Juliana Monaco   |   15/06/2021 10:30
Atualizada em 15/06/2021 10:42

Cai participação feminina no empreendedorismo em 2020

A saída das mulheres foi uma das responsáveis pela redução de 18% na taxa de empreendedorismo no Brasil


Pixabay
Em 2020, as mulheres corresponderam a aproximadamente 46% dos empreendedores inicias
Em 2020, as mulheres corresponderam a aproximadamente 46% dos empreendedores inicias
A pandemia fez com que o perfil qualitativo das mulheres à frente de um negócio mudasse em 2020: entraram mulheres mais inexperientes e saíram as com mais tempo de empreendedorismo. De acordo com o relatório da Global Entrepreneurship Monitor (GEM) 2020, realizada no Brasil pelo Sebrae em parceria com o Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBPQ), grande parte das empreendedoras já estabelecidas - aquelas com mais de 3,5 anos à frente de um negócio - se viram obrigadas a abandonar as suas empresas.

Em 2020, a taxa de empreendedorismo total no Brasil atingiu o menor patamar dos últimos oito anos e caiu para 31,6%, o que representa uma redução de 18,33% quando comparada com a taxa de 2019, que foi de 38,7%. Com esse resultado, o Brasil caiu do quarto lugar em taxa total de empreendedorismo no mundo para o sétimo lugar.

EFEITOS DA PANDEMIA
As mulheres, juntamente com os jovens e os empreendedores de baixa renda e de pouca escolaridade, influenciaram no resultado da taxa de empreendedorismo estabelecido, que passou de 16,2% para 8,7% no ano passado, a maior redução já registrada nos últimos 17 anos. Em contrapartida, as mulheres, juntamente com esse grupo, também movimentaram o número de empreendedores iniciais (com até 3,5 anos de fundação), que registraram a maior taxa da série histórica do estudo, atingindo 23,4%.

O presidente do Sebrae, Carlos Melles, destaca que, apesar do aumento da participação delas no empreendedorismo inicial, saíram mais mulheres do que entraram, porque muitas se viram obrigadas a cuidar da família nesse período. "A pandemia afetou enormemente o Brasil e impactou muito o grupo mais vulnerável dos empreendedores, como as empreendedoras. Isso fez com que houvesse uma reversão das conquistas adquiridas ao longo dos últimos anos", afirmou.

Em 2020, as mulheres corresponderam a aproximadamente 46% dos empreendedores inicias, número um pouco superior ao registrado em 2006, quando a taxa era de 43% e mais de quatro pontos percentuais inferior ao registrado em 2019, quando as mulheres representavam metade dos empreendedores iniciais.

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