Pesquisa revela que 27% dos viajantes brasileiros valorizam preço baixo
O dado faz parte da pesquisa Traveler Value Index 2023, da Expedia
Durante a 9º HSMAI Strategy Conference, realizada na última quinta-feira (10) pela HSMAI, a diretora sênior de Marketing da Expedia para a América do Sul, Carrie Wilder, apresentou em primeira mão dados da pesquisa Traveler Value Index 2023.
Para a composição do estudo, foram considerados 11 mercados e 11 mil viajantes entrevistados. Pela primeira vez, a análise contou com a participação de viajantes e profissionais da Indústria do Turismo, desde hotéis, revenues de companhias aéreas e programas de fidelidade, que mantiveram o setor funcionando no período pandêmico.
A pesquisa da Expedia, que representa a medida do que os consumidores brasileiros procuram quando reservam uma viagem, analisou sete fatores importantes para os viajantes. São eles:
27% - Preço baixo;
20% - Métodos de limpeza/desinfecção aprimorados e frequentes;
13% - Benefícios e upgrades;
12% - Políticas amigas da natureza;
10% - Possibilidade de reembolso total em reservas canceladas;
9% - Flexibilidade para alterações sem cobranças;
8% - Experiência sem contato durante toda a viagem.
Em comparação com 2021, a limpeza caiu no ranking, enquanto a importância de reembolso segue em segundo lugar, com 20% do total. A possibilidade de alterar as reservas sem multas ou ter flexibilidade para isso ficou mais evidente em outro momento da pesquisa, em que 47% dos consumidores afirmaram que nunca iriam reservar uma hospedagem não reembolsável.
Embora a maioria das pessoas do setor (82%) considere que os consumidores estavam entendendo as limitações da equipe e do serviço, é provável que a fidelidade do cliente tenha sido afetada.
Por outro lado, 46% dos viajantes concordam que viajar é mais importante agora do que antes da pandemia. E 43% estão aumentando seu orçamento de viagens mundialmente, contra os 31% de 2022. Para os brasileiros, esse número é ainda maior, com 60% dos entrevistados afirmando a importância das viagens.
Os brasileiros também estão mais propensos a viajar a lazer, com 89% se planejando nos próximos 12 meses, comparado com os 7% globalmente.
“Precisamos saber o máximo possível sobre os viajantes, como seu mercado e as mudanças da indústria que impactam seus negócios”, destaca Carrie.
Viagens Corporativas a todo vapor
As viagens a negócios cresceram aceleradamente nos últimos seis meses. No início de 2022, a maioria dos entrevistados afirmou que não estava planejando qualquer viagem corporativa. Atualmente, a realidade indica que uma em cada três pessoas – e dessas, muitas (85%) - está ansiosa para a próxima viagem corporativa.
Durante a apresentação do estudo, Carrie destacou cinco dicas para os hoteleiros e profissionais do segmento de viagens. São elas:
1- Mantenha tarifas reembolsáveis e políticas flexíveis;
2- Defina expectativas realistas com os viajantes e tenha expectativas realistas para sua equipe;
3- Seja cuidadoso com descontos e benefícios;
4- Aproveite e mostre os valores da sua marca;
5- Avalie os feedbacks dos consumidores para entender como eles percebem a experiência.
Já a análise político-econômica do evento ficou por conta do economista-chefe do Banco Alfa, de Luís Otávio Leal, que levou ao público previsões sobre o cenário econômico futuro, considerando perspectivas internacionais e o contexto do Brasil após as eleições definidas.
O economista começou apontando três temas internacionais:
China: pode dar “dor de cabeça” ao mundo no curto prazo, com a política de tolerância zero com a Covid-19, no médio prazo, em função da baixa no setor imobiliário chinês, e no longo prazo, em função do conflito com Taiwan. Em resumo, a China não deverá ser a locomotiva do mundo como nos últimos anos. “Fiquem de olho na Índia”, ressalta Leal.
Guerra na Ucrânia: a questão energética ainda preocupa a Europa, e a inflação no continente chegará a 10,7% em dezembro de 2022, em uma alta surpreendente.
Política monetária dos Estados Unidos: é quase impossível o país não entrar em recessão, e seu mercado financeiro com certeza será abalado. Mesmo assim, a bolsa brasileira seguirá desconectada da americana, com o dólar não chegando mais aos índices de 2021, e crescimento do PIB de 0,80% em 2023.
No que se refere às projeções do FMI, por meio da análise World Economic Outlook, o crescimento mundial previsto é de 2,7%, com 3,2% para final de 2022. E mesmo com a previsão de crescimento, Leal lembrou que o Brasil “não é para principiantes”, e reforçou que a Política Fiscal do governo será vital para esses resultados. Mudanças do novo governo na Reforma Tributária e a questão do teto de gastos podem alterar o processo.
A 9º HSMAI Strategy Conference reuniu 130 profissionais e executivos do setor de hospitalidade e Turismo no hotel Hilton São Paulo Morumbi (SP).