70 mil peruanos já viajaram ao Exterior para serem vacinados
O Turismo de vacinação é um sintoma da desigualdade na distribuição de vacinas, diz especialista
Nesta semana, a Forward Keys revelou um estudo que aponta para o crescimento de reserva de voos de países da América Latina para os Estados Unidos após alguns Estados disponibilizarem vacinas para todos os adultos, incluindo os visitantes. Entre estes países, o Peru se destaca. Em nova reportagem da CNN Travel, peruanos foram entrevistados e um deles inclusive comparou a situação da pandemia no Peru a uma "roleta-russa".
Com mais de 68 mil mortes atribuídas à covid-19 em uma população de 32 milhões, o Peru é um dos países mais afetados na América Latina. "Chegamos aos EUA não pelo sonho americano, estamos aqui pelo sonho da vacina", afirmou o empresário Elver Estela, de 49 anos, que se sentiu livre da tal "roleta-russa" ao receber a primeira dose da vacina da Pfizer em um posto de saúde em Seattle.
O lançamento lento da vacina na maioria dos países latino-americanos e o aumento contínuo de casos tem levado aqueles com condições de viajar para o exterior a entrar em um avião para os EUA a fim de obter sua vacina, aumentando a demanda de viagens para os EUA em 2021. O vice-ministro de Saúde Pública do Peru, Gustavo Rosell, disse à mídia local na semana passada que cerca de 70 mil peruanos já viajaram para o Exterior para se vacinar.
“Como referência, em 2019 as viagens para a América do Norte concentraram 77% das viagens para fora da região. Em março de 2021 essas viagens chegaram a 87%, um aumento intimamente relacionado ao número significativo de turistas "de vacinação" que vão aos EUA para obter sua injeção", afirmou o CEO da Associação Latino-Americana e Caribenha de Transporte Aéreo (Alta), José Ricardo Botelho.
Como região, a América Latina carece de vacinas para a covid-19. Embora mais de 400 milhões de doses da vacina tenham sido administradas nas Américas, a maioria delas foi nos EUA, disse a diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Carissa Etienne. “Na verdade, apenas 3% dos latino-americanos foram totalmente vacinados contra a covid-19 e ainda temos um longo caminho a percorrer para garantir que todos estejam protegidos”, explicou.
Para Etienne, o Turismo de vacinação não é uma solução, mas "um sintoma de como as vacinas estão sendo distribuídas de forma desigual nas Américas". Os países da América Latina e do Caribe receberam mais de 12 milhões de doses por meio das instalações da Covax, apoiadas pela OMS, até 21 de maio, mas o programa está enfrentando atrasos no envio com o que já é um número limitado de vacinas, de acordo com funcionários da OPAS.
Indo um passo adiante, a cidade de Nova York abriu postos de vacinação móveis próximos às atrações da cidade. "Estamos criando oportunidades de vacinação móvel para turistas em algumas das partes mais movimentadas da cidade de Nova York, os lugares que os turistas adoram ir e olhar, acho que isso faz parte das boas-vindas de volta à cidade de Nova York, queremos que todos vejam que estão seguros", disse o prefeito Bill de Blasio.
Como alguns destinos, como México e as Bahamas, entre outros no Caribe, não têm restrições de viagens aéreas com os Estados Unidos, os viajantes de vacina da América Latina passam duas semanas nesses países (15 noites) e depois entram nos EUA para a vacinação. A vacina da Johnson & Johnson, que requer apenas uma dose, é a mais buscada pelos turistas de vacina.
O Portal PANROTAS conversou com diversas operadoras de viagens, que confirmaram o Turismo de vacina, sendo que a empresa de Turismo vende apenas o aéreo e o terrestre, com a parada no lugar de quarentena. A vacina não pode estar no pacote, pois não há garantia de que o turista terá acesso à vacina de preferência ou mesmo a qualquer uma delas. Com o excesso de vacinas nos Estados Unidos e a recusa de parte da população de se vacinar, há um esforço muito grande de incentivar a vacinação, e os destinos turísticos incluem os visitantes na lista de prioridades, pois com a imunização o Turismo também retorna.
Na próxima semana, a Latam Airlines Brasil retoma seu voo São Paulo-Cancun, duas vezes por semana. A companhia também aumentou de quatro para cinco os voos semanais São Paulo-Cidade do México. A procura pelo México tem aumentado, e boa parte se deve ao Turismo de vacina ou para quem quer entrar nos Estados Unidos por outros motivos.
Outra vantagem da vacinação nos Estados Unidos é que todas as vacinas lá aplicadas são aprovadas pela OMS e pela União Europeia, não criando restrições de viagens. A Coronavac, de produção chinesa e aplicada no Brasil, ainda está sendo avaliada pela OMS, que adiou sua decisão em relação a esse imunizante para junho próximo.
Com mais de 68 mil mortes atribuídas à covid-19 em uma população de 32 milhões, o Peru é um dos países mais afetados na América Latina. "Chegamos aos EUA não pelo sonho americano, estamos aqui pelo sonho da vacina", afirmou o empresário Elver Estela, de 49 anos, que se sentiu livre da tal "roleta-russa" ao receber a primeira dose da vacina da Pfizer em um posto de saúde em Seattle.
O lançamento lento da vacina na maioria dos países latino-americanos e o aumento contínuo de casos tem levado aqueles com condições de viajar para o exterior a entrar em um avião para os EUA a fim de obter sua vacina, aumentando a demanda de viagens para os EUA em 2021. O vice-ministro de Saúde Pública do Peru, Gustavo Rosell, disse à mídia local na semana passada que cerca de 70 mil peruanos já viajaram para o Exterior para se vacinar.
“Como referência, em 2019 as viagens para a América do Norte concentraram 77% das viagens para fora da região. Em março de 2021 essas viagens chegaram a 87%, um aumento intimamente relacionado ao número significativo de turistas "de vacinação" que vão aos EUA para obter sua injeção", afirmou o CEO da Associação Latino-Americana e Caribenha de Transporte Aéreo (Alta), José Ricardo Botelho.
Como região, a América Latina carece de vacinas para a covid-19. Embora mais de 400 milhões de doses da vacina tenham sido administradas nas Américas, a maioria delas foi nos EUA, disse a diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Carissa Etienne. “Na verdade, apenas 3% dos latino-americanos foram totalmente vacinados contra a covid-19 e ainda temos um longo caminho a percorrer para garantir que todos estejam protegidos”, explicou.
Para Etienne, o Turismo de vacinação não é uma solução, mas "um sintoma de como as vacinas estão sendo distribuídas de forma desigual nas Américas". Os países da América Latina e do Caribe receberam mais de 12 milhões de doses por meio das instalações da Covax, apoiadas pela OMS, até 21 de maio, mas o programa está enfrentando atrasos no envio com o que já é um número limitado de vacinas, de acordo com funcionários da OPAS.
COMO FUNCIONA
Viajantes entrevistados pela CNN disseram que não foram solicitados comprovantes de residência nos Estados Unidos em centros de vacinação e alguns deles mostraram suas carteiras de identidade ou passaportes. Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) afirmam que "as jurisdições não podem adicionar requisitos de cidadania dos Estados Unidos ou exigir a verificação de cidadania dos Estados Unidos como condição para a vacinação".Indo um passo adiante, a cidade de Nova York abriu postos de vacinação móveis próximos às atrações da cidade. "Estamos criando oportunidades de vacinação móvel para turistas em algumas das partes mais movimentadas da cidade de Nova York, os lugares que os turistas adoram ir e olhar, acho que isso faz parte das boas-vindas de volta à cidade de Nova York, queremos que todos vejam que estão seguros", disse o prefeito Bill de Blasio.
Como alguns destinos, como México e as Bahamas, entre outros no Caribe, não têm restrições de viagens aéreas com os Estados Unidos, os viajantes de vacina da América Latina passam duas semanas nesses países (15 noites) e depois entram nos EUA para a vacinação. A vacina da Johnson & Johnson, que requer apenas uma dose, é a mais buscada pelos turistas de vacina.
O Portal PANROTAS conversou com diversas operadoras de viagens, que confirmaram o Turismo de vacina, sendo que a empresa de Turismo vende apenas o aéreo e o terrestre, com a parada no lugar de quarentena. A vacina não pode estar no pacote, pois não há garantia de que o turista terá acesso à vacina de preferência ou mesmo a qualquer uma delas. Com o excesso de vacinas nos Estados Unidos e a recusa de parte da população de se vacinar, há um esforço muito grande de incentivar a vacinação, e os destinos turísticos incluem os visitantes na lista de prioridades, pois com a imunização o Turismo também retorna.
Na próxima semana, a Latam Airlines Brasil retoma seu voo São Paulo-Cancun, duas vezes por semana. A companhia também aumentou de quatro para cinco os voos semanais São Paulo-Cidade do México. A procura pelo México tem aumentado, e boa parte se deve ao Turismo de vacina ou para quem quer entrar nos Estados Unidos por outros motivos.
Outra vantagem da vacinação nos Estados Unidos é que todas as vacinas lá aplicadas são aprovadas pela OMS e pela União Europeia, não criando restrições de viagens. A Coronavac, de produção chinesa e aplicada no Brasil, ainda está sendo avaliada pela OMS, que adiou sua decisão em relação a esse imunizante para junho próximo.