Em artigo, Alexandre Sampaio fala sobre acesso a linha de créditos
O presidente da FBHA, Alexandre Sampaio, expôs as burocracias de programas como o Pronampe
Em novo artigo, o presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA), Alexandre Sampaio, fala das dificuldades e burocracias envolvidas em programas como o Pronampe que servem para ajudar na manutenção das empresas. Enquanto decretos estaduais e restrições de horários continuam avançando, o Pronampe só voltou à atividade na metade deste ano.
Confira o artigo na íntegra:
"Verdade seja dita: o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), que continuará em atividade para ajudar na manutenção das empresas durante a pandemia, tem grande potencial para auxiliar os empreendedores.
Entretanto, do que adianta disponibilizar o crédito quando há dificuldade para realizar o repasse deste auxílio? Este problema não diz respeito a casos isolados. De acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), 63% dos pequenos negócios tiveram complicações no momento em que tentaram acessar as linhas de crédito no ano passado.
Isto significa que essa realidade impacta mais da metade dos empreendedores do nosso país. O empréstimo que, para muitos, se faz necessário para evitar que um estabelecimento feche as portas, não está chegando ao público que realmente busca reverter o cenário caótico da economia, promovido pela chegada da Covid-19 ao território brasileiro.
É de conhecimento geral que os recursos podem estar disponíveis até o final do mês de junho. A medida movimentará um aporte de R$ 5 bilhões, por meio do Fundo de Garantia de Operações (FGO). A ideia é que o valor conceda até 25 bilhões em empréstimos ao longo de 2021. Para esta etapa, fazemos mais um apelo para que os empresários realmente consigam suprimir os seus déficits acumulados.
Destaco também que temos mais uma chance de mudar a realidade dos negócios que foram impactados pela crise pandêmica. Isso porque o Pronampe - criado para socorrer micro e pequenos empresários - se tornará uma medida permanente. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) no começo deste mês e, sem dúvida, foi celebrada pelo nosso setor.
Na teoria, o programa possibilitará créditos a longo prazo para evitar que um estabelecimento enfrente novos problemas durante e após a pandemia. Além disso, com o dinheiro, será possível investir no aprimoramento das atividades gerais do segmento. Isso é extremamente positivo e, sim, deve ser celebrado. Todavia, reforço: não podemos esquecer a dificuldade dos empreendedores obterem o suporte. Por essa razão, devemos acompanhar de perto.
No mês de maio, a empresa Feiras do Brasil promoveram uma pesquisa setorial para analisar o impacto da pandemia na cadeia produtiva de feiras e eventos. O levantamento apontou que 60,11% dos entrevistados - que são empresas de micro e pequeno porte - estão muito vulneráveis com a economia do país. Além disso, 65,76% indicaram que não tiveram acesso às linhas de crédito ou auxílio emergencial.
Os dados corroboram a gravidade da situação para diferentes nichos. O setor como um todo, incluindo os meios de hospedagem e alimentação, estão amargurando com a interminável retração das atividades. Buscamos uma luz no fim do túnel, mas tem sido uma batalha muito árdua e com capítulos incessantes de novos desafios para serem vencidos.
Sabemos que essa situação passará. Entretanto, até lá, precisamos que as medidas sejam levadas à sério e de forma urgente. A aprovação do programa é o melhor exemplo que temos. Se analisarmos toda essa esfera, não é difícil compreender o quanto o auxílio tardou para ser efetivado.
Tivemos que esperar o ano chegar a sua metade para o Pronampe voltar à atividade. Enquanto isso, os decretos estaduais e as restrições de horários implementados nas cidades continuaram avançando, destruindo milhões de estabelecimentos que, agora, estão sem forças para continuar.
O trabalho da população brasileira não é brincadeira. É por meio dos serviços realizados, em diferentes áreas, que milhões de famílias conseguem se alimentar. Por isso, defendemos a manutenção das atividades e o suporte real, no tempo correto e de forma ampla para todos que estão fragilizados economicamente.
