Da Redação   |   27/09/2019 14:19

Acordo Delta e Latam: o ano estava tão calmo mesmo...

No segundo dia da Abav Expo, a notícia da compra de 20% do Grupo Latam pela Delta Air Lines deixou os profissionais do Turismo ávidos por novas informações

O final da tarde de ontem, dia 26, na Abav Expo não teve outro assunto. No mundo ocidental do Turismo não tem outro assunto. A Delta Air Lines anuncia a compra de 20% da Latam, até então um dos pilares (na América Latina) de uma outra aliança, concorrente, envolvendo American Airlines, British, Iberia, Qatar Airways...

Divulgação
A Latam, que passou pela Star Alliance e hoje é da Oneworld, está a caminho de sua terceira aliança, a Skyteam?

O impacto desse acordo é tão complexo e gigantesco, que temos de esperar para acompanhar passo a passo. Envolve, no Brasil, obviamente, a parceria da Delta com a Gol (que também é aliada de outras parceiras da empresa americana, mas que nunca se associou a uma aliança, mantendo acordos independentes com empresas de vários grupos). Parceria essa que é um dos destaques mundiais de sinergia, de troca de conhecimento, de união inteligente entre empresas de continentes diferentes.

Na América Latina, onde se forma uma aliança entre United, Copa e Avianca e também entre United e Azul, agora as cartas voltam a ser embaralhadas e Latam e Delta dão as mãos, forçando, talvez, uma aproximação de Gol e American Airlines... Será? Não podemos afirmar, já que há tantas possibilidades e meandros, que tudo pode acontecer, até isso que ninguém antecipou: Latam e Delta unidades (em parte, graças à justiça chilena, que proibiu a joint-venture entre Latam e American Airlines, Iberia e British).

Claro, que não nos surpreendemos mais com concorrentes que se unem, separam, trocam de parceiros... Já vimos isso nos setores de alimentação, cervejas, saúde, comunicações... Mas confesso que eu não estava esperando essa jogada da Delta e da Latam. Você estava?
Um jogo de xadrez que promete ser veloz e audacioso nos próximos passos, nos próximos anúncios, nos próximos dias. Isso em um ano que já estava calmo para a aviação no Brasil e no mundo, com o fim da Avianca Brasil, a suspensão da operação dos Boeing MAX, a compra da Embraer pela Boeing, a disputa entre Azul e Gol e Latam pós-saída da Avianca no mercado, a alta do dólar...

E ainda faltam três meses para 2020. Estamos a postos para as instruções “de segurança” que nortearão a aviação no mundo nos próximos anos, e que impactarão negócios de vários setores no Brasil. Seat back and relax. Or at least try to.

*Artur Andrade, editor-chefe e CCO

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