Da Redação   |   16/03/2023 14:56

ESG e a evolução do Turismo no Nordeste nos últimos 20 anos

Para Ruth Avelino, é necessário nunca perder de vista os pilares da sustentabilidade

Por Ruth Avelino Cavalcanti, jornalista e ex-presidente da PBTUR

PANROTAS / Emerson Souza
Ruth Avelino
Ruth Avelino
Ingressei na Empresa Paraibana de Turismo – PBTUR em 1991. Nessa época, João Pessoa tinha apenas dois ou três hotéis na orla. No interior da Paraíba, os meios de hospedagem de ponta eram os que pertenciam ao Governo do Estado. Nos anos 1960 e 1970 muitos Estados construíram e administraram hotéis no interior, como forma de receber autoridades que viajavam a trabalho ou a lazer. Restaurantes, bares e boates eram raros, mas sempre cheios de paraibanos e pouco frequentados pelos turistas que chegavam na capital da Paraíba naquele tempo. A malha aérea era composta por dois voos, um da Vasp e outro da Varig, que faziam conexão em Recife. Sair e chegar na Paraíba era complicado demais.

No Nordeste, os Estados mais "avançados" eram a Bahia e Pernambuco, que saíram na frente na promoção, em uma demonstração de força e sabedoria dos governos estaduais que viram no Turismo um filão econômico com imenso poder de geração de emprego e renda para seu povo. Depois deslancharam o Ceará, Rio Grande do Norte e por fim Alagoas.

A Paraíba veio ter um pouco mais de visibilidade justamente há cerca de 20 anos, quando surgiu o Fórum PANROTAS, referência para o trade turístico nacional e mundial. Obviamente muita coisa mudou no meu Estado e no Nordeste ao longo dessas duas décadas. Hotéis, resorts, parques temáticos, restaurantes de primeira qualidade, empresas de receptivos bem equipadas e cheias de novos produtos, surgiram em todos os nove Estados da região.

Aeroportos, em sua maioria privatizados e modernizados, hoje têm uma malha aérea em franca ascensão. Destinos novos sendo lançados no litoral e no sertão e o avanço de um Turismo mais voltado à experiência, à natureza e à valorização dos povos originários do Brasil. Nunca o ecoturismo, o Turismo rural e o de aventura estiveram tão em alta no Nordeste como agora. Há quem afirme que é reflexo da pandemia, o que seria pelo menos um legado positivo dessa tragédia que dizimou tantas vidas.

Com as novas tecnologias, vieram muitas mudanças na promoção e divulgação dos destinos. Minha profissão, o jornalismo, continua viva, embora sofrida, mas os veículos mudaram demais. Jornais e revistas deram lugar a blogs e sites. Os influenciadores digitais estão na "crista da onda" e hoje são os mais solicitados para promover destinos e equipamentos. As redes sociais são aclamadas e viraram febre. Mídia barata e com grande força e engajamento.

As transformações e inovações continuam acontecendo diariamente no Nordeste e no mundo todo, e, logicamente, o Turismo é muito impactado por todas elas. Que as mudanças tão necessárias continuem acontecendo, mas sem nunca perder de vista os pilares da sustentabilidade. Que todos ganhem dinheiro com essa atividade, mas sempre com respeito às pessoas e ao meio ambiente.

O artigo integra a edição 1551 da Revista PANROTAS.

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