Artigo avalia desafios das empresas do Turismo no pós-pandemia
Cláudio Gonçalves, da Planning, avalia posição das empresas do Turismo na retomada.
Economista, analista de investimentos, conselheiro de administração e sócio-diretor da Planning Corporate Finance & Advisory, Cláudio Gonçalves utilizou um estudo feito pela KPMG Brasil para analisar as condições de retomada das empresas brasileiras no pós-pandemia. No artigo, Gonçalves enfatiza a atividade turística, classificando como atividades desse setor podem se posicionar na volta.
"Economia pós-pandemia - mais desafios para o Turismo no longo caminho da retomada
A pandemia causada pelo covid-19 está afetando todos os países de forma adversa. A economia brasileira está sendo bastante penalizada, entretanto, alguns setores estão sendo mais afetados que outros. Estudo elaborado pela KPMG Brasil apresenta algumas idéias para reflexão durante a retomada. Gostaria de chamar atenção neste artigo para os desafios que setor de turismo vai enfrentar no longo caminho pós-pandemia.
O estudo KPMG divide a economia em quatro grupos. O setor de Turismo consta em dois dos quatro grupos.
Grupo transformar para reemergir: neste grupo estão empresas que vão se recuperar, no entanto, os desafios são grandes pois vão necessitar de reservas de capital (caixa e capital de giro) para resistir ao longo caminho até a recuperação. Vão enfrentar também a necessidade de transformar seus modelos operacionais e de negócios - tema tratado por este autor em outros artigos. Ainda neste grupo estão prestadores de serviço de Turismo (operadores e agências), dentre outras empresas. Diferente das companhias aéreas e da CVC, que são de capital aberto, sendo listadas em bolsa (B3), a maioria das empresas do segmento são de capital fechado e possuem baixa ou inexistência de governança, tornando difícil o acesso ao mercado de crédito.
Cabe informar que existe instrumento no financeiro regulado pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) que pode ajudar as empresas do Turismo a ter acesso aos recursos (caixa e capital de giro) necessários para a retomada. Os setores de construção, agronegócio e educação vem fazendo uso dos instrumentos financeiros (CRI, CRA, CRE e FIDC) para suprir suas necessidades de caixa, capital de giro e investimento. O Turismo pode fazer o mesmo.
Grupo reiniciar: empresas que vão enfrentar demanda reduzida permanentemente devido ao capital insuficiente para evitar uma recessão prolongada ou por não execução da transformação digital. Aqui se enquadram as companhias aéreas e hotéis.
Na última semana, as aéreas recorreram a uma capitalização via empréstimo sindicalizado, numa operação feita junto a bancos públicos e privados no valor de R$ 7 bilhões (75% em debêntures simples e 25% bônus conversíveis em ações).
Os demais grupos do estudo KPMG são:
- Grupo crescimento na crise: formado por empresas que se beneficiaram da mudança de comportamento do consumidor durante a crise. (Exemplos: delivery de alimentos, vendas on-line e educação digital.
- Grupo Retorno ao normal: formado por empresas vistas como essenciais que sofrerão efeitos da recessão mas vão se recuperar rapidamente tão logo a demanda volte ao normal. (Exemplos: serviços financeiros, transporte rodoviário e urbano, agricultura, tecnologia e telecomunicações)."
"Economia pós-pandemia - mais desafios para o Turismo no longo caminho da retomada
A pandemia causada pelo covid-19 está afetando todos os países de forma adversa. A economia brasileira está sendo bastante penalizada, entretanto, alguns setores estão sendo mais afetados que outros. Estudo elaborado pela KPMG Brasil apresenta algumas idéias para reflexão durante a retomada. Gostaria de chamar atenção neste artigo para os desafios que setor de turismo vai enfrentar no longo caminho pós-pandemia.
O estudo KPMG divide a economia em quatro grupos. O setor de Turismo consta em dois dos quatro grupos.
Grupo transformar para reemergir: neste grupo estão empresas que vão se recuperar, no entanto, os desafios são grandes pois vão necessitar de reservas de capital (caixa e capital de giro) para resistir ao longo caminho até a recuperação. Vão enfrentar também a necessidade de transformar seus modelos operacionais e de negócios - tema tratado por este autor em outros artigos. Ainda neste grupo estão prestadores de serviço de Turismo (operadores e agências), dentre outras empresas. Diferente das companhias aéreas e da CVC, que são de capital aberto, sendo listadas em bolsa (B3), a maioria das empresas do segmento são de capital fechado e possuem baixa ou inexistência de governança, tornando difícil o acesso ao mercado de crédito.
Cabe informar que existe instrumento no financeiro regulado pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) que pode ajudar as empresas do Turismo a ter acesso aos recursos (caixa e capital de giro) necessários para a retomada. Os setores de construção, agronegócio e educação vem fazendo uso dos instrumentos financeiros (CRI, CRA, CRE e FIDC) para suprir suas necessidades de caixa, capital de giro e investimento. O Turismo pode fazer o mesmo.
Grupo reiniciar: empresas que vão enfrentar demanda reduzida permanentemente devido ao capital insuficiente para evitar uma recessão prolongada ou por não execução da transformação digital. Aqui se enquadram as companhias aéreas e hotéis.
Na última semana, as aéreas recorreram a uma capitalização via empréstimo sindicalizado, numa operação feita junto a bancos públicos e privados no valor de R$ 7 bilhões (75% em debêntures simples e 25% bônus conversíveis em ações).
Os demais grupos do estudo KPMG são:
- Grupo crescimento na crise: formado por empresas que se beneficiaram da mudança de comportamento do consumidor durante a crise. (Exemplos: delivery de alimentos, vendas on-line e educação digital.
- Grupo Retorno ao normal: formado por empresas vistas como essenciais que sofrerão efeitos da recessão mas vão se recuperar rapidamente tão logo a demanda volte ao normal. (Exemplos: serviços financeiros, transporte rodoviário e urbano, agricultura, tecnologia e telecomunicações)."