Neste momento tão atípico que o país vive, só conseguiremos mudar o cenário se agirmos juntos. E nós, do Turismo, estamos de braços abertos para defender os interesses da população."
*Presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA).
Confira o artigo na íntegra:
Empresas buscam acesso às linhas de crédito
Alexandre Sampaio*
"Verdade seja dita: o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), que continuará em atividade para ajudar na manutenção das empresas durante a pandemia, tem grande potencial para auxiliar os empreendedores.
Entretanto, do que adianta disponibilizar o crédito quando há dificuldade para realizar o repasse deste auxílio? Este problema não diz respeito a casos isolados. De acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), 63% dos pequenos negócios tiveram complicações no momento em que tentaram acessar as linhas de crédito no ano passado.
Isto significa que essa realidade impacta mais da metade dos empreendedores do nosso país. O empréstimo que, para muitos, se faz necessário para evitar que um estabelecimento feche as portas, não está chegando ao público que realmente busca reverter o cenário caótico da economia, promovido pela chegada da Covid-19 ao território brasileiro.
É de conhecimento geral que os recursos podem estar disponíveis até o final do mês de junho. A medida movimentará um aporte de R$ 5 bilhões, por meio do Fundo de Garantia de Operações (FGO). A ideia é que o valor conceda até 25 bilhões em empréstimos ao longo de 2021. Para esta etapa, fazemos mais um apelo para que os empresários realmente consigam suprimir os seus déficits acumulados.
Destaco também que temos mais uma chance de mudar a realidade dos negócios que foram impactados pela crise pandêmica. Isso porque o Pronampe - criado para socorrer micro e pequenos empresários - se tornará uma medida permanente. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) no começo deste mês e, sem dúvida, foi celebrada pelo nosso setor.
Na teoria, o programa possibilitará créditos a longo prazo para evitar que um estabelecimento enfrente novos problemas durante e após a pandemia. Além disso, com o dinheiro, será possível investir no aprimoramento das atividades gerais do segmento. Isso é extremamente positivo e, sim, deve ser celebrado. Todavia, reforço: não podemos esquecer a dificuldade dos empreendedores obterem o suporte. Por essa razão, devemos acompanhar de perto.
No mês de maio, a empresa Feiras do Brasil promoveram uma pesquisa setorial para analisar o impacto da pandemia na cadeia produtiva de feiras e eventos. O levantamento apontou que 60,11% dos entrevistados - que são empresas de micro e pequeno porte - estão muito vulneráveis com a economia do país. Além disso, 65,76% indicaram que não tiveram acesso às linhas de crédito ou auxílio emergencial.
Os dados corroboram a gravidade da situação para diferentes nichos. O setor como um todo, incluindo os meios de hospedagem e alimentação, estão amargurando com a interminável retração das atividades. Buscamos uma luz no fim do túnel, mas tem sido uma batalha muito árdua e com capítulos incessantes de novos desafios para serem vencidos.
Sabemos que essa situação passará. Entretanto, até lá, precisamos que as medidas sejam levadas à sério e de forma urgente. A aprovação do programa é o melhor exemplo que temos. Se analisarmos toda essa esfera, não é difícil compreender o quanto o auxílio tardou para ser efetivado.
Tivemos que esperar o ano chegar a sua metade para o Pronampe voltar à atividade. Enquanto isso, os decretos estaduais e as restrições de horários implementados nas cidades continuaram avançando, destruindo milhões de estabelecimentos que, agora, estão sem forças para continuar.
O trabalho da população brasileira não é brincadeira. É por meio dos serviços realizados, em diferentes áreas, que milhões de famílias conseguem se alimentar. Por isso, defendemos a manutenção das atividades e o suporte real, no tempo correto e de forma ampla para todos que estão fragilizados economicamente.
Neste momento tão atípico que o país vive, só conseguiremos mudar o cenário se agirmos juntos. E nós, do Turismo, estamos de braços abertos para defender os interesses da população."
*Presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA).