Victor Fernandes   |   24/09/2020 18:02
Atualizada em 24/09/2020 18:03

Brasileiros estão mais otimistas com viagens domésticas

Estudo do Viajala monitorou as expectativas de viagens dos usuários da plataforma de maio à setembro

Filip Calixto
Luísa Dalcin, diretora de comunicação do Viajala
Luísa Dalcin, diretora de comunicação do Viajala
De acordo com estudo do buscador de voos Viajala, o Turismo já começa a esboçar alguma reação com a reabertura das cidades no Brasil. "O setor do transporte aéreo está retomando rotas nacionais que deixaram de operar cinco meses atrás e a oferta de voos está começando a ficar um pouco mais consistente", afirmou a diretora de Comunicação do Viajala, Luísa Dalcin.

O otimismo do viajante brasileiro para viagens nacionais também parece estar em processo de retomada, de acordo com a pesquisa do buscador, que monitorou as respostas de três mil usuários da plataforma em seis países (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru) entre maio e setembro, para saber as expectativas de viagens dos latinos para este ano e o ano que vem.

A pesquisa mostrou que os brasileiros que costumam buscar suas passagens na plataforma estiveram, ao longo dos últimos meses, menos preocupados com a duração das orientações de isolamento que outros usuários latinos do Viajala. Em maio, apenas 27% declararam não saber quando voltariam a fazer viagens nacionais por aqui, enquanto a média da indecisão dos entrevistados dos outros países foi de 40%. Entre a segunda quinzena de agosto e a primeira quinzena de setembro, esse número caiu para 21% no Brasil, mesma média observada entre os outros países latinos analisados no período.

VIAGENS ESTE ANO
Os ânimos em relação às viagens nacionais melhoraram no último mês. Entre maio e junho, 36% dos viajantes brasileiros consultados acreditavam poder viajar dentro do Brasil ainda em 2020, número que subiu para 45% em dois meses. Entretanto, o número de usuários que acredita que as viagens nacionais só devem retomar a partir do ano que vem também subiu no período analisado, de 11% para 25%.

Quanto ao retorno de viagens internacionais, houve pouca mudança: 66% dos brasileiros afirmaram, entre maio e junho, não ter ideia de quando sairiam do Brasil novamente, número que caiu para 60% entre agosto e setembro. O principal palpite dos entrevistados em maio para voltar a fazer viagens internacionais era o mês de janeiro de 2021 - essa opção foi escolhida por 11% dos entrevistados. No começo deste mês, o chute foi mais conservador: 15,5% declararam que só devem voltar a viajar para o Exterior a partir de julho do ano que vem. O otimismo sobre fazer viagens internacionais ainda em 2020 caiu de 21% entre maio e junho para 12%.

Para Luísa, isso pode ser uma consequência do longo pico da doença no País e das restrições de entrada de brasileiros impostas por países muito procurados, como Estados Unidos e Portugal. "Com esse cenário, vemos que os destinos nacionais ainda são a melhor opção para quem quer programar viagens para o fim do ano e o ano que vem, já que permitem viagens mais curtas, mais baratas e que podem ser organizadas sem tanta antecedência", comentou a executiva do Viajala.

ORÇAMENTO
Na hora de voltar a viajar para o Exterior, a principal preocupação dos brasileiros entrevistados se manteve estável ao longo dos meses de análise: é o próprio bolso. De maio até setembro, cerca de 30% dos participantes mantiveram a declaração de que temem pela sua situação financeira quando a crise passar. Já a segunda opção mais votada mudou: entre maio e junho, 17% se mostravam preocupados com a cotação de moedas estrangeiras, como o dólar e o euro, enquanto 15% temiam uma segunda onda do coronavírus. No fim de agosto, o medo inverteu: 23% dos viajantes passaram a declarar temer um retorno da doença, enquanto 20% ficam mais apreensivos em relação à cotação do dólar e do euro para viajar novamente.

Segundo Luísa, o momento ainda inspira cuidados, mesmo para viagens nacionais e próximas. "Os números de covid no Brasil começaram a ceder e a dar um pouco de esperança, é verdade, mas o cenário segue sendo muito delicado. Qualquer plano de viagem deve ser organizado com responsabilidade, cumprindo as orientações dos órgãos internacionais de saúde, procurando destinos abertos e, de preferência, isolados, sem aglomerações, como hotéis fazenda e reservas naturais", recomendou a diretora de comunicação do buscador de voos.

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