisador.

Esse mesmo grupo tem ainda alguns detalhes importantes de se destacar: 55% deles são negros e um índice idêntico concluiu o ensino médio; 97% se declaram "digitalizados" (com acesso diário à internet e manuseiam com facilidade aplicativos); 45% estão no sudeste e 21% no nordeste.

HÁBITOS E PREFERÊNCIAS DE CONSUMO
Para os clientes pertencentes a essa nova geração de consumidores, a identificação com as marcas é fundamental. Mais de 70% dos respondentes informaram que enxergam valor identitário nas marcas que usam e esse é um elemento levado em conta na decisão da compra.

O fator identificação, portanto, é mais importante que o preço cobrado, segundo asseguram os pesquisados.

PANROTAS / Filip Calixto
A pandemia foi tema de mais de 70 pesquisas do Instituto Locomotiva, presidido por Renato Meirelles
A pandemia foi tema de mais de 70 pesquisas do Instituto Locomotiva, presidido por Renato Meirelles
Também está no recorte de hábitos, preferências e identificação uma outra tendência flagrada pela pesquisa. Segundo informa o Instituto Locomotiva, a Geração K funciona numa lógica de influência mútua, com consumidores que impulsionam uns aos outros a comprarem um determinado produto ou experiência.

Nesse movimento também está um novo tipo de trabalho e fonte de rendimentos para consumidores que deixam de apenas comprar os bens e passam também a divulgá-los. Isso tem acontecido com as viagens, conforme explica Meirelles. "Quando se mostra que é possível viajar, conhecer novos lugares e experiências, seja como for, passasse a formar um novo repertório de produtores de conteúdo falando sobre aquela experiência vivida", afirma o presidente do Locomotiva.

Essa é uma lógica que tem forte contribuição das mídias sociais e da interação via internet.

RELAÇÃO COM OS APPS
A Geração K também tem como traço a forte utilização de aplicativos de celular no seu cotidiano. Esses apps revelam a identidade que o grupo divide e defende.

Os aplicativos mais importantes para esse público, segundo apontado pelos pesquisados são: apps de bancos (usados por 75% dos respondentes), redes sociais (presente na vida de 68% dos pesquisados) e mensagens instantâneas (os preferidos de 66%). Os aplicativos de música, vídeos, fotos, filmes, compras e leitura aparecem logo a seguir.

Perguntados sobre o que é importante para que possam se definir como indivíduo, os pesquisados da Geração K informaram que dão maior valor a questões como: gênero, idade e cor/raça/etnia. Para a mesma pergunta, os pesquisados com mais de 35 anos disseram que as questões que dão valor são as seguintes: papel na família, gênero e trabalho.

QUE BRASILEIRO SAIU DA PANDEMIA?
Com mais de 70 pesquisas realizadas tendo a pandemia como tema, o Instituto Locomotiva também fez um resumo do perfil do consumidor brasileiro depois do período pandêmico. Esse consumidor tem as seguintes características:

  • É mais preocupado com sua saúde e bem-estar
  • Tem um novo padrão de exigência em higiene
  • Ressignificou as relações pessoais
  • Está mais conectado com o lar
  • Ficou mais aberto às soluções digitais e mais conectado
  • Tem um novo repertório de marcas e canais de compras
  • Tem agora mais incertezas sobre sua renda, mas também ficou mais solidário

PANROTAS / Filip Calixto
Paulo Fernandes, diretor da Kwai for Business nas Américas, explicou o tamanho que a plataforma alcançou na região
Paulo Fernandes, diretor da Kwai for Business nas Américas, explicou o tamanho que a plataforma alcançou na região

KWAI
Quem encomendou a pesquisa do Instituto Locomotiva e recebeu Renato Meirelles na palestra do dia foi o app Kwai, que tem crescido significantemente no mercado brasileiro. A plataforma criada na China tem 48 milhões de brasileiros cadastrados e média de navegação de 60 minutos por dia, por usuário.

Desse total, 57% são mulheres, 49% é da região sudeste e 48% pertencem à chamada Classe C.

Em termos globais, o aplicativo está em mais de 30 países e tem mais de 82 bilhões de views apenas no ano de 2022.

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