Fecomercio-SP: confiança do consumidor cai 9,9% em março
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da Fecomercio-SP estava em alta há sete meses consecutivos e o momento é de cautela
Após avançar por sete meses seguidos, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) paulistano sofreu queda de 9,9%, ao passar de 139,4 pontos em fevereiro para 125,9 pontos em março. No comparativo anual, houve alta de 8,5%. O ICC é elaborado mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP), sendo que a escala de pontuação varia de zero (pessimismo total) a 200 pontos (otimismo total).
De acordo com a assessoria econômica da Fecomercio-SP, apesar da queda de quase 10%, o indicador ainda aponta que o consumidor segue com a confiança positiva, em razão da sequência de altas vistas nos meses anteriores. Mesmo assim, a federação alerta aos empresários que o momento é de cautela com os negócios por causa das instabilidades políticas.
GÊNERO E RENDA
Os dois quesitos que compõem o indicador caíram neste mês: o Índice das Condições Econômicas Atuais (ICEA) sofreu queda de 13,2% de 112,2 pontos em fevereiro para 97,4 pontos em março. E o Índice de Expectativas do Consumidor (IEC) caiu 8,4% – 157,5 pontos em fevereiro para os atuais 144,3 pontos. No entanto, no comparativo anual, ambos registraram altas de 5,8% e 9,8%, respectivamente.
No resultado do ICEA, as maiores baixas foram dos consumidores com renda familiar inferior a dez salários mínimos, queda de 15,1%, ao passar de 106 pontos em fevereiro para 90 pontos em março. O grupo feminino passou de 107,7 pontos em fevereiro para 92,4 pontos em março, decréscimo de 14,2%.
Já no IEC, destacaram-se consumidores com renda familiar superior a dez salários mínimos, com queda de 11,1%, de 170,7 pontos em fevereiro para os atuais 151,8 pontos, e o do grupo com idade superior a 35 anos, uma baixa de 9,9%, de 160,3 pontos para 144,3 pontos em março.
De acordo com a federação, embora o ICC passe por ajustes no terceiro mês do ano, a expectativa é que o cenário volte à normalidade com as definições políticas em andamento. Com a aprovação das principais reformas, a confiança e o consumo tendem a melhorar a partir do segundo semestre.
MOMENTO DE CAUTELA
A entidade recomenda que o comerciante seja mais conservador neste primeiro momento e repense os métodos administrativos, por exemplo, os investimentos e objetivos estratégicos da empresa, a fim de ter uma visão mais ampla da gestão do seu negócio.
A orientação é que o empresário evite estoques altos e endividamento e organize os negócios em setores mais produtivos, ajustando, assim, compras, vendas e investimentos adequadamente ao fluxo de caixa. Essas ações serão fundamentais para passar por fases de imprecisão.