Filip Calixto   |   29/04/2020 18:33
Atualizada em 29/04/2020 18:50

Pesquisa aponta comportamento de consumo na Am. Latina

A Kantar detalha o comportamento do consumidor durante pandemia e projeta o pós-isolamento.

Unsplash/Rupixen
Pesquisa diz que novo comprador, fruto do atual momento de isolamento, surge com as novas preocupações e novas formas de receber e interagir com a comunicação
Pesquisa diz que novo comprador, fruto do atual momento de isolamento, surge com as novas preocupações e novas formas de receber e interagir com a comunicação
Especializada na identificação de tendências e comportamento de consumo, a Kantar Brasil Insights acaba de divulgar um levantamento analisando hábitos de compra no período afetado pela pandemia do coronavírus e no pós-crise. A pesquisa compara regiões e aponta similaridades nos padrões de compra de consumidores latino-americanos, espanhóis e do Reino Unido. Nessas três regiões, atualmente, nota-se menos visitas aos pontos de venda e maiores compras por viagem, ou seja, quanto mais a frequência de compras diminui, maior o tamanho do carrinho.

"À medida que os estilos de vida se transformam, temos a tarefa de imaginar como seria a vida em semanas, meses e anos. Em abril, observamos que o importante era garantir disponibilidade para minimizar estoques, os consumidores priorizaram novos canais (e-commerce) e a resposta a novas necessidades teve que ser otimizada como consequência da mudança de hábitos. De maio a junho, a estratégia do canal deve ser adaptada às novas regras de distanciamento social, além de atender as preocupações dos consumidores e as novas necessidades de crescimento das marcas", comenta a diretora de Novos Negócios para a América Latina da consultoria, Cecilia Alva.

Mais uma vez analisando o cenário latino-americano, o levantamento aponta que, no final de março, o que mais preocupava o os compradores eram questões relacionadas à saúde. No entanto, à medida que o confinamento progrediu isso mudou. No início de abril, vimos que 81% da população estava muito preocupada com a economia, principalmente em países como o Chile, Colômbia, Equador e México.

"O novo mundo começa com mudanças de hábitos, como o que você planeja gastar. Cerca de 36% da população declarou que economizará para emergências, 21% irá pagar dívidas, destaque para Brasil e Argentina, e 14% investirá na compra de produtos para o lar", revela a diretora de Soluções Especializadas, Valeria Berlfein.

De acordo com Valeria, o novo comprador, fruto do atual momento de isolamento, surge com as novas preocupações e com ele novas formas de receber e interagir com a comunicação. Isso faz com que haja adaptação de compras e de canais que, no futuro, devem garantir experiência adequada a essas novas necessidades.

"Olhando especificamente para o e-commerce, a experiência de compra prevalece. É hora de investir em melhoria, levando-a para outro nível. Também é importante entender as fraquezas de compradores que estão apenas ingressando neste mundo digital e transferir a experiência de uma loja física para uma loja virtual", acrescenta o líder da companhia na região, Daniel Machado.

CONSUMO DE MÍDIA
Mais que o consumo de bens, a mídia e a forma como ela é escolhida também foi afetada pelo cenário de pandemia. Na nova configuração social, as audiências estão crescendo, o perfil do público está mudando e a credibilidade está sendo mais valorizada. As emissoras veem um crescimento exponencial de sua audiência, e a informação e o entretenimento aparecem como os gêneros mais valorizados no momento.

A audiência de televisão aumentou em todo o mundo e o mesmo pode ser comprovado na América Latina. A televisão, assim como a mídia online, apresenta hoje novas oportunidades para que a marcas encontrem seus públicos. Por exemplo, há queda significativa no custo por mil, particularmente no horário diurno de segunda a sexta-feira - o que é uma vantagem para anunciantes.

Observando o consumo na América Latina com mais detalhes, é possível ver aumento no início de março à medida que se agravava a situação e que os países se preparavam para a quarentena.

De acordo com o estudo, os canais tradicionais de notícias (emissoras e jornais) são as fontes de informação mais confiáveis ao lado dos sites das agências governamentais (54% das pessoas).

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